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domingo, 7 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 07/08


19º Domingo do Tempo Comum - Ano A




Décimo Nono Domingo do Tempo Comum


A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um Deus apostado em percorrer, de braço dado com os homens, os caminhos da história. A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do seu compromisso, a fazerem uma peregrinação ao encontro do Deus da comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações espectaculares, mas na humildade, na simplicidade, na interioridade. O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à «outra margem» a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa «viagem», a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte: em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l'O, a acolhê-l'O e a aceitá-l'O como «o Senhor». A segunda leitura sugere que esse Deus apostado em vir ao encontro dos homens e em revelar-lhes o seu rosto de amor e de bondade, tem uma proposta de salvação que oferece a todos. Convida-nos a estarmos atentos às manifestações desse Deus e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.




LEITURAS


Livro de 1º Reis 19,9a.11-13a.


Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa caverna, onde lhe foi dirigida a“Que fazes aí, Elias? Sai e mantém-te neste monte, na presença do Senhor; eis queDepois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave.Ao ouvi-lo, Elias cobriu o rosto com um manto. Saiu e pôs-se à entrada da caverna.


Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.


Deus promete paz para o seu povo e para os seus amigos e para todos os que se voltam para Ele de coração. A salvação está perto dos que o temem e a sua glória habitará na nossa terra. O amor e a fidelidade vão encontrar-se. Vão beijar-se a justiça e a paz. Da terra vai brotar a verdade e a justiça descerá do céu. O próprio SENHOR nos dará os seus bens e a nossa terra produzirá os seus frutos. A justiça caminhará diante d'Ele e a paz, no rasto dos seus passos.


Carta aos Romanos 9,1-5.


Irmãos: É verdade o que vou dizer em Cristo; não minto, pois é a minha consciência que, pelo Espírito Santo, disto me dá testemunho: tenho uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração. Desejaria ser amaldiçoado, ser eu próprio separado de Cristo, pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne. Eles são os israelitas, a quem pertence a adopção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas. A eles pertencem os patriarcas e é deles que descende Cristo, segundo a carne. Deus que está acima de todas as coisas, bendito seja Ele pelos séculos! Ámen.


Evangelho segundo S. Mateus 14,22-33.


Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» «Vem» disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» E, quando entraram no barco, o vento amainou. Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de Mateus


«Homem de pouca fé, porque duvidaste?»


Os discípulos são de novo joguetes das vagas e uma tempestade semelhante à primeira (Mt 8,24) desencadeia-se sobre eles; mas anteriormente tinham Jesus com eles, enquanto desta vez estão sozinhos e entregues a si mesmos. [...] Penso que o Salvador queria assim reanimar-lhes os corações adormecidos; precipitando-os na angústia, inspirou-lhes um desejo mais vivo da Sua presença e tornou a Sua lembrança constantemente presente no pensamento deles. Por isso não foi imediatamente em auxílio deles. Em vez disso: «de madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar». [...]Pedro, sempre fervoroso, adiantando-se sempre aos outros discípulos, diz-Lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter Contigo sobre as águas». [...] Ele não Lhe diz: «Ordena-me que caminhe sobre as águas» mas antes «que vá ter Contigo», porque ninguém amava Jesus como ele. E fez a mesma coisa depois da ressurreição: não podendo suportar ir tão lentamente como os outros na barca, deitou-se à água para os ultrapassar e satisfazer o seu amor por Cristo. [...] Descendo, portanto, da barca, Pedro avançou para Jesus, mais feliz de se Lhe dirigir do que de caminhar sobre as águas. Mas, no fim de superar o perigo maior, o do mar, acabou por sucumbir a um menos grave, o do vento. Tal é a natureza humana: muitas vezes, depois de termos dominado os perigos mais sérios, deixamo-nos abater por outros menos importantes. [...] Pedro não estava ainda livre de todo o temor [...] apesar da presença de Cristo perto dele. É que não serve de nada estar ao lado de Cristo se não estivermos próximos Dele pela fé. Eis o que marca a distância que separava o Mestre do discípulo. [...] «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» Se, pois, a fé de Pedro não tivesse enfraquecido, teria resistido ao vento sem dificuldade. E a prova foi que Jesus segurou Pedro, deixando soprar o vento. [...] Da mesma forma que a mãe sustenta, com as suas asas, o passarinho que saiu do ninho antes do tempo, quando ele vai a cair no chão, e o volta a pôr no ninho, assim fez Cristo a Pedro.


Fonte: Evangelho Quotidiano

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