TRANSLATOR GOOGLE

sábado, 29 de maio de 2010

LITURGIA DO DIA - 29/05

Santo do dia



Sábado da 8a semana do Tempo Comum


LEITURAS

Carta de S. Judas 1,17.20-25.

Caríssimos: Recordai o que vos foi predito pelos Apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo.Construí o vosso edifício espiritual sobre o fundamento da vossa fé santíssima. Orai em união com o Espírito Santoe conservai-vos no amor de Deus, esperando na misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.Procurai convencer os que hesitam 23 e salvai-os, arrancando-os do fogo; dos outros, compadecei-vos, mas com prudência, detestando até a túnica contaminada pela sua carne.Àquele que vos pode preservar da queda e apresentar-vos diante da sua glória, na alegria duma consciência sem mancha,ao único Deus, nosso Salvador, por Nosso Senhor Jesus Cristo, a glória e a majestade, a força e o poder, antes de todos os séculos, agora e para sempre. Amen.

Livro de Salmos 63,2.3-4.5-6.

Ó Deus, Tu és o meu Deus! Anseio por ti! A minha alma tem sede de ti; todo o meu ser anela por ti, como terra áridQuero contemplar te no santuário, para ver o teu poder e a tua glória.O teu amor vale mais do que a vida; por isso, os meus lábios te hão de louvar.Quero bendizer te toda a minha vida e em teu louvor levantar as minhas mãos.A minha alma será saciada com deliciosos manjares, com vozes de júbilo te louvarei.

Evangelho segundo S. Marcos 11,27-33.

Regressaram a Jerusalém e, andando Jesus pelo templo, os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram-lhe: «Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu autoridade para as fazeres?» Jesus respondeu: «Também Eu vos farei uma pergunta; respondei-me e dir-vos-ei, então, com que autoridade faço estas coisas: O baptismo de João era do Céu, ou dos homens? Respondei-me.» Começaram a discorrer entre si, dizendo: «Se dissermos 'do Céu’, dirá: 'Então porque não acreditastes nele?’ Se, porém, dissermos 'dos homens’, tememos a multidão.» Porque todos consideravam João um verdadeiro profeta. Por fim, responderam a Jesus: «Não sabemos.» E Jesus disse-lhes: «Nem Eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers e Doutor da Igreja De Trinitate, VII, 26-27

«Com que autoridade fazes estas coisas?»

É de facto como Seu Pai, este Filho que Se Lhe assemelha. D'Ele procede, este Filho que podemos comparar ao Pai, pois que Lhe é semelhante. É-lhe igual, este Filho que realiza as mesmas obras que o Pai (Jo 5, 19). [...] Sim, o Filho cumpre as obras do Pai; por isso, pede-nos que acreditemos que é o Filho de Deus. Com isto não Se arroga um título que não Lhe fosse devido; não é com base nas Suas próprias obras que Ele sustenta tal reivindicação. Não! Ele dá testemunho de que as obras que faz não são Suas, mas do Pai. E assim atesta que o esplendor das Suas acções Lhe vem do Seu nascimento divino. Mas como teriam os homens podido reconhecer n'Ele o Filho de Deus, no mistério desse corpo que Ele assumira, nesse homem nascido de Maria? Era para fazer penetrar no coração dos homens a fé n'Ele que o Senhor fazia todas aquelas obras: «Mas se as faço, embora não queirais acreditar em Mim, acreditai nas obras!» (Jo 10, 38).Se a humilde condição do Seu corpo se afigura um obstáculo a que acreditemos na Sua palavra, Ele pede-nos para ao menos acreditarmos nas Suas obras. Com efeito, por que haveria o mistério do Seu nascimento humano de nos impedir a percepção do Seu nascimento divino ? [...] «Embora não queirais acreditar em Mim, acreditai nas obras, e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em Mim e Eu no Pai». [...]Tal é a natureza que por nascimento Ele possui; tal é o mistério de uma fé que nos há-de assegurar a salvação: não dividir Os que são Um, não privar o Filho da Sua natureza, e proclamar a verdade do Deus Vivo nascido do Deus Vivo [...]. «Assim como o Pai que Me enviou vive [...], Eu vivo pelo Pai» (Jo 6, 57). «Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em Si mesmo» (Jo 5, 26).

Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 28 de maio de 2010

LITURGIA DO DIA - 28/05

Santo do dia

Sexta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Hoje a Igreja celebra : Santa Maria Ana de Paredes, virgem, +1645

LEITURAS

1ª Carta de S. Pedro 4,7-13.

Ora, o fim de todas as coisas está próximo. Sede, portanto, sensatos e sóbrios para vos poderdes dedicar à oração.Acima de tudo, mantende entre vós uma intensa caridade, porque o amor cobre a multidão dos pecados.Exercei a hospitalidade uns com os outros, sem queixas.Como bons administradores das várias graças de Deus, cada um de vós ponha ao serviço dos outros o dom que recebeu.Se alguém tomar a palavra, que seja para transmitir palavras de Deus; se alguém exerce um ministério, faça-o com a força que Deus lhe concede, para que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo. A Ele a glória e o poder por todos os séculos dos séculos. Ámen.Caríssimos, não estranheis a fogueira que se ateou no meio de vós para vos pôr à prova, como se vos acontecesse alguma coisa estranha.Pelo contrário, alegrai-vos, pois assim como participais dos padecimentos de Cristo, assim também rejubilareis de alegria na altura da revelação da sua glória.

Livro de Salmos 96,10.11-12.13.

Proclamai entre os povos: "O Senhor é rei!" Por isso, a terra está firme, não vacila; Deus governa os povos com equidade.Alegrem se os céus, exulte a terra! Ressoe o mar e tudo o que nele existe!Alegrem se os campos e todos os seus frutos, exultem de alegria todas as árvores dos bosquesna presença do SENHOR, que se aproxima e vem para governar a terra! Ele governará o mundo com justiça e os povos, com a sua fidelidade.

Evangelho segundo S. Marcos 11,11-26.

Chegou a Jerusalém e entrou no templo. Depois de ter examinado tudo em seu redor, como a hora já ia adiantada, saiu para Betânia com os Doze. Na manhã seguinte, ao deixarem Betânia, Jesus sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Disse então: «Nunca mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto. Chegaram a Jerusalém; e, entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas, e não permitia que se transportasse qualquer objecto através do templo. E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» Os sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isto e procuravam maneira de o matar, mas temiam-no, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento. Quando se fez tarde, saíram para fora da cidade. Ao passarem na manhã seguinte, viram a figueira seca até às raízes. Pedro, recordando-se, disse a Jesus: «Olha, Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!» Jesus disse-lhes: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: 'Tira-te daí e lança-te ao mar’, e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz se vai realizar, assim acontecerá. Por isso, vos digo: tudo quanto pedirdes na oração crede que já o recebestes e haveis de obtê-lo. Quando vos levantais para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas. Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano Sermão 46 (a partir da trad. Cervo 1980, t. 2, p. 24)

«Não está escrito: A Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.»

Nosso Senhor entrou no Templo e expulsou todos os que compravam e vendiam, dizendo: «A Minha casa será chamada casa de oração. Mas vós fizestes dela um covil de ladrões». Que templo é este que se tornou um covil de ladrões? É a alma e o corpo do homem, que são muito mais o verdadeiro templo de Deus que todos os templos alguma vez edificados (1Cor 3, 17; 6, 19).Quando Nosso Senhor quer vir a este templo, encontra-o transformado num covil de ladrões e numa feira de mercadores. Quem é o mercador? São os que dão o que têm – o seu livre árbitro – por aquilo que não têm – as coisas deste mundo. O mundo está cheio desses mercadores! Há-os entre os padres e os leigos, entre os religiosos, monges e freiras. [...] Tanta gente tão cheia da sua própria vontade [...]; tanta gente que procura em tudo o seu próprio interesse. Pelo contrário, se quisessem fazer negócio com Deus, oferecendo-Lhe a sua vontade, que feliz negócio fariam!O homem deve querer, deve seguir, deve procurar Deus em tudo o que faz; e quando tiver feito tudo – beber, dormir, comer, falar, ouvir –, deixe então completamente as imagens das coisas e esvazie o seu templo. Uma vez o templo esvaziado, uma vez expulso esse bando de vendedores, a imaginação que te estorva, poderás ser uma casa de Deus (Ef 2, 19). Terás então a paz e a alegria do coração, e mais nada te perturbará, nada do que agora te preocupa, te deprime e te faz sofrer.

Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 27 de maio de 2010

LITURGIA DO DIA - 27/05

Santo do dia
Quinta-feira da 8ª semana do Tempo Comum
LEITURAS
1ª Carta de S. Pedro 2,2-5.9-12.
Como crianças recém-nascidas, ansiai pelo leite espiritual, não adulterado, para que ele vos faça crescer para a salvação,se é que já saboreastes como o Senhor é bom.Aproximando-vos dele, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus,também vós – como pedras vivas – entrais na construção de um edifício espiritual, em função de um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. Vós, porém, sois linhagem escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido em propriedade, a fim de proclamardes as maravilhas daquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável;a vós que outrora não éreis um povo, mas sois agora povo de Deus, vós que não tínheis alcançado misericórdia e agora alcançastes misericórdia. Caríssimos, rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos carnais, que combatem contra a alma.Tende entre os gentios um comportamento exemplar, de modo que, ao acusarem-vos de malfeitores, vendo as vossas boas obras, acabem por dar glória a Deus no dia da sua visita.
Livro de Salmos 100,2.3.4.5.
Servi ao SENHOR com alegria, vinde à sua presença com cânticos de júbilo!Sabei que o SENHOR é Deus; foi Ele quem nos criou e nós pertencemos lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho.Entrai pelas suas portas em acção de graças; entrai nos seus átrios com hinos de louvor; glorificai-o e bendizei o seu nome.O SENHOR é bom! O seu amor é eterno! É eterna a sua fidelidade!
Evangelho segundo S. Marcos 10,46-52.
Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. E ouvindo dizer que se tratava de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!» Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!» Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te.» E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!» respondeu o cego. Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja Homilias sobre os Evangelhos, n°2 (a partir da trad. Tissot, Les Pères nous parlent, 1954, p. 190)

«Filho de David, tem misericórdia de mim»

Com razão a Escritura nos apresenta este cego sentado à beira do caminho e pedindo esmola, porque a Verdade diz acerca de Si mesma: «Eu sou o caminho» (Jo 14, 6). Assim, todo aquele que ignora a claridade da luz eterna é cego. Se já cremos no Redentor, estamos sentados à beira do caminho. Se já cremos, mas descuramos pedir que nos seja dada a luz eterna e descuramos a oração, podemos estar sentados à beira do caminho, mas não pedimos esmola. Mas se cremos, se conhecemos a cegueira do nosso coração e oramos a fim de recebermos a luz da verdade, então somos efectivamente este cego sentado à beira do caminho e que pede esmola.Assim, aquele que reconhece as trevas da sua cegueira e sente a privação da luz eterna, grite do fundo do seu coração, grite com toda a sua alma: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim!»
Fonte: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 26 de maio de 2010

LITURGIA DO DIA - 26/05

Santo do dia

Quarta-feira da 8ª semana do Tempo Comum
LEITURAS
1ª Carta de S. Pedro 1,18-25.
Sabendo que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de bens corruptíveis, prata ou ouro,mas pelo sangue precioso de Cristo, qual cordeiro sem defeito nem mancha, predestinado já antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por causa de vós;vós, que por meio dele tendes a fé em Deus, que o ressuscitou dos mortos e o glorificou, a fim de que a vossa fé e a vossa esperança estejam postas em Deus. Já que purificastes as vossas almas pela obediência à verdade que leva a um sincero amor fraterno, amai-vos intensamente uns aos outros do fundo do coração,como quem nasceu de novo, não de uma semente corruptível, mas de um germe incorruptível, a saber, por meio da palavra de Deus, viva e perene. De fato, todo o mortal é como a erva e toda a sua glória como a flor da erva. Seca-se a erva e cai a flor,mas a palavra do Senhor permanece para sempre. Esta é a palavra que vos foi anunciada como boa-nova.
Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica, Jerusalém, o SENHOR; louva, Sião, o teu Deus. Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas e abençoou os teus filhos dentro de ti; Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e saciou-te com a flor do trigo. Ele manda as suas ordens à terra, e a sua palavra corre velozmente; Ele revela os seus planos a Jacob, os seus preceitos e as suas sentenças a Israel. Não fez assim com nenhum outro povo, não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.
Evangelho segundo S. Marcos 10,32-45.
Iam a caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus seguia à frente deles. Estavam espantados, e os que seguiam estavam cheios de medo. Tomando de novo os Doze consigo, começou a dizer-lhes o que lhe ia acontecer: «Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, e eles vão condená-lo à morte e entregá-lo aos gentios. E hão-de escarnecê-lo, cuspir sobre Ele, açoitá-lo e matá-lo. Mas, três dias depois, ressuscitará.» Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: «Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos.» Disse-lhes: «Que quereis que vos faça?» Eles disseram: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda.» Jesus respondeu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o baptismo com que Eu sou baptizado?» Eles disseram: «Podemos, sim.» Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu bebo e sereis baptizados com o baptismo com que Eu sou baptizado; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não pertence a mim concedê-lo: é daqueles para quem está reservado.» Os outros dez, tendo ouvido isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos. Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e Doutor da Igreja (a partir da trad. de Oeuvres, t. 14)

«Dar a própria vida em resgate por todos»

Um Deus que serve, que varre a casa, que se entrega a trabalhos penosos – deveria bastar um destes pensamentos para nos encher de amor! Quando o Salvador começou a pregar o Seu Evangelho tornou-Se «o servo de todos», afirmando de Si mesmo que «não veio para ser servido, mas para servir». Foi como se tivesse dito que queria ser servo de todos os homens. E, no final da Sua vida, conforme dizia São Bernardo, «não contente com o facto de ter tomado a condição de servo para Se colocar ao serviço dos homens, quis ainda tomar a aparência de servo indigno para ser maltratado e suportar o castigo que devia cair sobre nós, em consequência dos nossos pecados».Eis que o Senhor, servo obediente de todos, Se submete à sentença de Pilatos, injusta como é, e Se entrega aos Seus algozes. [...] Assim, tanto nos amou Deus que, por amor de nós, quis obedecer como escravo até morrer e morrer de uma morte dolorosa e infame, o suplício da cruz (Fl 2, 8).Ora, em tudo isso Ele obedecia, não como Deus, mas como homem, como escravo de que assumira a condição. Tal santo entregou-se como escravo para resgatar um pobre e atraiu a admiração do mundo devido a esse acto heróico de caridade. Mas que caridade é essa, comparada com a do Redentor? Sendo Deus e querendo resgatar-nos da escravidão do Diabo e da morte que nos era devida, tornou-Se Ele mesmo escravo e deixou-Se amarrar e pregar na cruz. «Para que o servo se torne senhor, dizia Santo Agostinho, Deus quis fazer-Se servo».
Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 25 de maio de 2010

LITURGIA DO DIA - 25/05

Santo do dia

Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum


Hoje a Igreja celebra : S. Beda, o Venerável, Doutor da Igreja, +735, São Gregório VII, papa, +1085, Santa Maria Madalena de Pazzi, virgem, +1607

LEITURAS


1ª Carta de S. Pedro 1,10-16.

Esta salvação foi objecto das buscas e averiguações dos profetas, que predisseram a graça que vos estava destinada.Eles investigavam a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles morava e que profetizava os padecimentos reservados a Cristo e a glória que se lhes seguiria.Foi-lhes revelado – não para seu proveito, mas para vosso – que eles estavam ao serviço destas realidades que agora vos foram anunciadas por aqueles que vos pregaram o Evangelho, em virtude do Espírito Santo enviado do Céu; as mesmas que os Anjos avidamente contemplam.Por isso, de ânimo preparado para servir e vivendo com sobriedade, ponde a vossa esperança na dádiva que vos vai ser concedida com a manifestação de Jesus Cristo.Como filhos obedientes, não vos conformeis com os antigos desejos do tempo da vossa ignorância;mas, assim como é santo aquele que vos chamou, sede santos, vós também, em todo o vosso proceder,conforme diz a Escritura: Sede santos, porque Eu sou santo.


Livro de Salmos 98,1.2-3.4.


Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque Ele fez maravilhas! A sua mão direita e o seu santo braço lhe deram a vitória.O SENHOR anunciou a sua vitória, revelou aos povos a sua justiça.Lembrou se do seu amor e da sua fidelidade em favor da casa de Israel. Todos os confins da terra presenciaram o triunfo libertador do nosso Deus.Aclamai o SENHOR, terra inteira, exultai de alegria e cantai.

Evangelho segundo S. Marcos 10,28-31.


Pedro começou a dizer-lhe: «Aqui estamos nós que deixámos tudo e te seguimos.» Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: quem deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna. Muitos dos que são primeiros serão últimos, e muitos dos que são últimos serão primeiros.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Cardeal John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo PPS, vol. 8, n° 2 «Divine Calls»

«Deixámos tudo para Te seguir»

Não somos chamados somente uma vez, mas muitas vezes; ao longo de toda a nossa vida Cristo chama-nos. Chamou-nos em primeiro lugar pelo baptismo, mas também mais tarde; quer obedeçamos ou não à Sua voz, Ela continua a chamar-nos na Sua misericórdia. Se faltamos às nossas promessas do baptismo, Ele chama-nos para nos arrependermos. Se nos esforçamos por responder à nossa vocação, Ele continua a chamar-nos, de graça em graça, de santidade em santidade, tanto tempo quanto durar a nossa vida.Abraão foi chamado a deixar a sua casa e a sua terra (Gn 12, 1), Pedro as suas redes (Mt 4, 18), Mateus o seu emprego (Mt 9, 9), Eliseu a sua quinta (1Rs 19, 19), Natanael o seu repouso (Jo 1, 47). Todos nós somos incessantemente chamados, de uma coisa para outra, a ir cada vez mais longe, não tendo local de repouso, mas subindo em direcção ao nosso repouso eterno, e não obedecendo a um chamamento interior senão para estarmos prontos para ouvir outro.Cristo chama-nos incessantemente para nos justificar sem cessar; sem cessar, cada vez mais, Ele quer santificar-nos e glorificar-nos. Devemos compreendê-lo mas demoramos a dar-nos conta desta grande verdade, a de que de algum modo Cristo caminha entre nós e com a Sua mão, o Seu olhar, a Sua voz, nos faz sinal para O seguirmos. Não apreendemos que o Seu chamamento é uma coisa que tem lugar neste preciso momento. Pensamos que ocorreu no tempo dos apóstolos; mas não cremos nisso, não o esperamos verdadeiramente para nós próprios.


Fonte: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 24 de maio de 2010

LITURGIA DO DIA - 24/05

Santo do dia

Segunda-feira da 8ª semana do Tempo Comum

LEITURAS
1ª Carta de S. Pedro 1,3-9.
Bendito seja Deus, Pai do Nosso Senhor Jesus Cristo, que na sua grande misericórdia nos gerou de novo – através da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos – para uma esperança viva,para uma herança incorruptível, imaculada e indefectível, reservada no Céu para vós,a quem o poder de Deus guarda, pela fé, até alcançardes a salvação que está pronta para se manifestar no momento final.É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações;deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo.Sem o terdes visto, vós o amais; sem o ver ainda, credes nele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante,alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas.
Livro de Salmos 111(110),1-2.5-6.9.10.
Louvarei o SENHOR de todo o coração, no conselho dos justos e na assembleia. Grandes são as obras do SENHOR, dignas de meditação para quem as ama. dá sustento aos que o temem e jamais se esquece da sua aliança. Revelou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações. Enviou a redenção ao seu povo, firmou com ele uma aliança para sempre; santo e venerável é o seu nome. temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; são prudentes todos os que o praticam. O seu louvor permanece eternamente.
Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.
Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.» Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens. Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!» Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu: «Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.» Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?» Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Relato de três companheiros de São Francisco de Assis (c. 1244) §§ 7-8 (a partir da trad. de Debonnet e Vorreux, Ed. Franciscaines, 1968, p.810)

Início da conversão de São Francisco

Certa noite, depois do seu regresso a Assis, os companheiros do jovem Francisco elegeram-no como chefe do grupo. Com tantas vezes tinha feito, mandou então preparar um sumptuoso banquete. Depois de saciados, saíram todos e percorreram a cidade, a cantar. Os companheiros, em grupo, iam à frente de Francisco; este, empunhando o bastão de chefe, fechava o cortejo, um pouco mais atrás, sem cantar, mergulhado nos seus pensamentos. E eis que, de súbito, o Senhor lhe aparece, enchendo-lhe o coração de uma doçura tal, que ele ficou sem conseguir falar, sem se mexer [...].Quando os companheiros se voltaram para trás e o viram assim tão longe deles, voltaram atrás e aproximaram-se, receosos; encontraram-no mudado, como se fosse outro homem. Perguntaram-lhe: «Em que é que pensavas para te esqueceres assim de nos seguir? Estarias a pensar em arranjar mulher?» «Têm toda a razão! Decidi ter esposa, uma esposa mais nobre, mais rica e mais bela do que todas as que vocês já viram». Os companheiros puseram-se a troçar dele [...].A partir daquele momento, ele fazia os possíveis para que Jesus Cristo lhe ocupasse a alma, e bem assim aquela pérola que tanto desejava comprar depois de tudo ter vendido (Mt 13, 46). Furtando-se frequentemente aos olhos dos que dele troçavam, ia muitas vezes – quase diariamente – rezar em segredo. De alguma maneira a isso era impelido pelo gozo antecipado daquela doçura extrema que tantas vezes o visitava e que com tanta força o atraía, estando ele na praça ou noutros locais públicos, para a oração.
Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 23 de maio de 2010

LITURGIA DO DIA - 23/05

Santo do dia

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Domingo de Pentecostes (ofício próprio)

O tema deste Domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.


LEITURAS
Livro dos Actos dos Apóstolos 2,1-11.
Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam. Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. Ora, residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Mas esses que estão a falar não são todos galileus? Que se passa, então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as maravilhas de Deus!»
Livro de Salmos 104,1.24.29-30.31.34.
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR! SENHOR, meu Deus, como Tu és grande! Estás revestido de esplendor e majestade! SENHOR, como são grandes as tuas obras! Todas elas são fruto da tua sabedoria! A terra está cheia das tuas criaturas! Se deles escondes o rosto, ficam perturbados; se lhes tiras o alento, morrem e voltam ao pó donde saíram. Se lhes envias o teu espírito, voltam à vida. E assim renovas a face da terra. Glória ao SENHOR por toda a eternidade! Que o SENHOR se alegre em suas obras! Que o meu cântico lhe seja agradável, pois no SENHOR encontro a minha alegria.
1ª Carta aos Coríntios 12,3-7.12-13.
Por isso, quero que saibais que ninguém, falando sob a acção do Espírito Santo, pode dizer: «Jesus seja anátema», e ninguém pode dizer: «Jesus é Senhor», senão pelo Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, para proveito comum. Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. De facto, num só Espírito, fomos todos baptizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito.
Evangelho segundo S. João 20,19-23.
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, Doutor da Igreja Sermões para o domingo e as festas dos santos (a partir da trad. Bayart, eds. Franciscanas 1944, p. 170)

«Também vós dareis testemunho»

Pentecostes é a palavra grega que quer dizer «quinquagésimo». Este quinquagésimo dia, que o povo judaico festejava, contava-se a partir do dia em que tinham imolado o cordeiro pascal; e isto porque, cinquenta dias depois da saída do Egipto, a Lei foi dada no cume incendiado do monte Sinai. Assim também, no Novo Testamento, cinquenta dias depois da Páscoa de Cristo, o Espírito Santo descia sobre os apóstolos e aparecia-lhes sob a forma de fogo. A Lei foi dada sobre o monte Sinai, o Espírito sobre o monte Sião; a Lei foi dada no cume da montanha, o Espírito no Cenáculo.«Todos os discípulos estavam reunidos no mesmo lugar. Subitamente fez-se ouvir um grande barulho». [...] Como diz o salmo, «o ímpeto do rio alegra a cidade de Deus» (45, 5). Um grande barulho acompanha a chegada Daquele que vem ensinar os fiéis. Notai como isso está de acordo com o que lemos no Êxodo: «Era já chegado o terceiro dia, e já tinha amanhecido, eis senão quando começaram a ouvir-se trovões, e o fuzilar de relâmpagos; e uma nuvem muito espessa cobriu o monte e um som de buzina muito forte atroava e todo o povo se atemorizou» (19, 16). O primeiro dia foi a Incarnação de Cristo; o segundo dia foi a Sua Paixão; o terceiro dia é a missão do Espírito Santo. Chegou este dia: ouve-se o trovão, faz-se um grande barulho; brilham os relâmpagos, os milagres dos apóstolos; uma espessa nuvem – a compunção do coração e a penitência – cobre a montanha, o povo de Jerusalém (Act 2, 37-38). [...]«Apareceu-lhes então como línguas de fogo». As línguas, as da serpente, de Eva e de Adão, tinham aberto à morte o acesso a este mundo. [...] É por isso que o Espírito aparece sob a forma de línguas, opondo línguas às línguas, curando pelo fogo o veneno mortal. [...] «Eles começaram a falar.» Eis o sinal da plenitude; o vaso repleto transborda; o fogo não pode conter-se. [...] Estas línguas diversas são as diferentes lições que Cristo nos deixou, como a humildade, a pobreza, a paciência, a obediência. Falamos essas línguas diversas quando damos ao próximo o exemplo dessas virtudes. Viva está a palavra, quando falam as obras. Façamos falar as nossas obras!
Fonte: Evangelho Quotidiano