Festa da Igreja : Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum (semana I do saltério)
Décimo terceiro domingo comum
A liturgia de hoje sugere que Deus conta connosco para intervir no mundo, para transformar e salvar o mundo; e convida-nos a responder a esse chamamento com disponibilidade e com radicalidade, no dom total de nós mesmos às exigências do “Reino”.A primeira leitura apresenta-nos um Deus que, para actuar no mundo e na história, pede a ajuda dos homens; Eliseu (discípulo de Elias) é o homem que escuta o chamamento de Deus, corta radicalmente com o passado e parte generosamente ao encontro dos projectos que Deus tem para ele.O Evangelho apresenta o “caminho do discípulo” como um caminho de exigência, de radicalidade, de entrega total e irrevogável ao “Reino”. Sugere, também, que esse “caminho” deve ser percorrido no amor e na entrega, mas sem fanatismos nem fundamentalismos, no respeito absoluto pelas opções dos outros.A segunda leitura diz ao “discípulo” que o caminho do amor, da entrega, do dom da vida, é um caminho de libertação. Responder ao chamamento de Cristo, identificar-se com ele e aceitar dar-se por amor, é nascer para a vida nova da liberdade.
LEITURAS
Livro de 2º Reis 4,8-11.14-16a.
Certo dia, ao atravessar Chuném, veio ao encontro de Eliseu uma mulher rica e convidou-o a comer em sua casa. E sempre que por ali passava, ia lá tomar a sua refeição. A mulher disse ao marido: «Escuta: eu sei que este homem, que passa com frequência por nossa casa, é um santo homem de Deus. Preparemos-lhe um pequeno quarto sobre o terraço, com uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada, para que ele ali se possa recolher, quando vier a nossa casa.» Ora, um dia, passando Eliseu por Chuném, recolheu ao quarto para dormir. Eliseu então disse: «Que se pode fazer por ela?» Respondeu Guiezi: «Ela não tem filhos e o seu marido é idoso.» Disse Eliseu: «Chama-a.» Guiezi chamou-a e ela apareceu à porta. Eliseu disse-lhe: «Por este tempo, no próximo ano, acariciarás um filho.» Mas ela respondeu: «Não, meu senhor, não zombes da tua escrava, ó homem de Deus!»
Livro de Salmos 89(88),2-3.16-17.18-19.
Hei de cantar para sempre o amor do SENHOR; a todas as gerações anunciarei a sua fidelidade.Proclamarei que o teu amor é para sempre, e que a tua fidelidade é eterna como o céu.Feliz da nação que sabe louvar te, SENHOR, que sabe caminhar na luz do teu rosto.Em teu nome rejubila a toda a hora e se gloria com a tua justiça.Na verdade, Tu és a nossa honra e a nossa força; com o teu favor alcançaremos a vitória.O nosso escudo é o SENHOR; o nosso rei é o Santo de Israel!
Carta aos Romanos 6,3-4.8-11.
Ou ignorais que todos nós, que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte? Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos. Sabemos que Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele. Pois, na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre; e, na vida que tem, vive para Deus. Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.
Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim. Aquele que conservar a vida para si, há-de perdê-la; aquele que perder a sua vida por causa de mim, há-de salvá-la.» «Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa de profeta; e quem recebe um justo, por ele ser justo, receberá recompensa de justo. E quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, posteriormente bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre os Actos dos Apóstolos, n° 45; PG 60, 318
Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, posteriormente bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre os Actos dos Apóstolos, n° 45; PG 60, 318
«Quem vos recebe, a Mim recebe»
«Quem acolher este menino em Meu nome, é a Mim que acolhe», diz o Senhor (Lc 9,48). Quanto mais pequeno for esse irmão que se acolhe, mais Cristo estará presente. Porque, quando recebemos uma pessoa importante, é muitas vezes por vã glória que o fazemos; mas aquele que recebe um pequenino, fá-lo com uma intenção pura e por Cristo. «Eu era peregrino e recolhestes-Me», disse o Senhor. E ainda : «Sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,35.40). Pois que se trata de um crente e de um irmão, por mais pequeno que ele seja, é Cristo que com ele entra. Abre pois a porta da tua casa, acolhe-O.«Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa de profeta.» Portanto, aquele que receber Cristo receberá a recompensa da hospitalidade de Cristo. Não ponhas em causa estas palavras, confia nelas. Ele próprio no-lo disse: «Neles, sou Eu que apareço». E para que não duvides disto, o Senhor decreta o castigo para aqueles que não O receberem, e honras para os que O receberem (Mt 25,31 ss.) Não o faria se não fosse pessoalmente tocado pela honra ou pelo desprezo. «Acolheste-Me, diz, na tua casa; Eu receber-te-ei no Reino de meu Pai. Libertaste-Me da fome; Eu libertar-te-ei dos teus pecados. Viste-Me preso; Eu far-te-ei ver a tua própria libertação. Viste-Me estrangeiro; Eu farei de ti um cidadão dos céus. Deste-Me pão; Eu dar-te-ei o Reino em herança e tua plena propriedade. Ajudaste-Me em segredo; Eu proclamá-lo-ei publicamente: direi que és Meu benfeitor e Eu, teu devedor».
Nenhum comentário:
Postar um comentário