Segunda-feira da 1ª semana do Tempo Comum
Carta aos Hebreus 1,1-6.
Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de quem fez o mundo. Este Filho, que é resplendor da sua glória e imagem fiel da sua substância e que tudo sustenta com a sua palavra poderosa, depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade nas alturas, tão superior aos anjos quanto superior ao deles é o nome que recebeu em herança. Com efeito, a qual dos anjos disse Deus alguma vez: Tu és meu Filho, Eu hoje te gerei? E ainda: Eu serei para Ele um Pai e Ele será para mim um Filho? E de novo, quando introduz o Primogénito no mundo, diz: Adorem--no todos os anjos de Deus.
Livro de Salmos 97(96),1-2.6-7.9.
O SENHOR é rei: alegre se a terra e rejubile a multidão das ilhas!Ele está rodeado de nuvens e escuridão; a justiça e o direito são a base do seu trono.Os céus proclamam a justiça de Deus e todos os povos contemplam a sua grandeza.Fiquem confundidos os que adoram ídolos, os que se gloriam em deuses inúteis; todos os deuses se prostram diante do Senhor.Porque Tu, SENHOR, és soberano em toda a terra, estás muito acima de todos os deuses.
Depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, e proclamava o Evangelho de Deus, dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho.» Passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens.» Deixando logo as redes, seguiram-no. Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco a consertar as redes, e logo os chamou. E eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os assalariados e partiram com Ele.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Teresa Benedita da Cruz Edith Stein (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa Das Weihnachtsgeheimnis (a partir da trad. La Crèche et la croix, Ad Solem 1995, p. 35)
«Completou-se o tempo [....]. Vinde Comigo.»
O Menino do presépio é o Rei dos reis, Aquele que reina sobre a vida e a morte, Aquele que diz «Segue-Me», e que quem não é por Ele é contra Ele (Lc 11, 23). E também no-lo diz a nós, colocando-nos perante a necessidade de escolher a luz ou as trevas. Ignoramos onde pretende o Menino Deus conduzir-nos neste mundo, e não nos compete perguntar antes do tempo. Sabemos apenas que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam o Senhor (Rom 8, 28), e que os caminhos traçados pelo Senhor nos conduzem ao outro mundo. Ao tomar corpo, o Criador do género humano oferece-nos a Sua divindade. Deus fez-Se homem para que os homens pudessem tornar-se filhos de Deus. «Oh admirável comércio!» Foi para isto que o Salvador veio ao mundo. Um de nós tinha quebrado o elo da nossa filiação divina, era um de nós que tinha de o restabelecer e de expiar a falta. Mas nenhum ramo da antiga árvore, doente e degenerada, teria capacidade para tal; era preciso que neste tronco fosse enxertada uma planta nova, sã e nobre. E assim, Ele tornou-Se um de nós e simultaneamente mais do que isso: tornou-Se um connosco. É isso que o género humano tem de maravilhoso: o facto de sermos uma unidade. [...] Ele veio formar um corpo misterioso connosco, um corpo de que Ele é o chefe, a cabeça e nós os membros (Ef, 5, 23.30). Se aceitarmos dar as mãos ao Menino Deus, se respondermos «Sim» ao Seu «Segue-Me», seremos Seus e teremos aberto o caminho para que a Sua vida divina passe por nós. É esse o começo da vida eterna em nós. Não é ainda a visão beatifica na luz da glória, estamos ainda na obscuridade da fé, mas já não é a obscuridade deste mundo – estamos já no Reino de Deus.
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