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sábado, 28 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 28/06

Santo do dia

SANTO IRENEU (MO), BISPO E MÁRTIR (+200)
Ofício da memória. Missa própria:
Prefácio Comum ou dos Santos
Missa vespertina da Vigília dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo
Glória, Credo, Prefácio Próprio.
Leituras:
At 3, 1-10Sl 18(19), 2-3. 4-5 (R/. 5a);
Gl 1, 11-20Jo 21, 15-19
Santo Irineu foi bispo de Lião. Nasceu provavelmente em Esmirna, na Ásia Menor, por volta de 130-135. Viveu em uma época dilacerada por heresias que colocavam em risco a unidade da Igreja na fé. Discípulo de São Policarpo - que havia conhecido pessoalmente o apóstolo São João e outras testemunhas oculares de Jesus, Santo Irineu foi, sem dúvida, o escritor cristão mais importante do século II. Foi o primeiro a procurar fazer uma síntese do pensamento cristão, cuja influência se faz notar até nossos dias. Santo Irineu, cujo nome significa "paz", lutou para a preservação da paz e da unidade da Igreja. Era um homem equilibrado e cheio de ponderação. Escreveu ao papa Vítor, aconselhando-o mui respeitosamente a evitar toda e qualquer precipitação no que dissesse respeito às comunidades cristãs da Ásia. A Florino, seu amigo de infância que se tornou agnóstico, escreveu: Não te ensinaram estas doutrinas, Florino, os presbíteros que nos precederam, os que tinham sido discípulos dos apóstolos. Eu te lembro, criança como eu, na Ásia inferior, junto a Policarpo ... Recordo as coisas de então melhor que as recentes, talvez, porque aquilo que aprendemos em crianças parece que nos vai acompanhando e firmando em nós segundo passam os anos. Poderia assinalar o lugar onde se sentava Policarpo para ensinar ... seu modo de vida, os traços de sua fisionomia e as palavras que dirigia à multidão. Poderia reproduzir o que nos contava de seu trato com João e os demais que tinham visto o Senhor; e como repetia suas mesmas palavras ... Eu ouvia tudo isto com toda a alma e não o anotava por escrito porque me ficava gravado no coração e continuo pensando-o e repensando-o, pela Graça de Deus, cada dia.

Livro de Lamentações 2,2.10-14.18-19

Leitura do Livro das Lamentações:2O Senhor destruiu sem piedade todos os campos de Jacó; em sua ira deitou abaixo as fortificações da cidade de Judá; lançou por terra, aviltou a realeza e seus príncipes. 10Sentados no chão, em silêncio, os anciãos da cidade de Sião espalharam cinza na cabeça, vestiram-se de saco; as jovens de Jerusalém inclinaram a cabeça para o chão. 11Meus olhos estão machucados de lágrimas, fervem minhas entranhas; derrama-se por terra o meu fel diante da arruinada cidade de meu povo, vendo desfalecerem tantas crianças pelas ruas da cidade. 12Elas pedem às mães: "O trigo e o vinho, onde estão?" E vão caindo como derrubadas pela morte nas ruas da cidade, até expirarem no colo das mães. 13Com quem te posso comparar, ou a quem te posso assemelhar, ó cidade de Jerusalém? A quem te igualarei, para te consolar, ó cidade de Sião? Grande como o mar é tua aflição; quem poderá curar-te? 14Teus profetas te fizeram ver imagens falsas e insensatas, não puseram a descoberto a tua malícia, para tentar mudar a tua sorte; ao contrário, deram-te oráculos mentirosos e atraentes. 18Grite o teu coração ao Senhor, em favor dos muros da cidade de Sião; deixa correr uma torrente de lágrimas, de dia e de noite. Não te concedas repouso, não cessem de chorar as pupilas de teus olhos. 19Levanta-te, chora na calada da noite, no início das vigílias, derrama o teu coração, como água, diante do Senhor; ergue as mãos para ele, pela vida de teus pequeninos, que desfalecem de fome em todas as encruzilhadas.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 74(73),1-2.3-5.5-7.20-21

- Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
- Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
- Ó Senhor, por que razão nos rejeitastes para sempre e vos irais contra as ovelhas do rebanho que guiais? Recordai-vos deste povo que outrora adquiristes, desta tribo que remistes para ser a vossa herança, e do monte de Sião que escolhestes por morada!
- Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
- Dirigi-vos até lá para ver quanta ruína: no santuário o inimigo destruiu todas as coisas; e, rugindo como feras, no local das grandes festas, lá puseram suas bandeiras vossos ímpios inimigos.
- Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
- Pareciam lenhadores derrubando uma floresta, ao quebrarem suas portas com martelos e com malhos. Ó Senhor, puseram fogo mesmo em vosso santuário! Rebaixaram, profanaram o lugar onde habitais!
- Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
- Recordai vossa Aliança! A medida transbordou, porque nos antros desta terra só existe violência! Que não se escondam envergonhados o humilde e o pequeno, mas glorifiquem vosso nome o infeliz e o indigente!
- Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 8,5-17

Aclamação (Mt 8,17)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- O Cristo tomou sobre si nossas dores,/ carregou em seu corpo as nossas fraquezas.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Evangelho (Mt 8,5-17)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6"Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia". 7Jesus respondeu: "Vou curá-lo". 8O oficial disse: "Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: Vai!, e ele vai; e a outro: Vem!, e ele vem; e digo a meu escravo: Faze isto!, e ele faz". 10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: "Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó, 12enquanto os herdeiros do Reino serão jogados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes". 13Então, Jesus disse ao oficial: "Vai! e seja feito como tu creste". E, naquela mesma hora, o empregado ficou curado. 14Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra dele deitada e com febre. 15Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela se levantou, e pôs-se a servi-lo. 16Quando caiu a tarde, levaram a Jesus muitas pessoas possuídas pelo demônio. Ele expulsou os espíritos, com sua palavra, e curou todos os doentes, 17para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: "Ele tomou as nossas dores e carregou as nossas enfermidades".
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

«Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto»

Tendo vindo até junto de nós, Cristo encontrou o que nós temos em abundância: penas, dores e a morte. Eis o que tu tens, eis o que entre nós existe em abundância. Ele comeu contigo o que se encontrava em abundância na pobre casa da tua infelicidade. Ele bebeu vinagre, ele provou fel (Jo 19, 29) - tudo quanto encontrou na tua pobre casa.
Mas convidou-te para a Sua mesa magnífica, para a Sua mesa do céu, para a Sua mesa dos anjos, onde Ele mesmo é o pão (Jo 6, 34). Descendo até ti, e encontrando a infelicidade na tua pobre casa, não desdenhou de Se sentar à tua mesa, tal como era, e prometeu-te a Sua. [...] Assumiu a tua infelicidade, para te dar a Sua felicidade. Sim, dar-ta-á: Ele prometeu-nos a Sua vida.
E aquilo que realizou é ainda mais incrível: deu-nos em penhor a sua própria morte. É como se nos tivesse dito: «Convido-vos para a Minha vida, onde ninguém morre, onde se encontra a verdadeira felicidade, onde o alimento não se corrompe, mas restaura, onde nunca falta e tudo preenche. Vede para onde vos convido. Para o país dos anjos, para a amizade do Pai e do Espírito Santo, para uma refeição eterna, para a Minha amizade fraterna. Enfim, convido-vos para Mim mesmo, convido-vos para a Minha própria vida. Não quereis acreditar que vos darei a Minha vida? Tendes a Minha morte como testemunho.»

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 231
Fonte: Site Arautos do Evangelho

sexta-feira, 27 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 27/06

Santo do dia

XII SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício do dia de semana e Missa à escolha
ouParamentos brancos.
S. Cirilo de Alexandria Bispo e Doutor da Igreja, Memória Facultativa
NOSSA SENHORA DO PERPETUO SOCORRO


NOSSA SENHORA DO PERPETUO SOCORRO

Cirilo nasceu em 370, no Egipto, e durante muitos anos foi o firme condutor da Igreja do Egipto. Lutou pela ortodoxia da doutrina católica e presidiu o Concílio de Éfeso que definiu a maternidade de Maria, derrotando seu adversário Nestório que colocava em discussão a maternidade divina de Nossa Senhora. Durante o Concílio pronunciou o célebre “Sermão em louvor à Mãe de Deus” que marca o início do florescimento dos hinos em honra à Virgem Maria.A coragem e a persistência com a qual defendia a verdade católica deram a santidade a este bispo de Alexandria: “Nós – dizia – pela fé em Cristo, estamos prontos a sofrer tudo – algemas, cárcere, a própria morte”.São Cirilo morreu em 444. Sua santidade foi reconhecida no pontificado de Leão XIII que lhe outorgou também o título de Doutor da Igreja. A sua devoção foi assim estendida a toda a Igreja latina.

Livro de 2º Reis 25,1-12

Leitura do Segundo Livro dos Reis:1No nono ano do reinado de Sedecias, no dia dez do décimo mês, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio atacar Jerusalém com todo o seu exército. Puseram-lhe o cerco e construíram torres de assalto ao seu redor. 2A cidade ficou sitiada e rodeada de valas até o décimo primeiro ano do reinado de Sedecias. 3No dia nove do quarto mês, quando a fome se agravava na cidade e a população não tinha mais o que comer, 4abriram uma brecha na muralha da cidade. Então o rei fugiu de noite, com todos os guerreiros, pela porta entre os dois muros, perto do jardim real, se bem que os caldeus cercavam a cidade, e seguiram pela estrada que conduz a Arabá.5Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei e alcançou-o na planície de Jericó, enquanto todo o seu exército se dispersou e o abandonou. 6Os caldeus prenderam o rei e levaram-no a Rebla, à presença do rei da Babilônia, que pronunciou sentença contra ele. 7Matou os filhos de Sedecias, na sua presença, vazou-lhe os olhos e, preso com uma corrente de bronze, levou-o para Babilônia. 8No dia sete do quinto mês, data que corresponde ao ano dezenove do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nabuzardã, comandante da guarda e oficial do rei da Babilônia, fez a sua entrada em Jerusalém.9Ele incendiou o templo do Senhor e o palácio do rei e entregou às chamas todas as casas e os edifícios de Jerusalém. 10Todo o exército dos caldeus, que acompanhava o comandante da guarda, destruiu as muralhas que rodeavam Jerusalém. 11Nabuzardã, comandante da guarda, exilou o resto da população que tinha ficado na cidade, os desertores que se tinham passado ao rei da Babilônia e o resto do povo. 12E, dos pobres do país, o comandante da guarda deixou uma parte, como vinhateiros e agricultores.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 137(136),1-2.3.4-5.6

- Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!
- Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!
- Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião. Nos salgueiros por ali penduramos nossas harpas.
- Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!
- Pois foi lá que os opressores nos pediram nossos cânticos; nossos guardas exigiam alegria na tristeza: "Cantai hoje para nós algum canto de Sião!"
- Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!
- Como havemos de cantar os cantares do Senhor numa terra estrangeira? Se de ti, Jerusalém, algum dia eu me esquecer, que resseque a minha mão!
- Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!
- Que se cole a minha língua e se prenda ao céu da boca, se de ti não me lembrar! Se não for Jerusalém minha grande alegria!
- Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 8,1-4

Aclamação (Mt 8,17)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- O Cristo tomou sobre si nossas dores,/ carregou em seu corpo as nossas fraquezas.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Evangelho (Mt 8,1-4)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

1Tendo Jesus descido do monte, numerosas multidões o seguiam. 2Eis que um leproso se aproximou e se ajoelhou diante dele, dizendo: "Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar". 3Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: "Eu quero, fica limpo". No mesmo instante, o homem ficou curado da lepra. 4Então Jesus lhe disse: "Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho para eles". - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Comentários

Jesus estendeu a mão e tocou-o

Hoje em dia, a doença mais terrível do Ocidente não é a tuberculose nem a lepra, é a sensação de ser indesejado, de não ser amado, se ser abandonado. Tratamos as doenças do corpo por meio da medicina; mas o único remédio para a solidão, para a confusão e para o desespero é o amor. São muitas as pessoas que morrem neste mundo por falta de um pedaço de pão, mas são muitas mais as que morrem por falta de um pouco de amor. A pobreza no Ocidente é outra espécie de pobreza; não se trata apenas de uma pobreza de solidão, é também uma pobreza de espiritualidade. Há uma fome que é fome de amor, como também há uma fome de Deus.Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da CaridadeUm caminho simples

Fonte: Site Areautos do Evangelho

quinta-feira, 26 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 26/06

Santo do dia

XII SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício do dia de semana e Missa à escolha
Hoje a Igreja celebra :
S. José Maria Escrivá, presbítero, fundador, +1975
São Paio, mártir, +925

Josemaría Escrivá nasceu em Barbastro (Huesca, Espanha) no dia 9 de Janeiro de 1902. Os pais chamavam-se José e Dolores que deram aos filhos uma profunda educação cristã.Em 1915 faliu o negócio do pai, que era um industrial de tecidos, e ele teve de mudar-se para Logronho, onde encontrou outro trabalho. Nessa cidade, Josemaría apercebe-se da sua vocação pela primeira vez: depois de ver na neve umas pegadas dos pés descalços de um frade, intui que Deus deseja qualquer coisa dele, embora não saiba exactamente o que é. Pensa que poderá descobri-lo mais facilmente se se fizer sacerdote e começa a preparar-se para tanto, primeiro em Logronho, e mais tarde no seminário de Saragoça. Estuda Direito como aluno voluntário. O pai morre em 1924, e ele fica como chefe de família. Recebe a ordenação sacerdotal em 28 de Março de 1925 e começa a exercer o seu ministério numa paróquia rural e, depois, em Saragoça.Em 1927 muda-se para Madrid, com autorização do seu bispo, com o objectivo de se doutorar em Direito. Aí, no dia 2 de Outubro de 1928, no decorrer de um retiro espiritual, vê aquilo que Deus lhe pede e funda o Opus Dei. Desde então começa a trabalhar na fundação, ao mesmo tempo que continua exercendo o ministério sacerdotal, especialmente entre pobres e doentes. Além disso, estuda na Universidade de Madrid e dá aulas para manter a família.Quando rebenta a guerra civil encontra-se em Madrid, e a perseguição religiosa obriga-o a refugiar-se em diversos lugares. Exerce o ministério sacerdotal clandestinamente, até que consegue sair de Madrid. Depois de ter atravessado os Pirenéus, fixa residência em Burgos.Acabada a guerra, em 1939, regressa a Madrid e obtém o doutoramento em Direito. Nos anos que se seguem dirige numerosos retiros para leigos, para sacerdotes e para religiosos.Em 1946 fixa residência em Roma. Faz o doutoramento em Teologia pela Universidade Lateranense. É nomeado consultor de duas Congregações da Cúria Romana, membro honorário da Academia Pontifícia de Teologia e prelado honorário de Sua Santidade. De Roma desloca-se, em numerosas ocasiões, a diversos países da Europa - e em 1970 ao México -, a fim de impulsionar o estabelecimento e consolidação do Opus Dei nessas regiões. Com o mesmo objectivo, em 1974 e em 1975, realiza duas longas viagens pela América Central e do Sul, onde, além disso, tem reuniões de catequese com grupos numerosos de pessoas.A Santa Missa era a raiz e o centro da sua vida interior. O sentido profundo da sua filiação divina, vivido numa contínua presença de Deus Uno e Trino, levava-o a procurar em tudo a mais completa identificação com Jesus Cristo, a uma devoção terna e forte a Nossa Senhora e a S. José, a um trato habitual e confiado com os Santos Anjos da Guarda e a ser um semeador de paz e de alegria por todos os caminhos da terra.Mons. Escrivá oferecera a sua vida, repetidas vezes, pela Igreja e pelo Romano Pontífice. O Senhor acolheu esta oferta e Mons. Escrivá entregou santamente a alma a Deus, em Roma, no dia 26 de Junho de 1975, no seu quarto de trabalho.

S. Paio (ou Pelágio) era natural da Galiza e sobrinho de Hermígio, bispo de Tui. Nasceu no início do séc. X.Tendo participado, como pagem, na dura batalha que opôs Ordonho II de Leão a Abdemarrão III, emir de Córdova, foi feito prisioneiro e levado para esta cidade. As negociações entre as partes permitiram a libertação do bispo Hermígio, mas Paio teve de ficar como refém, apesar de ser ainda muito novo. A sua formosura despertou sentimentos de desejo tanto no rei como num dos seus filhos, que tudo fizeram para o seduzir. A todos resistiu o jovem, o que exacerbou a ira do rei que o mandou torturar até que cedesse aos seus apetites. No entanto, a fortaleza de ânimo de Paio foi superior à violência dos algozes que o despedaçaram e acabaram por lançá-lo ao rio Guadalquivir. Tinha 13 anos de idade.A sua fama espalhou-se por todo o nordeste da Península, havendo hoje muitas localidades portuguesas que têm o seu nome.

Livro de 2º Reis 24,8-17

Leitura do Segundo Livro dos Reis:
8Joaquim tinha dezoito anos quando começou a reinar e reinou três meses em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Noestã, filha de Elnatã, de Jerusalém. 9E ele fez o mal diante do Senhor, segundo tudo o que seu pai tinha feito. 10Naquele tempo, os oficiais de Nabucodonosor, rei da Babilônia, marcharam contra Jerusalém e a cidade foi sitiada. 11Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio em pessoa atacar a cidade, enquanto seus soldados a sitiavam. 12Então Joaquim, rei de Judá, apresentou-se ao rei da Babilônia, com sua mãe, seus servos, seus príncipes e seus eunucos. E o rei da Babilônia os fez prisioneiros. Isto aconteceu no oitavo ano de seu reinado. 13Nabucodonosor levou todos os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, e quebrou todos os objetos de ouro que Salomão, rei de Israel, havia fabricado para o templo do Senhor, conforme o Senhor havia anunciado. 14Levou para o cativeiro Jerusalém inteira, todos os príncipes e todos os valentes do exército, num total de dez mil exilados, e todos os ferreiros e serralheiros; só deixou a população mais pobre do país. 15Deportou Joaquim para a Babilônia, e do mesmo modo exilou de Jerusalém para a Babilônia a rainha-mãe, as mulheres do rei, seus eunucos e todos os nobres do país. 16Todos os homens fortes, num total de sete mil, os ferreiros e os serralheiros em número de mil, todos os homens capazes de empunhar armas, foram conduzidos para o exílio pelo rei da Babilônia. 17E, em lugar de Joaquim, ele nomeou seu tio paterno, Matanias, mudando-lhe o nome para Sedecias.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 79(78),1-2.3-5.8.9

- Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos, ó Senhor!
- Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos, ó Senhor!
- Invadiram vossa herança os infiéis, profanaram, ó Senhor, o vosso templo, Jerusalém foi reduzida a ruínas! Lançaram aos abutres como pasto os cadáveres dos vossos servidores; e às feras da floresta entregaram os corpos dos fiéis, vossos eleitos.
- Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos, ó Senhor!
- Derramaram o seu sangue como água em torno das muralhas de Sião, e não houve quem lhes desse sepultura! Nós nos tornamos o opróbrio dos vizinhos, um objeto de desprezo e zombaria para os povos e àqueles que nos cercam. Mas até quando, ó Senhor, veremos isto? Conservareis eternamente a vossa ira? Como fogo arderá a vossa cólera?
- Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos, ó Senhor!
- Não lembreis as nossas culpas do passado, mas venha logo sobre nós vossa bondade, pois estamos humilhados em extremo. Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador. Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! Por vosso nome, perdoai nossos pecados!
- Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos, ó Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 7,21-29

Aclamação (Jo 14,23)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Quem ama, realmente, guardará minha palavra/ e meu Pai o amará e a ele nós viremos.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Evangelho (Mt 7,21-29)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21"Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Naquele dia, muitos vão me dizer: Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres? 23Então eu lhes direi publicamente: Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!" 28Quando Jesus acabou de dizer estas palavras, as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento. 29De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Erigidos sobre a rocha

Certa noite, passeava eu à beira-mar; como diz a Escritura: «Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se» (Jo 6,18). As ondas agitavam-se ao longe e galgavam a costa, batendo nas rochas, desfazendo-se em espuma e gotículas. Pequenas pedras, algas e as conchas mais pequenas eram arrastadas pelas águas e atiradas para a praia, mas as rochas ali estavam, mantendo-se firmes e inabaláveis, como se tudo estivesse calmo, apesar dos açoites que as fustigavam [...]Tirei uma lição desse espectáculo. Não será esse mar a nossa vida e a própria condição humana? Também nestas há muita amargura e instabilidade. E os ventos, não serão eles as tentações que nos assaltam, e os golpes imprevistos da vida? Era isto, creio, aquilo em que meditava David quando exclamou: «Salva-me, ó Deus, porque as águas quase me submergem! [...] Entrei no abismo de águas sem fundo e a corrente está a arrastar-me» (Sl 68). Das pessoas que por tal prova passam, umas parecem objectos leves e sem vida que se deixam levar sem opor a mínima resistência; nelas não há firmeza alguma; não têm o contrapeso de uma razão sábia que lute contra as investidas. Outras parecem rochedos, dignas do Rocha sobre a qual fomos erigidos e que adoramos; formadas pela razão da verdadeira sabedoria, estas elevam-se acima da fraqueza comum e tudo suportam com uma constância inabalável.

S. Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja
Discurso 26; PG 35, 1238

Fonte: Site Arautos do Evangelho

quarta-feira, 25 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 25/06

Santo do dia

XII SEMANA DO TEMPO COMUM

Ofício do dia de semana e Missa à escolha
São Máximo, bispo de Turim, +séc. V

São Máximo, bispo de Turim, que nasceu mais ou menos nos meados do século IV no Piemonte e morreu entre 408 e 423, é considerado o fundador da diocese de Turim, erigida pela iniciativa de santo Ambrósio e de santo Eusébio de Vercelli, de quem o próprio São Máximo se declarava discípulo. Do seu grande empenho apostólico dão testemunho os numerosos sermões e homilias, escritos com estilo claro e persuasivo, nos quais se percebe um caráter manso e benévolo, que sabe todavia reprovar e advertir com firmeza e às vezes com sutil ironia. Ele exorta seus fiéis, amedrontados pela aproximação do exército dos bárbaros a empunhar as armas do “jejum, da oração e da misericórdia” e aos medrosos que se apressavam a fugir da cidade diz: “É injusto e ímpio o filho que abandona a mãe no perigo. A pátria é sempre uma doce mãe.” Quando tratava dos temas de catequese dogmática, a sua palavra iluminadora hauria plenamente das páginas da Sagrada Escrituras, que interpretava com perfeita ortodoxia.

Livro de 2º Reis 22,8-13.23,1-3

Leitura do Segundo Livro dos Reis:
Naqueles dias, 22,8o sumo sacerdote Helcias disse ao secretário Safã: "Achei o livro da Lei na casa do Senhor!" Helcias deu o livro a Safã, que também o leu. 9Então o secretário Safã foi à presença do rei e fez-lhe um relatório nestes termos: "Os teus servos juntaram o dinheiro que se achou no templo e entregaram-no aos empreiteiros encarregados do templo do Senhor". 10Em seguida, o secretário Safã comunicou ao rei: "O sacerdote Helcias entregou-me um livro". E Safã leu-o diante do rei. 11Ao ouvir as palavras do livro da Lei, o rei rasgou as suas vestes. 12E ordenou ao sacerdote Helcias, a Aicam, filho de Safã, a Acobor, filho de Miquéias, ao secretário Safã e a Asaías, ministro do rei: 13"Ide e consultai o Senhor a meu respeito, a respeito do povo e de todo o Judá, sobre as palavras deste livro que foi encontrado. Grande deve ser a ira do Senhor que se inflamou contra nós, porque nossos pais não obedeceram as palavras deste livro, nem puseram em prática tudo o que nos fora prescrito".23,1Então o rei mandou que se apresentassem diante dele todos os anciãos de Judá e de Jerusalém. 2E subiu ao templo do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, do maior ao menor. Leu diante deles todo o conteúdo do livro da Aliança que tinha sido achado na casa do Senhor. 3De pé, sobre o seu estrado, o rei concluiu a aliança diante do Senhor, obrigando-se a seguir o Senhor e a observar seus mandamentos, preceitos e decretos, de todo o seu coração e de toda a sua alma, cumprindo as palavras da Aliança escritas naquele livro. E todo o povo aderiu à Aliança.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 119,33.34.35.36.37.40

- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
- Ensinai-me a viver vossos preceitos; quero guardá-los fielmente até o fim!
- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
- Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei, e de todo o coração a guardarei.
- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
- Guiai meus passos no caminho que traçastes, pois só nele encontrarei felicidade.
- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
- Inclinai meu coração às vossas leis, e nunca ao dinheiro e à avareza.
- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
- Desviai o meu olhar das coisas vãs, dai-me a vida pelos vossos mandamentos!
- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
- Como anseio pelos vossos mandamentos! Dai-me a vida, ó Senhor, porque sois justo!
- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 7,15-20

Aclamação (Jo 15,4a.5b)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Ficai em mim, e eu em vós ficarei, diz Jesus:/ quem em mim permanece há de dar muito fruto.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Evangelho (Mt 7,15-20)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
15"Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? 17Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má, produz frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 19Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis". - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Comentários

Dar bons frutos

Numa vinha, revolve-se a terra à volta das vides e mondam-se as ervas daninhas. Também o homem se deve mondar a si próprio, e estar profundamente atento ao que mais poderá ainda arrancar no fundo do seu ser, para que o Sol divino possa aproximar-se mais de si e em si brilhar. Se deixares a força do alto fazer a sua obra [...], o sol tornar-se-á brilhante, dardejará os seus quentes raios sobre os frutos e torná-los-á mais e mais transparentes. Maior doçura terão, finíssimas se tornarão as suas finas cascas. Assim é também no domínio espiritual. Os obstáculos de permeio tornam-se por fim tão ténues, que recebemos ininterruptamente os toques divinos, de muito perto. E sempre que nos voltarmos para Ele, encontraremos no interior o divino Sol a brilhar com muito mais intensidade que todos os sóis que alguma vez brilharam no firmamento. E assim tudo no homem será deificado a tal ponto que ele já não sentirá, não experimentará nem verdadeiramente conhecerá, com tão profundo conhecimento, mais nada a não ser Deus, e tal conhecimento ultrapassará em muito o modo de conhecimento da razão.Arrancaremos por fim as folhas aos sarmentos, para que o sol possa bater nos frutos sem encontrar obstáculo algum. Assim será com os homens: tudo o que estiver de permeio cairá e tudo receberão de modo imediato. Cairão orações, representações de santos, práticas de devoção, exercícios. Mas que o homem se livre de rejeitar estas práticas enquanto por si próprias elas não caírem. Só então, atingido esse estádio, o fruto se há-de tornar tão doce, de uma forma tão indescritível, que não haverá razão capaz de tal compreender [...] Seremos já só um com a doçura divina, ainda que o Ser divino penetre completamente o nosso ser, e que sejamos como uma gota num grande tonel de vinho [...]. Aqui, as boas intenções, a humildade, são a mera simplicidade, um mistério tão essencialmente pacificador, que teremos, até, dificuldade em tomar consciência disso.
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo
Sermão 7
Fonte : Site Arautos do Evangelho

terça-feira, 24 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 24/06

Santo do dia

NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA, solenidade
Ofício solene próprio.Missa própria.
Glória, Credo, Prefácio próprio
São João Baptista
Solenidade
São João Baptista era filho de Zacarias e de Santa Isabel. Chamava-se "Baptista" pelo facto de pregar um baptismo de penitência (cf. Lucas 3,3). João, cujo nome significa "Deus é propício", veio à luz em idade avançada de seus pais (cf. Lucas 1,36). Parente de Jesus, foi o precursor do Messias. É João Baptista que aponta Jesus, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim, vem um homem que passou adiante de mim, porque existia antes de mim" (João 1,29ss.). De si mesmo deu este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai os caminhos do Senhor ..." (João 1,22ss.). São Lucas, no primeiro capítulo de seu Evangelho, narra a concepção, o nascimento e a pregação de João Baptista, marcando assim o advento do Reino de Deus no meio dos homens. A Igreja celebra-o desde os primeiros séculos do cristianismo. É o único santo cujo nascimento (24 de Junho) e martírio são evocados em duas solenidades pelo povo cristão. O seu nascimento é celebrado pelo povo com grande júbilo: cantos e danças folclóricas, fogueiras e quermesses fazem da sua festa uma das mais populares e queridas da nossa gente.

Livro de Isaías 49,1-6

Leitura do Livro do Profeta Isaías:1Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: "Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado". 4E eu disse: "Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa". 5E agora diz-me o Senhor - ele que me preparou desde o nascimento para ser seu Servo - que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. 6Disse ele: "Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra".
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 139(138),1-3.13-14.14-15

- Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
- Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
- Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos; percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
- Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
- Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
- Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
- Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis, quando eu era modelado ocultamente, era formado nas entranhas subterrâneas.
- Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

Livro dos Actos dos Apóstolos 13,22-26

Leitura dos Atos dos Apóstolos:Naqueles dias, Paulo disse: 22"Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade. 23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus. 24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias. 26Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação".
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Lucas 1,57-66.80

Aclamação (Lc 1,76)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Serás chamado, ó menino, o profeta do Altíssimo:/ irás diante do Senhor, preparando-lhe os caminhos.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Evangelho (Lc 1,57-66.80)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor.

57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém disse: "Não! Ele vai chamar-se João". 61Os outros disseram: "Não existe nenhum parente teu com esse nome!" 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: "João é o seu nome". E todos ficaram admirados. 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judéia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: "O que virá a ser este menino?" De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

O perfil de um profeta

Pelo conjunto das leituras bíblicas desta solenidade, que se vem celebrando na liturgia eclesial desde o século IV, a figura de S. João Batista aparece-nos marcada com o perfil dos profetas. As primeiras leituras (vigília e dia) foram tiradas respectivamente de Jeremias e Isaías, do relato do chamamento por Deus ao profetismo, já desde o seio materno.
As segundas leituras incidem igualmente na recordação neotestamentária dos profetas anteriores a Cristo, entre os quais se destaca, pela sua missão, João Batista, o precursor imediato do Messias. Finalmente, pelas leituras evangélicas da vigília e do dia, tiradas do primeiro capítulo de S. Lucas, vemos que S. João entra - e o último - na numerosa lista bíblica de «filhos presente de Deus» aos casamentos estéreis e de idade avançada, como é o caso de Zacarias e Isabel, seus pais. O seu nascimento extraordinário revela um destino especial e anuncia uma missão, como é o caso de outros profetas no Antigo Testamento, por exemplo, Samuel.
Em breves traços, os evangelistas descrevem a silhueta de S. João Batista como a de um verdadeiro profeta. O seu poder de fascínio e atração sobre o povo não radica precisamente no seu estilo suave, lisonjeiro ou ternurento, mas antes no seu perfil austero, penitencial e radical, de servidor insubornável da verdade, sincero até à dureza e à falta de diplomacia. A sua linguagem, o seu vestuário, a sua ementa e a sua vida no deserto caracterizam um homem carismático, que é o primeiro a viver a mensagem de conversão que proclama.
Do conjunto dos evangelhos, especialmente dos primeiros capítulos dos sinóticos, que se lêem nos domingos de Advento, concluem-se estes traços que desenham uma personalidade de João Batista como homem:
a) Sincero e honesto, que confessa sem reservas a sua condição de precursos do Messias, e pratica a denúncia profética do mal, ainda que isso lhe custe a vida, como sucedeu com Herodes Antipas, casado a mulher do seu irmão Felipe.
b) Humilde e sensato, que reconhece que a sua pessoa e mensagem estão em função de outro superior a ele: Jesus.
c) Com uma clara vocação de testemunha da luz que é Cristo, o Messias.
Ao testemunho fiel de João Batista em favor da messianidade de Jesus, este correspondeu com o aval sobre a grandeza sem igual do seu precursor: João é o maior dos profetas, é o maior de todos os nascidos de mulher.
[(A Palavra de Cada Domingo - Ano A), B. Caballero]
* * *
É com razão que o nascimento deste menino foi para muitos causa de alegria: ainda o é hoje. Dado a seus pais na velhice, veio pregar a um mundo que envelhecia a graça de um novo nascimento. É bom que a Igreja festeje solenemente esta natividade, fruto maravilhoso da graça com o qual a natureza se maravilha.
Esta lâmpada destinada a iluminar o mundo (Jo 5,35), traz com o seu nascimento uma alegria nova, porque foi graças a ela que se reconheceu a verdadeira Luz, que brilha nas trevas mas que as trevas não quiseram receber (Jo 1,5-9). Sim, o nascimento deste menino trouxe uma alegria indizível pois é para o mundo fonte de tão grandes bens. Ele foi o primeiro a instruir a Igreja, começando a formá-la pela penitência, preparando-a pelo batismo e, quando a tinha já preparada, entregando-a a Cristo e unindo-a a Ele (Jo 3,29). Ensinou-a a viver na sobriedade e, com o exemplo da sua própria morte, deu-lhe forças para morrer com coragem. Desse modo, ele preparou para o Senhor um povo perfeito (Lc 1,17).

[Beato Guerric dIgny (c.1080-1157), abade cisterciense - Sermão 1 para S. João Baptista, §2)]
Fonte: Site Arautos do Evangelho

segunda-feira, 23 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 23/06

Santo do dia

XII SEMANA DO TEMPO COMUM

Ofício do dia de semana e Missa à escolha
Paramentos brancos.
Missa Vespertina da Vigília de São João Batista:
com Glória, Credo, e Prefácio próprio.
Beato Bento Menni, presbítero, fundador, +1914

Bento Menni, nasceu em Milão, a 11 de Março de 1841. Ainda jovem, aprendeu o amor aos pobres e doentes no serviço voluntário aos feridos de guerra. Aos 19 anos, entrou na Ordem Hospitaleira. Foi ordenado sacerdote em 1866. No ano seguinte, com 26 anos apenas foi enviado pelo Papa Pio IX a Espanha, para restaurar a sua Ordem. Frente à urgente necessidade de atendimento às mulheres doentes mentais, fundou a Congregação das Irmãs Hospitaleiras, junto com Maria Josefa Recio e Angustias Gimenez, em 31 de Maio de 1881. Ele mesmo implantou a Congregação em Portugal. A sua vida foi testemunho fiel do amor de Deus aos mais pobres e marginalizados. Morreu em 24 de Abril de 1914 em Dinan (França). O Papa João Paulo II beatifícou-o em 23 de Junho de 1985.

Livro de 2º Reis 17,5-8.13-15.18

Leitura do Segundo Livro dos Reis:Naqueles dias, 5Salmanasar, rei da Assíria, invadiu todo o país. E, chegando a Samaria, sitiou-a durante três anos.6No nono ano de Oséias, o rei da Assíria tomou Samaria e deportou os habitantes de Israel para a Assíria, estabelecendo-os em Hala e nas margens do Habor, rio de Gozã, e nas cidades da Média. 7Isto aconteceu porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os tinha tirado do Egito, libertando-os da opressão do Faraó, rei do Egito, porque tinham adorado outros deuses. 8Eles seguiram os costumes dos povos que o Senhor havia expulsado de diante deles, e as leis introduzidas pelos reis de Israel. 13O Senhor tinha advertido seriamente Israel e Judá por meio de todos os profetas e videntes, dizendo: "Voltai dos vossos maus caminhos e observai meus mandamentos e preceitos, conforme todas as leis que prescrevi a vossos pais e que vos comuniquei por intermédio de meus servos, os profetas".14Eles, porém, não prestaram ouvidos, mostrando-se tão obstinados quanto seus pais, que não tinham acreditado no Senhor, seu Deus. 15aDesprezaram as suas leis e a aliança que tinham feito com seus pais, e os testemunhos com que os havia garantido. 18O Senhor indignou-se profundamente contra os filhos de Israel e rejeitou-os para longe da sua face, restando apenas a tribo de Judá.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 60,3.4-5.12-13

- Vossa mão nos ajude, ouvi-nos Senhor!
- Vossa mão nos ajude, ouvi-nos Senhor!
- Rejeitastes, ó Deus, vosso povo e arrasastes as nossas fileiras; vós estáveis irado: voltai-vos!
- Vossa mão nos ajude, ouvi-nos Senhor!
- Abalastes, partistes a terra, reparai suas brechas, pois treme. Duramente provastes o povo, e um vinho atordoante nos destes.
- Vossa mão nos ajude, ouvi-nos Senhor!
- Quem me leva à cidade segura, e a Edom quem me vai conduzir, se vós, Deus, rejeitais vosso povo e não mais conduzis nossas tropas?
- Vossa mão nos ajude, ouvi-nos Senhor!
- Dai-nos, Deus, vosso auxílio na angústia; nada vale o socorro dos homens! Mas com Deus nós faremos proezas, e ele vai esmagar o opressor.
- Vossa mão nos ajude, ouvi-nos Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 7,1-5

Aclamação (Hb 4,12)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- A palavra do Senhor é viva e eficaz:/ ela julga os pensamentos e as intenções do coração.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Evangelho (Mt 7,1-5)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
1"Não julgueis, e não sereis julgados. 2Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes. 3Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho? 4Ou, como podes dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão".
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Não julgueis e não sereis julgados

Não condenar os outros. A partir do capítulo 7 de S. Mateus, que hoje começamos a ver, o discurso da montanha parece tomar uma nova profundidade, orientado mais em particular para os discípulos, isto é, para os membros da comunidade cristã de Mateus e de todos os tempos. "Não julgueis e não vos julgarão... A medida que usardes usá-la-ão convosco... Como podes dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho, tendo uma trave no teu?
O contraste exagerado entre o cisco no olho alheio e a trave no próprio pode refletir um provérbio popular de então, a rápida observação das faltas dos outros, em contraste com a tolerância das faltas do próprio caráter, é tema comum em muitos adágios de todas as culturas e idiomas.
Com a lição do evangelho de hoje Jesus pretende chamar a atenção dos seus discípulos para um perigo que os ronda: constituírem-se pseudo-elite, crerem-se superiores e separarem-se dos outros, como fariseus. O significado da palavra fariseu é separado.
O sentido que tem aqui o verbo "julgar" não é simplesmente fazer-se uma opinião, algo que dificilmente poderemos evitar, mas julgar duramente, ou seja, condenar os outros, como se diz na passagem paralela de S. Lucas: "Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados" (6, 37).
Três razões para não condenar. Não devemos julgar e condenar os outros por muitas razões, entre outras por estas três:
1.ª - O julgamento pertence a Deus e não a nós, porque só Deus conhece a fundo o coração do homem. Constituir-se em juiz dos outros é uma ousadia irresponsável, é tomar o lugar de Deus. Deus aceita-nos e ama todos tal como somos, e olha-nos com amor de Pai que dissimula as faltas dos seus filhos, a quem vê através do seu próprio Filho, Cristo.
Se, anteriormente, ao longo do discurso da montanha, Jesus falou do perdão das ofensas e do amor inclusivamente ao inimigo, para tentar aproximar-nos ao menos um pouco da perfeição de Deus, agora está apontando à imitação da sua misericórdia. Como diz o livro da Sabedoria, Deus compadece-se de todos corrige os que caem para que se convertam e acreditem nEle (11, 23 ss).
2.ª - A medida que usarmos com os outros, usá-la-ão conosco. Isso não quer dizer que Deus - a quem não se menciona no texto por respeito - nos julgará com a nossa medida injusta e impiedosa. Esse não é o seu modo de proceder. Certamente, quem age assim com os outros, expõe-se a um julgamento mais severo para si mesmo.
Deus teria, digamos, duas medidas para o seu julgamento: uma de justiça, outra de misericórdia. Ele medir-nos-á com aquela que nós utilizarmos, nesta vida, com os irmãos. É a mesma lição da parábola do devedor insolvente que é perdoado e não perdoa, ou a contida petição do Pai-nosso: perdoa as nossas ofensas... O que condena o irmão auto-exclui-se do perdão de Deus e cai sob a jurisdição da lei, que não deixará de o acusar e condenar como imperfeito que é.
3.ª - Todos somos imperfeitos, tanto e mais que os outros, ainda que, julgando-os com superioridade, os desprezemos. Tal atitude, desprovida de amor, provém da nossa própria cegueira que nos impede de ver os nossos defeitos. Manter a conscientemente tal postura é hipocrisia astuta, cujo modelo no evangelho são escribas e fariseus.
É muito velho o costume de criticar os outros. Assim, pensamos justificar-nos a nós como melhores. Mas, a experiência demonstra que os mais críticos, os que julgam ser perfeitos, saber tudo e ter a melhor solução para qualquer problema, costumam ser os que menos fazem e levam aos outros.
Um olhar no espelho, uma vista de olhos à nossa pequenez e insignificância, à nossa "trave" no olho, minimizará sem dúvida as falhas dos outros, e far-nos-á mais tolerantes e acolhedores, pensando que os outros também têm que suportar-nos a nós. Conhecer as nossas próprias limitações, admiti-las e aceitá-las ensinar-nos-á a saber estar e viver com os outros. Assim, caminharemos em verdade e simplicidade, com ânimo de fraternidade, tolerância e compreensão para com os outros sem os condenar.
Se Deus é otimista a respeito do homem e o ama apesar de tudo, o discípulo de Cristo há-de ser o mesmo em relação aos seus irmãos. Este é um caminho mais seguro para a realização e a felicidade pessoal do que o engano da presunção.

(Apud "A Palavra de Cada Dia", de B. Caballero)
Fonte: Site Arautos do Evangelho

domingo, 22 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 22/06

Santo do dia

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM

4ª semana do SaltérioOfício dominical comum.Missa própria: Glória, Credo, Prefácio dos domingos comuns.

Paulino de Nola, Nasceu em Bordéus (França) no ano de 355. Seguiu desde jovem a carreira política e exerceu diversos cargos públicos; contraíu matrimónio e teve um filho. Com desejos de vida austera, recebeu o Baptismo e, renunciando a todos os bens, abraçou a vida monástica, indo estabelecer-se em Nola (Itália). Mais tarde, foi ordenado bispo desta cidade. Empenhou-se generosamente em ajudar os peregrinos e aliviar todas as necessidades do seu tempo. Compôs uma colecção de poemas, notáveis pela elegância do seu estilo.

João Fisher, nasceu no ano de 1469, estudou em Cambridge (Inglaterra) e foi ordenado sacerdote. Mais tarde, foi nomeado bispo de Rochester, cargo que exerceu com uma vida de grande austeridade e intenso zelo apostólico, visitando com frequência os seus fiéis. Escreveu também diversas obras contra os erros do seu tempo.Foi decapitado em 1535 por ordem do rei Henrique VIII, por se ter recusado a ceder na questão da pretendida anulação do seu matrimónio. Enquanto estava no cárcere, foi designado cardeal pelo papa Paulo III.

Thomas More, Inglês, nascido em 1477, foi decapitado em Londres, por ordem de Henrique VIII pela sua fidelidade à Sé apostólica romana. Estudou na Universidade de Oxford. Era de carácter extremamente simpático. De honrada burguesia, filho de um juiz. Foi pajem do arcebispo de Cantuária. Pai de família, teve um filho e três filhas. Era jurista e amigo de Erasmo, que lhe dedicou a sua obra-prima: "O Elogio da loucura". Foi nomeado chanceler do Reino. Deixou várias obras escritas, versando sobre negócios civis e liberdade religiosa. A sua obra mais conhecida intitula-se "A Utopia" (vocábulo grego que significa: em parte nenhuma). Opôs-se duramente ao divórcio de Henrique VIII, que desejava anular seu primeiro casamento a fim de casar-se com Ana Bolena. Recusou-se a comparecer aos cerimoniais de coroação da nova rainha. Por ordem do rei, foi preso e lançado na Torre de Londres. Na prisão escreveu Diálogo do Conforto nas Tribulações. Mesmo condenado à forca, não perdeu o seu peculiar bom humor cristão, sua naturalidade e simplicidade. No dia da execução, pediu ajuda para subir ao cadafalso. E disse ao povo: "Morro leal a Deus e ao Rei, mas a Deus antes de tudo". E abraçando o carrasco, disse: "Coragem, amigo, não tenhas medo! Mas como tenho o pescoço muito curto, atenção! Está nisso a tua honra!" E pediu para que não lhe estragasse a barba, porque ela, ao menos, não cometera nenhuma traição. Morreu no dia 6 de Julho de 1535. Foi beatificado em 1886 por Leão XIII e canonizado em 1935 por Pio XI.

Livro de Jeremias 20,10-13

Leitura do Livro do profeta Jeremias:

Jeremias disse: 10"Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: Denunciai-o, denunciemo-lo. Todos os amigos observam minhas falhas: Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele. 11Mas o Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se apaga! 12Ó Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha causa. 13Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem das mãos dos maus".

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 69(68),8-10.14.17.33-35

- Atendei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!
- Atendei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!
- Por vossa causa é que sofri tantos insultos,/ e o meu rosto se cobriu de confusão;/ eu me tornei como um estranho a meus irmãos,/ como estrangeiro para os filhos de minha mãe./ Pois meu zelo e meu amor por vossa casa/ me devoram como fogo abrasador.
- Atendei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!
- Por isso elevo para vós minha oração,/ neste tempo favorável, Senhor Deus!/ Respondei-me pelo vosso imenso amor,/ pela vossa salvação que nunca falha!/ Senhor, ouvi-me, pois suave é vossa graça,/ ponde os olhos sobre mim com grande amor!
- Atendei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!
- Humildes, vede isto e alegrai-vos:/ o vosso coração reviverá,/ se procurardes o Senhor continuamente!/ Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres,/ e não despreza o clamor de seus cativos./ Que céus e terra glorifiquem o Senhor,/ com o mar e todo ser que neles vive!
- Atendei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!

Carta aos Romanos 5,12-15

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: 12O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram. 13Na realidade, antes de ser dada a Lei, já havia pecado no mundo. Mas o pecado não pode ser imputado, quando não há lei. 14No entanto, a morte reinou, desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não pecaram como Adão, o qual era a figura provisória daquele que devia vir. 15Mas isso não quer dizer que o dom da graça de Deus seja comparável à falta de Adão! A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 10,26-33

Aclamação
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- Aleluia, Aleluia, Aleluia! (bis)
O Espírito Santo, a Verdade,/ de mim irá testemunhar,/ e vocês minhas testemunhas/ vão ser em todo lugar!

Anúncio do Evangelho (Mt 10,26-33)
- O Senhor esteja convosco!
- Ele está no meio de nós.
- PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos:
26"Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. 27O que vos digo na escuridão dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! 28Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno! 29Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. 30Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. 31Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais.32Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. 33Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

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Tende temor, mas não tenhais medo

O Evangelho deste domingo oferece várias sugestões, mas todas podem se resumir nesta frase aparentemente contraditória: «Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno». Não devemos ter temor nem medo dos homens; de Deus devemos ter temor, mas não medo.
Portanto, há uma diferença entre medo e temor; tentemos compreender por que e em que consiste. O medo é uma manifestação de nosso instinto fundamental de conservação. É a reação a uma ameaça para nossas vida, a resposta a um verdadeiro ou suposto perigo: desde o perigo maior, que é o da morte, aos perigos particulares que ameaçam a tranqüilidade ou a incolumidade física, ou nosso mundo afetivo.
Segundo se trate de perigos reais ou imaginários, fala-se de medos justificados e de medos injustificados ou patológicos. Como as doenças, os medos podem ser agudos ou crônicos. Os medos agudos foram determinados por uma situação de perigo extraordinária. Se estou a ponto de ser atropelado por um carro, ou começo a sentir que a terra treme sob meus pés por causa de um terremoto, então estou diante de medos agudos. Esses sustos surgem improvisadamente, sem avisar, e assim desaparecem ao terminar o perigo, deixando talvez uma má recordação. Os medos crônicos são os que convivem conosco, que se convertem em parte de nosso ser, e inclusive acabamos nos acostumando com eles. Nós os chamamos de complexos ou fobias: claustrofobias, agorafobia, etc.
O evangelho nos ajuda a libertar-nos de todos estes medos, revelando o caráter relativo, não absoluto dos perigos que os provocam. Há algo de nós que ninguém nem nada no mundo pode tirar-nos ou ferir: para os fiéis, trata-se da alma imortal; para todos, o testemunho da própria consciência.
Algo muito diferente do medo é o temor de Deus. O temor de Deus se aprende: «Vinde, filhos, escutai-me: eu vos instruirei no temor do Senhor» (Salmo 33, 12); pelo contrário, o medo, não tem necessidade de ser aprendido no colégio; a natureza se encarrega de infundir-nos medo.
O mesmo sentido do temor de Deus é diferente do medo. É um elemento de fé: nasce da consciência de quem é Deus. É o mesmo sentimento que se apodera de nós diante de um espetáculo grandioso e solene da natureza. É o sentimento de sentir-nos pequenos diante de algo que é imensamente maior que nós; é surpresa, maravilha, mescladas com admiração. Diante do milagre do paralítico que se levanta e caminha, pode ler-se no evangelho, «o assombro se apoderou de todos, e glorificavam a Deus. E cheios de temor, diziam: hoje vimos coisas incríveis» (Lucas 5, 26). O temor, neste caso, é o outro nome da maravilha, do louvor.
Este tipo de temor é companheiro e aliado do amor: é o medo de desagradar o amado que se pode ver em todo verdadeiro enamorado, também na experiência humana. Com freqüência é chamado «princípio de sabedoria», pois leva a tomar decisões justas na vida. É nada mais e nada menos que um dos sete dons do Espírito Santo (cf. Isaías 11, 2)!
Como sempre, o evangelho não só ilumina nossa fé, mas nos ajuda também a compreender nossa realidade cotidiana. Nossa época foi definida como uma época de angústia (W. H. Auden). A ansiedade, filha do medo, converteu-se na doença do século e é, dizem, uma das principais causas da multiplicação dos infartos. Como explicar este fato se hoje temos muitas mais seguranças econômicas, seguros de vida, meios para enfrentar as enfermidades e atrasar a morte?
O motivo é que diminuiu, ou totalmente desapareceu em nossa sociedade o santo temor de Deus. «Já não há temor de Deus!», repetimos às vezes como uma expressão, mas que contém uma trágica verdade. Quanto mais diminui o temor de Deus, mais cresce o medo dos homens! É fácil compreender o motivo. Ao esquecer de Deus, colocamos toda a nossa confiança nas coisas daqui debaixo, ou seja, nessas coisas que, segundo Cristo, o ladrão pode roubar e a traça pode comer (cf. Lucas 12, 33). Coisas aleatórias que nos podem faltar em qualquer momento, que o tempo (a traça) come inexoravelmente. Coisas que todos queremos e que por este motivo desencadeiam competição e rivalidade (o famoso «desejo mimético» do qual fala René Girard), coisas que é preciso defender com os dentes e às vezes com as armas na mão.
A queda do temor de Deus, em vez de libertar-nos dos medos, impregnou-nos deles. Basta ver o que acontece na relação entre os pais e os filhos em nossa sociedade. Os pais abandonaram o temor de Deus e os filhos abandonaram o temor dos pais! O temor de Deus tem seu reflexo e seu equivalente na terra no temor reverencial dos filhos pelos pais. A Bíblia associa continuamente estes dois elementos. Mas o fato de não ter temor algum ou respeito pelos pais faz que os jovens de hoje sejam mais livres ou seguros de si? Sabemos que não é assim.
O caminho para sair da crise é redescobrir a necessidade e a beleza do santo temor de Deus. Jesus nos explica precisamente no evangelho que a confiança em Deus é uma companheira inseparável do temor. «Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais».
Deus não quer provocar-nos temor, mas confiança. Justamente o contrário daquele imperador que dizia: «Oderint dum metuant»(que me odeiem tanto até que me temam!). É o que deveriam fazer também os pais terrenos: não infundir temor, mas confiança. Dessa forma se alimenta o respeito, a admiração, a confiança, tudo o que implica o nome de «santo temor».

Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap., pregador da Casa Pontifícia
[Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri/ZENIT]
Fonte: site Arautos do Evangelho