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sábado, 1 de outubro de 2011

LITURGIA DO DIA - 01/10/2011


Sábado da 26ª semana do Tempo Comum





LEITURAS


Livro de Baruc 4,5-12.27-29.


Coragem, povo meu, que trazes o nome de Israel! Fostes vendidos às nações, mas não para serdes aniquilados. Porque provocastes a ira de Deus, fostes entregues aos inimigos. Irritastes o vosso criador, oferecendo sacrifícios aos demónios e não a Deus. Esquecestes o vosso criador, o Deus eterno, e contristastes Jerusalém, que vos alimentou. Quando viu precipitar-se sobre vós o castigo de Deus, disse: «Escutai, nações vizinhas de Sião! Deus enviou-me um grande tormento. Vi o cativeiro dos meus filhos e filhas, que o Eterno lhes infligiu. Eu tinha-os criado com alegria e despedi-os com lágrimas e tristeza. Que ninguém se regozije com a minha viuvez e o meu desamparo! Se estou deserta, é por causa dos pecados dos meus filhos, porque se afastaram da Lei de Deus, Coragem, meus filhos, clamai ao Senhor, porque aquele mesmo que vos provou, há-de lembrar-se de vós. Se um dia quisestes afastar-vos de Deus, convertei-vos, agora, e procurai-o com um empenho dez vezes maior; pois aquele que vos enviou o castigo vos trará a alegria eterna da vossa salvação.»


Livro de Salmos 69(68),33-35.36-37.


Que os humildes vejam isto e se alegrem, e os que buscam a Deus se encham de coragem, porque o Senhor escuta os necessitados e não despreza o seu povo cativo. Louvem-nO o céu e a terra, os mares e quanto neles se move. Sim, Deus há-de salvar Sião, reconstruir as cidades de Judá; eles ali habitarão e tomarão posse dela. Os descendentes dos seus servos hão-de recebê-la em herança, e os que amam o seu nome serão os seus moradores.


Evangelho segundo S. Lucas 10,17-24.


Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios se sujeitaram a nós, em teu nome!» Disse-lhes Ele: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Olhai que vos dou poder para pisar aos pés serpentes e escorpiões e domínio sobre todo o poderio do inimigo; nada vos poderá causar dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu.» Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lho.» Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver. Porque digo-vos muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não o ouviram!»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e posteriormente bispo de Constantinopla; doutor da Igreja Homilia 1 sobre a 1ª carta aos Tessalonicenses


«Jesus estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo»


«Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor», diz Paulo. Como? «Acolhendo a Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo» (1Ts 1,6). [...] A prova afecta a parte material do nosso ser; a alegria brilha nas alturas espirituais. Passo a explicar: os acidentes da vida são tristes e penosos, mas os resultados são alegres, assim o querendo o Espírito. É portanto possível que não nos alegremos ao sofrer, se estivermos a sofrer pelos nossos pecados, mas até deixaremos que nos flagelem com alegria, se for por Cristo (cf. Act 5,41).É a isto que o apóstolo chama a «alegria do Espírito»; respiramo-la naquilo que a natureza rejeita com horror. Suscitaram em vós mil penas, diz ele, fostes perseguidos, mas o Espírito não vos abandonou nessas provas. Tal como os três jovens foram envolvidos por uma suave brisa matinal na fornalha (cf. Dn 3,50), vós também estais a ser provados. Certamente que a brisa matinal não dependia da natureza do fogo e só podia ser causada pelo sopro do Espírito. Também não está na natureza da provação alegrar-vos, e essa alegria só pode vir dum sofrimento suportado por Cristo, da brisa matinal do Espírito, que transforma num local de repouso a fornalha da provação. «Com alegria» diz ele, e não com uma alegria qualquer, mas com uma alegria inesgotável; é isso que é preciso entender, desde que o Espírito seja o seu autor.


Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

LITURGIA DO DIA - 30/09/2011


Sexta-feira da 26ª semana do Tempo Comum




Livro de Baruc 1,15-22.


Ao Senhor, nosso Deus, pertence a justiça; para nós, porém, a vergonha, estampada no rosto, como acontece hoje para os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém, para os nossos reis e príncipes, os sacerdotes, os profetas e os nossos antepassados, porque pecámos contra o Senhor. Desobedecemos ao Senhor nosso Deus, não ouvimos a sua voz nem seguimos os mandamentos que Ele nos deu. Desde o dia em que o Senhor tirou os nossos pais da terra do Egipto até hoje, temos desobedecido ao Senhor, nosso Deus e, na nossa leviandade, recusámos ouvir a sua voz. Por isso, agora, persegue-nos o infortúnio e a maldição que o Senhor predissera pela boca de Moisés, seu servo, quando tirou os nossos pais da terra do Egipto, a fim de nos dar uma terra onde mana leite e mel. Nós, porém, não escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, conforme a palavra dos profetas, que Ele nos enviou. Cada um de nós, andou segundo as inclinações do seu mau coração, servindo deuses estrangeiros e praticando o mal aos olhos do Senhor, nosso Deus”.


Livro de Salmos 79(78),1-2.3-5.8.9.


Ó Deus, os pagãos invadiram a tua herança, profanaram o teu santo templo e reduziram Jerusalém a um montão de ruínas.Deram os cadáveres dos teus servos em alimento às aves do céu e os corpos dos teus fiéis, às feras selvagens.Derramaram o seu sangue em torno de Jerusalém, e ninguém lhes deu sepultura. Tornámo-nos motivo de escárnio para os vizinhos, de irrisão e opróbrio para os que nos rodeiam.Até quando, Senhor, estarás ainda irritado? Será a tua indignação como um fogo abrasador? Não recordes contra nós as faltas dos nossos antepassados; venha depressa ao nosso encontro a tua misericóSocorre-nos, ó Deus, nosso salvador, para glória do teu nome; livra-nos e perdoa-nos pelo amor do teu nome.


Evangelho segundo S. Lucas 10,13-16.


Naquele tempo, disse jeus: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sídon se tivessem operado os milagres que entre vós se realizaram, de há muito que teriam feito penitência, vestidas de saco e na cinza. Por isso, no dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós. E tu, Cafarnaúm, porventura serás exaltada até ao céu? É até ao inferno que serás precipitada. Quem vos ouve é a mim que ouve, e quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Discursos sobre os salmos, Salmo 49, §23


«Quem vos ouve é a Mim que ouve»


Alguém que ouvira o versículo «Oferece a Deus um sacrifício de louvor» (Sl 49,14), pensou: «Todos os dias, ao acordar, irei à igreja e aí entoarei um hino da manhã; ao final do dia, um hino da noite; e depois, em minha casa, um terceiro e um quarto hinos. Deste modo, farei todos os dias um sacrifício de louvor que oferecerei ao meu Deus». Fazer isto é bom, se realmente o fizeres, mas livra-te de ficares tranquilo com o que fazes e vê que, enquanto a tua língua fala bem perante Deus, a tua vida não fale mal à Sua frente. [...] Toma cuidado e não vivas mal enquanto falas bem.Porquê? Porque Deus disse ao pecador: «Que tens tu de recitar os Meus mandamentos, com a Minha aliança na boca [, tu que rejeitas as Minhas palavras por trás]?» (v. 16-17) Eis o temor com que devemos falar. [...] Vós, meus irmãos, estais em segurança: se ouvirdes dizer coisas boas, é Deus que ouvis, qualquer que seja a boca que fala convosco. Mas Deus não quis deixar de repreender aqueles que falam, com receio de que adormeçam em segurança numa vida de desordem, afirmando que falam do bem e pensando: «Deus não quererá condenar-nos, pois foi através de nós que quis dizer coisas tão boas ao Seu povo». Portanto, vós que falais, quem quer que sejais, escutai o que dizeis; vós que quereis ser ouvidos, ouvi-vos em primeiro lugar. [...] Possa eu ser o primeiro a ouvir, possa eu ouvir, e ouvir melhor do que todos, «aquilo que o Senhor Deus diz em mim, pois Ele diz palavras de paz ao Seu povo» (Sl 84,9).

Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

LITURGIA DO DIA - 29/09



S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, Arcanjos – Festa




LEITURAS


Livro de Daniel 7,9-10.13-14.


«Continuava eu a olhar, até que foram preparados uns tronos, e um Ancião sentou-se. Branco como a neve era o seu vestuário, e os cabelos da cabeça eram como de lã pura; o trono era feito de chamas, com rodas de fogo flamejante. Corria um rio de fogo que jorrava da parte da frente dele. Mil milhares o serviam, dez mil miríades lhe assistiam. O tribunal reuniu-se em sessão e foram abertos os livros. Contemplando sempre a visão nocturna, vi aproximar-se, sobre as nuvens do céu, um ser semelhante a um filho de homem. Avançou até ao Ancião, diante do qual o conduziram. Foram-lhe dadas as soberanias, a glória e a realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes de todas as línguas o serviram. O seu império é um império eterno que não passará jamais, e o seu reino nunca será destruído.»


Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.4-5.


Dou-te graças, SENHOR, de todo o coração, na presença dos poderosos te hei-de louvar. Inclino-me voltado para o teu santo templo e louvarei o teu nome, hei-de louvar o teu nome, pela tua bondade e pela tua fidelidade, porque foste mais além das tuas promessas. Quando te invoquei, atendeste-me e aumentaste as forças da minha alma. Todos os reis da terra te louvarão, SENHOR, ao ouvirem as palavras da tua boca. Celebrarão os caminhos do SENHOR, pois grande é a sua glória.


Evangelho segundo S. João 1,47-51.


Naquele tempo, Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse dele: «Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.» Disse-lhe Natanael: «Donde me conheces?» Respondeu-lhe Jesus: «Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!» Respondeu Natanael: «Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!» Retorquiu-lhe Jesus: «Tu crês por Eu te ter dito: 'Vi-te debaixo da figueira'? Hás-de ver coisas maiores do que estas!» E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja 1º Sermão para a festa de São Miguel


«Bendizei o Senhor todos os Seus anjos, [...] que executais a Sua vontade» (Sl 102,20-21)


Celebramos hoje a festa dos santos anjos. [...] Mas que podemos dizer destes espíritos angélicos? Eis o que nos diz a fé: acreditamos que eles gozam da presença e da visão de Deus, que possuem uma felicidade sem fim, os bens do Senhor que «nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passaram pelo pensamento do homem» (1Cor 2,9). O que pode um simples mortal dizer sobre este assunto a outros mortais, ele que é incapaz de conceber tais coisas? [...] Se é impossível falar da glória dos santos anjos em Deus, podemos pelo menos falar da graça e do amor que eles manifestam relativamente a nós, pois gozam, não apenas de uma dignidade incomparável, mas também de um espírito de serviço cheio de bondade. [...] Não podendo compreender a sua glória, deixamo-nos prender tanto mais fortemente à misericórdia de que estão cheios estes familiares de Deus, cidadãos do céu e príncipes do paraíso.O próprio apóstolo Paulo, que contemplou com os seus olhos a corte celestial e que conheceu os seus segredos (2Cor 12,2), atesta que todos os anjos são «espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação» (2Cor 12,2). Não tomeis tal afirmação por inconcebível, pois o Criador, o próprio Rei dos anjos, «não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos» (Mc 10,45). Que anjo desdenharia pois tal serviço, onde o precedeu Aquele que os anjos servem no céu com pressa e alegria?


Fonte: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

LITURGIA DO DIA - 28/09





Quarta-feira da 26ª semana do Tempo Comum





LEITURAS


Livro de Neemias 2,1-8.


No mês de Nisan, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, como o vinho estivesse diante do rei, tomei-o e ofereci-lho. Ora, jamais eu estivera triste na sua presença. O rei disse-me: «Porque tens o semblante tão sombrio? Não estás doente. Portanto, isso só pode ser tristeza do coração.» Eu fiquei muito conturbado, e respondi ao rei: «Viva o rei para sempre! Como não hei-de estar triste quando a cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais está em ruínas, e as suas portas consumidas pelo fogo?» E o rei disse-me: «Que queres?» Então, fiz uma oração ao Deus do céu e disse ao rei: «Se aprouver ao rei, e se o teu servo achar graça diante de ti, deixa-me ir ao país de Judá, à cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais, a fim de a reconstruir.» O rei, junto de quem a rainha se sentara, perguntou-me: «Quanto tempo durará essa viagem? Quando será o regresso?» Aprouve ao rei deixar-me partir, e eu indiquei-lhe a data do regresso. Prossegui: «Se o rei achar bem, dêem-me cartas para os governadores da outra margem do rio, de modo que me deixem passar para Judá; e também outra carta para Asaf, o intendente da floresta real, a fim de que me forneça madeira para construir as portas da cidadela do templo, para as muralhas da cidade e para a casa que eu habitar.» O rei concordou com o meu pedido porque me favorecia a bondosa mão de Deus.


Livro de Salmos 137(136),1-2.3.4-5.6.


Junto aos rios da Babilónia nos sentámos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros das suas margens, pendurámos as nossas harpas. Os que nos levaram para ali cativos pediam-nos um cântico; e os nossos opressores, uma canção de alegria: «Cantai-nos um cântico de Sião.» Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor, estando numa terra estranha? Se me esquecer de ti, Jerusalém, fique ressequida a minha mão direita! Pegue-se-me a língua ao paladar, se eu não me lembrar de ti, se não fizer de Jerusalém a minha suprema alegria!


Evangelho segundo S. Lucas 9,57-62.


Naquele tempo, enquanto Jesus e os seus discípulos iam a caminho de Jerusalém, alguém disse-Lhe: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.» Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Jesus disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.» Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não está apto para o Reino de Deus.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Um companheiro de São Francisco de Assis (séc. XIII) Sacrum commercium, 22


«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»


Ó Senhora Pobreza, o filho do Pai soberano enamorou-Se da tua formosura (Sb 8,2) [...], sabendo que serias a mais fiel das companheiras. Antes de Ele ter descido da Sua pátria luminosa, foste tu quem lhe preparou um lugar conveniente, um trono onde Se sentar, um leito onde descansar: a paupérrima Virgem, de quem nasceu. Desde o Seu nascimento estiveste à Sua cabeceira; deitaram-nO «numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2,7). E tu acompanhaste-O sempre, enquanto Ele esteve na terra: «as raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça». Quando começou a ensinar, depois de ter deixado os profetas falarem em Seu nome, foi a ti quem primeiro Ele elogiou: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu!» (Mt 5,3).Depois, ao escolher alguns amigos como Suas testemunhas para a salvação da humanidade, não foi por comerciantes ricos que optou, mas por modestos pescadores, para a todos mostrar o quanto a estima que te tem, Senhora Pobreza, devia gerar amor por ti. Por fim, como se fosse necessária uma prova gloriosa e definitiva do teu valor, da tua nobreza, da tua coragem e da tua proeminência sobre as outras virtudes, foste a única a manter-te ligada ao Rei da glória, enquanto os amigos escolhidos o abandonaram.Companheira fiel, terna amante, nem por um instante O deixaste; a Ele cada vez mais ligada ficaste, à medida que O vias mais e mais universalmente desprezado [...]. Foste tu a única a consolá-lO. Não O deixaste até à morte, «e morte de cruz» (Fl 2,8), nu, com os braços abertos em esforço, com as mãos e os pés trespassados por pregos [...], de tal forma que nada mais Lhe restava para mostrar da Sua glória para além de ti.


Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 27 de setembro de 2011

LITURGIA DO DIA - 27/09

Terça-feira da 26ª semana do Tempo Comum




LEITURAS


Livro de Zacarias 8,20-23.


Assim fala o Senhor do universo: «Virão povos e habitantes de grandes cidades. E os habitantes de uma cidade irão para outra, dizendo: ‘Vamos implorar a face do Senhor! – Eu também irei procurar o Senhor do universo!’ E numerosos povos e nações poderosas virão procurar o Senhor do universo em Jerusalém e implorar a face do Senhor.» Assim fala o Senhor do universo: «Naqueles dias, dez homens de todas as línguas das nações tomarão um judeu pela dobra do seu manto e dirão: ‘Nós queremos ir convosco, porque soubemos que Deus está convosco’.»


Livro de Salmos 87(86),1-3.4-5.6-7.


O Senhor ama a cidade,por Ele fundada sobre os montes santos; ama as portas de Sião mais que todas as moradas de Jacob.Gloriosas coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus. Incluirei o Egipto e a Babilónia na lista dos que me conhecem; a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram. Mas de Sião há-de dizer se: "Todos lá nasceram; o próprio Altíssimo a fortaleceu."O Senhor escreverá no registo dos povos, anotando: "Este nasceu em Sião." E eles dirão, cantando e dançando: "A minha única fonte está em ti."


Evangelho segundo S. Lucas 9,51-56.


Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem. Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?» Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os. E foram para outra povoação.


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja Itinerário da alma para Deus, 7 (trad: Breviário)


Jesus dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém


Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo, [...] e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório de rosto plenamente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na cruz com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim, por meio da vara da cruz, atravessa o Mar Vermelho. [...] Nesta passagem, se for perfeita, é necessário que se deixem todas as operações intelectivas e que o ápice mais sublime do amor seja transferido e transformado totalmente em Deus. Isto porém é uma realidade mística e ocultíssima, que «ninguém conhece a não ser quem recebe» (Ap 2,17), que ninguém recebe senão quem deseja, nem deseja senão aquele que é inflamado, até à medula da alma, pelo fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou à terra. Por isso diz o Apóstolo que esta sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo.Se pretendes saber como isto sucede, interroga a graça e não a ciência [...], a nuvem e não a claridade. Não interrogues a luz, mas o fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unção suavíssima e ardentíssimos afectos. Este fogo é Deus; «a Sua fornalha está em Jerusalém» (Is 31,9). Cristo acendeu-o na chama da Sua ardentíssima Paixão. [...] Quem ama esta morte pode ver a Deus, porque é indubitavelmente verdade que «nenhum homem poderá ver-Me e continuar a viver» (Ex 33,20).Morramos, pois, e entremos nessa nuvem; imponhamos silêncio às preocupações terrenas, paixões e imaginações; passemos, com Cristo crucificado, «deste mundo para o Pai» (Jo 13,1), a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: «Isso nos basta» (Jo 14,8); e ouçamos com São Paulo: «Basta-te a Minha graça» (2Cor 12,9); e exultemos com David, exclamando: «Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre» (Sl 72,26).


Fonte: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

LITURGIA DO DIA - 26/09

Segunda-feira da 26ª semana do Tempo Comum





LEITURAS


Livro de Zacarias 8,1-8.


A palavra do Senhor do universo foi-me dirigida de novo nestes termos: «Assim fala o Senhor do universo: ‘Sinto por Sião um amor ardente, que me provoca ciúme e grande cólera.’» Assim fala o Senhor do universo: «Volto a Sião e vou habitar no meio de Jerusalém. Jerusalém será chamada ‘Cidade Fiel’, e a montanha do Senhor do universo, ‘Montanha Santa’.» Assim fala o Senhor do universo: «Velhos e velhas sentar-se-ão ainda nas praças de Jerusalém; cada um terá na mão o seu bastão, por causa da sua muita idade. As praças da cidade ficarão cheias de meninos e meninas que brincarão nelas.» Assim fala o Senhor do universo: «Se isto parece um milagre aos olhos do resto deste povo, acaso será impossível aos meus olhos, naqueles dias?» –oráculo do Senhor do universo. Assim fala o Senhor do universo: «Eis que Eu salvo o meu povo dos países do Oriente e dos países do Ocidente. Eu os levarei a habitarem em Jerusalém. Eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus em fidelidade e em justiça.»


Livro de Salmos 102(101),16-18.19-21.29.22-23.


Os povos honrarão, Senhor, o teu nome, e todos os reis da terra, a tua majestade. Quando o Senhor reconstruir Sião e manifestar a sua glória, há-de voltar-se para a oração do indigente e não desprezará as suas súplicas. Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras, e os que hão-de nascer louvarão o Senhor. Senhor observa do alto do seu santuário; lá do céu, Ele olha para a terra, para escutar os gemidos dos cativos e livrar os condenados à morte. Os filhos dos teus servos hão-de viver tranquilos e a sua descendência perdurará na tua presença. Em Sião será anunciado o nome do SENHOR, e em Jerusalém, a sua glória, quando os povos de todas as nações se reunirem para servirem o Senhor.


Evangelho segundo S. Lucas 9,46-50.


Naquele tempo, veio então ao pensamento dos discípulos qual deles seria o maior. Conhecendo Jesus os seus pensamentos, tomou um menino, colocou-o junto de si e disse-lhes: «Quem acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe, e quem me acolher a mim, acolhe aquele que me enviou; pois quem for o mais pequeno entre vós, esse é que é grande.» João tomou a palavra e disse: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome e impedimo-lo, porque ele não te segue juntamente connosco.» Jesus disse-lhe: «Não o impeçais, pois quem não é contra vós é por vós.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por Concílio Vaticano II Constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo, « Gaudium et spes », § 92


«Quem não é contra vós é por vós»


Em virtude da sua missão de iluminar o mundo inteiro com a mensagem de Cristo e de reunir sob um só Espírito todos os homens, de qualquer nação, raça ou cultura, a Igreja constitui um sinal daquela fraternidade que torna possível e fortalece o diálogo sincero. Isto exige, em primeiro lugar, que, reconhecendo toda a legítima diversidade, promovamos na própria Igreja a mútua estima, respeito e concórdia, em ordem a estabelecer entre todos os que formam o Povo de Deus, pastores ou fiéis, um diálogo cada vez mais fecundo. Porque o que une entre si os fiéis é bem mais forte do que o que os divide: haja unidade no necessário, liberdade no que é duvidoso, e em tudo caridade. Abraçamos também em espírito os irmãos que ainda não vivem em plena comunhão connosco, e as suas comunidades, com os quais estamos unidos na confissão do Pai, Filho e Espírito Santo [...]. Voltamos também o nosso pensamento para todos os que reconhecem Deus e guardam nas suas tradições preciosos elementos religiosos e humanos, desejando que um diálogo franco nos leve a todos a receber com fidelidade os impulsos do Espírito e a segui-los com entusiasmo. Pela nossa parte, o desejo de um tal diálogo, guiado apenas pelo amor pela verdade e com a necessária prudência, não exclui ninguém; nem aqueles que cultivam os altos valores do espírito humano, sem ainda conhecerem o seu Autor; nem aqueles que se opõem à Igreja, e de várias maneiras a perseguem. Como Deus Pai é o princípio e o fim de todos eles, todos somos chamados a ser irmãos. Por isso, chamados pela mesma vocação humana e divina, podemos e devemos cooperar pacificamente, sem violência nem engano, na edificação do mundo na verdadeira paz.


Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 25 de setembro de 2011

LITURGIA DO DIA - 25/09


26º Domingo do Tempo Comum - Ano A




Livro de Ezequiel 18,25-28.


Eis o que diz o Senhor:« Porém, vós dizeis: 'O modo de proceder do Senhor não é justo.' Escutai, pois, casa de Israel: Então é o meu modo de agir que não é justo? Ou é o vosso que o não é ? Se o justo se afasta da sua justiça para praticar o mal e morre por causa disto, é por causa do mal que praticou que ele morrerá. Se o pecador se afasta do pecado que cometeu para praticar o direito e a justiça, ele merece viver. Se ele se afasta dos pecados que cometeu, viverá certamente, não morrerá.


Livro de Salmos 25(24),4bc-5.6-7.8-9.


Mostra-me, Senhor, os teus caminhos e ensina me as tuas veredas. Dirige-me na tua verdade e ensina-me, porque Tu és o Deus meu salvador. Em ti confio sempre. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e do teu amor, pois eles existem desde sempre. Não recordes os meus pecados de juventude e os meus delitos. Lembra-te de mim, Senhor, pelo teu amor e pela tua bondade. O Senhor é bom e justo; ensina o caminho aos pecadores, guia os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer o seu caminho.


Carta aos Filipenses 2,1-11.


Irmãos: Se tem algum valor uma exortação em nome de Cristo, ou um conforto afectuoso, ou uma solidariedade no Espírito, ou algum afecto e compaixão, então fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento; nada façais por ambição, nem por vaidade; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios, não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros. Tende entre vós os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus: Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem, rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra; e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!”, para glória de Deus Pai.


Evangelho segundo S. Mateus 21,28-32.


Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: 'Filho, vai hoje trabalhar na vinha.' Mas ele respondeu: 'Não quero.’ Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi. Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: 'Vou sim, senhor.’ Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Responderam eles: «O primeiro.» Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder vos no Reino de Deus. João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Clemente de Alexandria (150 - c.215), teólogo Homilia «Que rico será salvo?», 39-40


«Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus»


As portas estão abertas a todo aquele que, em sinceridade, com o coração, se voltar para Deus, e o Pai recebe com alegria um filho que verdadeiramente se arrependa. Qual é o sinal do arrependimento verdadeiro? Não voltar a cair em velhos erros e arrancar do coração, pela raiz, os pecados que nos punham em perigo de morte. Quando estes estiverem apagados, Deus virá habitar-nos. Porque, como diz a Escritura, um pecador que se converte e se arrepende encontrará no Pai e nos anjos do céu uma imensa e incomparável alegria (Lc 15,10). Eis por que o Senhor disse: «Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios» (Os 6,6; Mt 9,13); «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão» (Ez 33,11). «Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã» (Is 1,18).Só Deus, de facto, pode remir os pecados e não imputar erros, ainda que o Senhor Jesus nos exorte a perdoar, em cada dia, aos irmãos que se arrependem. E se nós, que somos maus, sabemos dar coisas boas aos outros (Mt 7,11), quanto não será capaz de dar «o Pai das misericórdias» (2 Cor 1,3)? O Pai de toda a consolação, que é bom, cheio de compaixão, de misericórdia e de paciência por natureza, espera os que se convertem. E a verdadeira conversão supõe que deixemos de pecar e que não olhemos mais para trás [...]. Lamentemos amargamente, pois, os erros cometidos e peçamos ao Pai que os esqueça. Ele pode, na Sua misericórdia, desfazer o que foi feito e, com o orvalho do Espírito, apagar as nossas faltas passadas.


Fonte: Evangelho Quotidiano