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sábado, 7 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 07/06

Santo do dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício do dia de semana e Missa à escolha ou Nossa Senhora no Sábado,
Memória Facultativa
Ofício e Missa da memória de Nossa Senhora.
Hoje a Igreja celebra :

Ana de São Bartolomeu nasceu em Almendral, na província de Toledo, em 1549. Filha de agricultores, ficou órfã aos 10 anos. Fez-se, então, pastora de rebanhos, a fim de ganhar a vida. Em 1570, ingressou no convento das Carmelitas Descalças, que Santa Teresa havia fundado em Ávila. Secretária de Teresa de Ávila, Ana de Bartolomeu acompanhou-a nas suas viagens. Ana acompanhou-a em tês fundações e a sua presença tornou-se tão necessária à Santa que esta não sabia pôr-se a caminho sem a sua companhia. Por vezes, ela viajava dias inteiros sob intempérie: à chuva e à neve, não encontrando aldeia alguma por muitas léguas, não fazendo outra coisa senão tremer até os ossos. Em 1582, Santa Teresa falecia em seus braços. Tornou-se, então, a herdeira da espiritualidade da Santa fundadora. Foi prioresa em Paris e fundadora do mosteiro de Tours. Pioneira em Anvers, Bélgica, onde exerceu grande influência espiritual. Morreu a 7 de Junho de 1626 no dia da Santíssima Trindade e foi sepultada no convento de Anvers. Foi beatificada em 1917 pelo papa Bento XV.

2ª Carta a Timóteo 4,1-8

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:
Caríssimo, 1diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de vir a julgar os vivos e os mortos, e em virtude da sua manifestação gloriosa e do seu Reino, eu te peço com insistência: 2proclama a palavra, insiste oportuna ou importunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda a paciência e doutrina. 3Pois vai chegar o tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, com o prurido da curiosidade nos ouvidos, se rodearão de mestres ao sabor de seus próprios caprichos. 4E assim, deixando de ouvir a verdade, se desviarão para as fábulas.5Tu, porém, mostra vigilância em tudo, suporta o sofrimento, desempenha o teu serviço de pregador do evangelho, cumpre com perfeição o teu ministério. Sê sóbrio.6Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 71(70),8-9.14-15.16-17.22

- Minha boca anunciará vossa justiça.
- Minha boca anunciará vossa justiça.
- Vosso louvor é transbordante de meus lábios, cantam eles vossa glória o dia inteiro. Não me deixeis quando chegar minha velhice, não me falteis quando faltarem minhas forças!
- Minha boca anunciará vossa justiça.
- Eu, porém, sempre em vós confiarei, sempre mais aumentarei vosso louvor! Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis.
- Minha boca anunciará vossa justiça.
- Cantarei vossos portentos, ó Senhor, lembrarei vossa justiça sem igual! Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.
- Minha boca anunciará vossa justiça.
- Então, vos cantarei ao som da harpa, celebrando vosso amor sempre fiel; para louvar-vos tocarei a minha cítara, glorificando-vos, ó Santo de Israel!
- Minha boca anunciará vossa justiça.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,38-44

Aclamação - Aleluia, Aleluia, Aleluia.- Aleluia, Aleluia, Aleluia.- Felizes os humildes de espírito,/ porque deles é o Reino dos Céus.- Aleluia, Aleluia, Aleluia.Evangelho (Mc 12,38-44)- O Senhor esteja convosco.- Ele está no meio de nós.- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.- Glória a vós, Senhor.Naquele tempo, 38Jesus dizia, no seu ensinamento, à multidão: "Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; 39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. 40Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação".41Jesus estava sentado no Templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias.42Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. 43Jesus chamou os discípulos e disse: "Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. 44Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver".
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Fonte: Arautos do Evangelho

sexta-feira, 6 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 06/06

Santo do dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM

1ª Sexta-feira do mês: Sagrado Coração de Jesus
Ofício do dia de semana e Missa à escolha ou
São Norberto Bispo, Memória Facultativa
Ofício e Missa da memória.
Hoje a Igreja celebra :
São Marcelino Champagnat, presbítero, fundador, 1840

São Marcelino Champagnat, nasceu a 20 de Maio de 1789 em Marlhes, próximo de Saint-Etienne (Loire) na França. Era o benjamim de 10 filhos. Do seu pai, João Baptista herdou os ideais da Revolução Francesa, aprendeu o amor ao trabalho e o espírito de iniciativa. A sua mãe, Maria, e a sua tia religiosa exclaustrada deram-lhe a piedade, a caridade cristã e a devoção mariana. Um sacerdote disse-lhe: “Meu filho, deves fazer-te padre; Deis o quer”. Convencido que esta era a sua vocação entrou no Seminário menor de Verrières e depois no Seminário Maior de Lião. Com alguns companheiros teve a ideia de fundar uma associação que se chamaria “Sociedade de Maria”. No projecto havia a ideia de Irmãos para educar os jovens. Pediu-se-lhe que levasse para a frente a intuição. Foi ordenado sacerdote no dia 22 de Julho de 1816 e foi nomeado pároco em La Valla-en-Gier, paróquia de 2.500 pessoas. A assistência a um jovem moribundo de 17 anos, o jovem Montagne, que ignorava as verdades essenciais do Cristianismo, serviu de arranque para o seu projecto. No dia 2 de Janeiro de 1817 fundou o Instituto ao acolher a dois jovens do campo de 15 e 23 anos. Quando os Irmãos dirigiam já quatro escolas em 1822, o Padre Champagnat foi alvo de uma campanha de difamação, vinda de seus colegas sacerdotes. Foram momentos muitos difíceis. Em 1824, dedicou-se completamente aos Irmãos. No ano seguinte construía a de Nossa Senhora do Eremitério. Não tinha recursos, mas tinha uma grande fé. Pouco depois caiu gravemente doente. Ao recuperar a saúde, continuou com o seu projecto. Em 1836, professou como sacerdote na Sociedade de Maria, quando foi reconhecida pela Santa Se. O seu lema foi: “Tudo a Jesus por Maria, tudo a Maria para Jesus”. Nesse lema via Maria como o seu recurso Habitual.

2ª Carta a Timóteo 3,10-17

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:

Caríssimo, 10tu me tens seguido fielmente no ensino, no procedimento, nos projetos, na fé, na paciência, no amor, na perseverança, 11nas perseguições e nos sofrimentos que suportei em Antioquia, Icônio e Listra. E que perseguições sofri! Mas de todas elas o Senhor me livrou.12Aliás, todos os que quiserem levar uma vida fervorosa em Cristo Jesus serão perseguidos. 13Os homens maus e sedutores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. 14Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade; tu sabes de quem o aprendeste. 15Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. 16Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, 17a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 119,157.160.161.165.166.168

- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Tantos são os que me afligem e perseguem, mas eu nunca deixarei vossa Aliança! - Vossa palavra é fundada na verdade, os vossos justos julgamentos são eternos.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Os poderosos me perseguem sem motivo; meu coração, porém, só teme a vossa lei.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Os que amam vossa lei têm grande paz, e não há nada que os faça tropeçar.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Ó Senhor, de vós espero a salvação. pois eu cumpro sem cessar vossos preceitos.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Serei fiel à vossa lei, vossa Aliança; os meus caminhos estão todos ante vós.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,35-37

Aclamação (Jo 14,23)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Quem me ama, realmente, guardará minha palavra/ e meu Pai o amará e a ele nós viremos.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Evangelho (Mc 12,35-37)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.

35Naquele tempo, Jesus ensinava no Templo, dizendo: "Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? 36O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés. 37Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?" E uma grande multidão o escutava com prazer.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

O Messias, filho de senhor de David

Nesta perícope do Evangelho, Jesus toma iniciativa de interpelar os presentes, em vez de ser Ele a receber as perguntas dos fariseus, escribas e mestres da Lei. Hoje, é o próprio Divino Mestre quem desafia os presunçosos mestres judeus, no próprio Templo. Desafia-os não para rivalizar com eles, pois isso não é próprio de um Deus sublime, infinitamente superior às suas criaturas, mas para motivos pedagógicos muito altos, como adiante veremos.
Os mestres ensinavam que o futuro messias seria descendente de David. Tal crença popular baseava-se na profecia de Natã: David pensava construir um templo ao Senhor, e Este prometeu-lhe uma dinastia eterna: "A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu trono estará firme para sempre" (2 Sm. 7,16). Este texto é o fundamento do messianismo davídico e também o título de "Filho de David" atribuído a Jesus.
Partindo aqui, Jesus põe uma questão acadêmica a que os especialistas da Escritura não sabem responder: "Como dizem os escribas que o Messias é o filho de David? O próprio David, movido pelo Espírito Santo, diz: ‘Disse o Senhor (Deus) ao meu senhor (o Messias): senta-te à minha direita e farei dos teus inimigos estrado dos teus pés (Sl. 110,1) Se o próprio David o chama Senhor, como pode ser seu filho?" No Oriente Médio era impensável que um pai chamasse "meu senhor" ao seu próprio filho. Ao citá-lo, Jesus admite a opinião comum dos rabinos do Seu tempo que o interpretavam em sentido messiânico.
A única resposta exata teria sido concluir que o Messias, embora descendendo de David pela sua origem humana, possuía também um caráter divino que o tornava superior a David. Essa foi a solução da fé cristã, baseada na ressurreição de Jesus. O messias não podia ser ao mesmo tempo filho e senhor de David se não fosse simultaneamente homem e Deus. Por isso o Salmo 110, de largo uso na liturgia, foi um dos preferidos do Novo Testamento e dos primeiros cristãos para demonstrar que o Messias, filho de David, era também o filho de Deus.
O ponto essencial do relato que nos ocupa é o descrédito dos mestres judeus. Cristo evidencia que são incapazes de resolver um problema escriturístico. Portanto, são incompetentes como guias religiosos e não podem ser juízes da identidade do Messias, dado que nem sequer sabem explicar um texto messiânico fundamental.
Jesus com esta pergunta queria, sobretudo, purificar a idéia excessivamente política que do Messias, filho do rei David, tinham forjado os chefes e incutido ao povo judeu do seu tempo, a partir do regresso do desterro babilônico (séc. VI a. C.), mitificando a figura do piedoso rei David e, com base na profecia de Natã, despertaram a esperança de um Messias que lhe sucederia no trono e restabeleceria o esplendor e poderio do Reino de David e do povo israelita. Este anseio se agudizou com a ocupação romana.
Jesus não rejeitou ser chamado "filho de David" pelos doentes que lhe suplicavam e pelo povo que o aclamava ao entrar messianicamente em Jerusalém, pois o era na verdade. Contudo, não foi esse o título que ele preferiu, devido à suas equívocas conotações ressonâncias políticas. Antes se autodenominou "Filho do homem", título messiânico que aparece na parte apocalíptica do profeta Daniel (7,13) e que estava mais próximo da imagem do paciente Servo do Senhor, segundo o Terceiro Isaías. Como "Filho do homem" o veremos nos repetidos anúncios que fez da sua paixão, morte e ressurreição.
Para a mentalidade dos seus discípulos, como a de qualquer judeu do seu tempo, era impensável um Messias sofredor que jogasse para perder. De antemão, o triunfo deveria ser Seu, e não apenas espiritual, mas também político e social.
Por isso, o Divino Mestre, com supina paciência, pedagogicamente, teve de prolongar até nas aparições pascais a explicação de tudo quanto no Antigo Testamento anunciou a respeito dele. Pouco a pouco, os apóstolos e a primitiva comunidade compreenderam que a partir do mistério pascal - morte e ressurreição de Jesus - adquiriam perspectiva, luz e sentido as profecias, o itinerário e as espera messiânica do povo da antiga aliança.
Um Messias que tinha de sofrer e morrer para entrar na sua glória era, sem dúvida, a menos triunfalista de todas as previsões. Foi necessária uma completa metanóia (transformação espiritual e de mentalidade) de seus discípulos.
Também, nós temos de sofrer uma profunda conversão no nosso modo de compreender e seguir a Jesus, o glorioso Filho de David que, apesar da sua condição divina, não fez alarde da sua categoria de Deus e trocou o trono e ceptro, o poder e a riqueza pelo serviço, a pobreza, o sofrimento, a humilhação e a morte, para nos alcançar de Deus Pai a remissão dos pecados e o poder eterno (cf. Fl 2,6 ss).
A verdadeira explicação do que é ser "Filho de David" e ao mesmo "Senhor dos senhores" é-nos maravilhosamente explicada pelo Papa S. Leão Magno, em um dos seus sermões (1.º Sermão da Natividade do Senhor). Vejamos a beleza dos contrastes:
Da casa real de David foi escolhida uma virgem para em seu seio carregar uma criança santa, filho simultaneamente divino e humano [...] O Verbo, a Palavra de Deus, que é o próprio Deus, o Filho de Deus que no «princípio estava em Deus, por Ele é que tudo começou a existir e sem Ele nada veio à existência» (Jo 1,1-3); esse Filho fez-se homem para libertar o homem da morte eterna. Ele desceu até à humildade da nossa condição sem que com isso a sua majestade tivesse sido diminuída. Mantendo-se o que era e assumindo o que não era, uniu uma verdadeira natureza de servo à natureza segundo a qual é igual ao Pai. Ele juntou tão estreitamente estas duas naturezas que nem a sua glória poderá aniquilar a natureza inferior, nem a união com esta aviltar a natureza superior.
O que é próprio de cada natureza mantém-se integralmente, e reúne-se numa única pessoa: a humildade é acolhida pela sua majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade. Para pagar a dívida da nossa condição, a natureza intangível une-se à natureza capaz de sofrer; Deus verdadeiro e homem verdadeiro associam-se na unidade de um só Senhor Jesus. Assim, e porque tal Lhe era preciso para nos salvar, o único «mediador entre Deus e os homens» (1 Tm 2,5) poderia morrer pela acção dos homens, e ressuscitar pela acção de Deus [...]
Tal foi, meus bem-amados, o nascimento que conveio a Cristo, «poder e sabedoria de Deus» (1 Cor 1,24). Por esse nascimento, deu-se à humanidade, conservando a preeminência da sua divindade. Se não fosse Deus verdadeiro, não nos traria a salvação. Se não fosse homem verdadeiro, não nos daria o exemplo.

Fonte: Arautos do Evangelho

quinta-feira, 5 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 05/06

Santo do dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM
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S. Bonifácio Bispo e Mártir (+754), Memória.
Ofício da memóriaMissa da memória:
Prefácio comum ou dos Mártires.
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São Bonifácio é chamado o Apóstolo da Alemanha. Nasceu no Wessex, no Kirton, na Inglaterra, por volta do ano 673. O seu nome de baptismo era Winfrid. Reunia em si a doçura e a firmeza, a timidez e a coragem, a inquietude e a paciência, o idealismo e o realismo. Fez-se monge no mosteiro de Exeter e aos 20 anos era mestre de ensino religioso e profano. A sua actividade missionária foi intensa. Em 719, partiu para a Alemanha a fim de pregar o Evangelho. Alcançou pleno êxito em sua missão apostólica, sendo então nomeado bispo de Mainz. Restaurou e organizou a Igreja na Alemanha. É o fundador da célebre abadia de Fulda, centro propulsor da espiritualidade e cultura religiosa alemã. Presidiu a vários concílios, promulgou numerosas leis e tinha em Mogúncia a sua sede episcopal. Sofreu o martírio no dia de Pentecostes. Encontrava-se em Dokkun, na Frísia, acompanhado de 50 monges, quando um grupo de frisões os assaltou. Morreu durante uma celebração, e seu corpo foi sepultado na abadia de Fulda. Era o dia 5 de Junho de 754.

2ª Carta a Timóteo 2,8-15

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:

Caríssimo, 8lembra-te de Jesus Cristo, da descendência de Davi, ressuscitado dentre os mortos, segundo meu evangelho. 9Por ele eu estou sofrendo até às algemas, como se eu fosse um malfeitor; mas a palavra de Deus não está algemada.10Por isso suporto qualquer coisa pelos eleitos, para que eles também alcancem a salvação, que está em Cristo Jesus, com a glória eterna. 11Merece fé esta palavra: se com ele morremos, com ele viveremos. 12Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o negamos, também ele nos negará. 13Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. 14Lembra-lhes tais coisas e conjura-os por Deus a evitarem discussões vãs, que de nada servem a não ser para a perdição dos ouvintes. 15Empenha-te em apresentar-te diante de Deus como homem digno de aprovação, como operário que não tem de que se envergonhar, mas expõe corretamente a palavra da verdade.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 25(24),4-5.8-9.10.14
- Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos!
- Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos!
- Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.
- Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos!
- O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.
- Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos!
- Verdade e amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua Aliança e seus preceitos. O Senhor se torna íntimo aos que o temem e lhes dá a conhecer sua Aliança.
- Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,28-34

Aclamação (2Tm 1,10)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Jesus Cristo Salvador destruiu o mal e a morte;/ fez brilhar pelo Evangelho/ a luz e a vida imperecíveis.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Evangelho (Mc 12,28b-34)
- O Senhor esteja convosco.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 28bum mestre da Lei aproximou-se de Jesus e perguntou-lhe: "Qual é o primeiro de todos os mandamentos?" 29Jesus respondeu: "O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes". 32O mestre da Lei disse a Jesus: "Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios". 34Jesus viu que tinha respondido com inteligência, e disse: "Tu não estás longe do Reino de Deus". E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

O Amor é a religião de Deus

A passagem evangélica que hoje tivemos a graça de ler, narra o diálogo entre um escriba da lei mosaica com Jesus. Aquele pergunta ao Mestre dos mestres qual é o primeiro de todos os Mandamentos. São Lucas conta que foi um doutor da lei o autor da pergunta embaraçosa e São Mateus refere que foi um legista o perguntador manhoso para experimentar Jesus. Talvez tenha sido um inocente útil, pois, pelo desenvolvimento da conversa, o tom foi sempre amistoso, sem animosidade ou polêmica e sem intenção capciosa, pois escriba louva a resposta de Jesus e o Salvador elogia-o, dizendo que não estava longe do Reino pelo fato de ter captado que o amor a Deus e ao irmão é o elemento principal constitutivo desse Reino. Na extensa selva de 613 preceitos em que os doutores da Torá explicavam e multiplicavam a lei de Moisés, o indagador queria saber qual seria o mais importante.
A novidade da resposta de Jesus não é o conteúdo, pois remete-se a passagens conhecidas do Deuteronômio e do Levítico, mas a união sem fissura nem dualismo que estabelece entre o primeiro mandamento: amor a Deus e o segundo: amor ao próximo. Interrogado sobre o primeiro, Cristo assinala também o segundo, que é "semelhante ao primeiro" (Mt. 22, 39). "Não há mandamento maior que estes", conclui Jesus, unindo ambos num só.
Por que são inseparáveis amor a Deus e amor ao irmão? É possível cumprir um mandamento sem o outro, amor a Deus sem amar os nossos semelhantes? S. João pôs-se as mesmas perguntas. E a sua resposta foi: "Nós amemos a Deus, porque ele nos amou primeiro. Mas, se alguém diz: "Amo a Deus" e odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amor a Deus, a quem não vê. E recebemos dele este mandamento: Quem ama a Deus, ame também o seu irmão" (1Jo. 4,19).
Jesus corroborou e melhorou este ensinamento, quando afirmou: Quando fizerdes a um destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fazeis (Mt. 25,40). Na despedida aos seus, corrigiu e aprimorou a medida do Antigo Testamento do amor, trocando o "como a ti mesmo" pelo "como eu vos amei": Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. O sinal inequívoco pelo qual conhecerão que sois meus discípulos será que vos amais uns aos outros (Jo. 13, 34s). E qual foi a medida do amor de Cristo? Entregar sua vida por nós, pela remissão de nossos pecados.
Deus e o homem são objetos de amor que se distinguem conceptualmente, mas que intrinsecamente não podem separar-se, segundo Jesus. Sobretudo depois que o Homem-Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade veio à terra manifestar como homem e como Deus esse amor a cada um de seus irmãos.
A lei do amor coloca-se no horizonte da "boa nova", do Evangelho do amor que Deus nos tem a cada um de nós e aos outros que são irmãos nossos, porque ele é o Pai de todos.
O Novo Testamento está repleto de textos que assinalam o amor como a essência da religião que Jesus fundou. A primeira encíclica de nosso querido Papa, Bento XVI, "Deus Caritas est" expressa isso com profundidade teológica digna de nota. Contudo, os malquerentes da religião católica teimam em apresentá-la como negativa, porque diz não, por exemplo, ao divórcio, ao aborto, às relações sexuais livres etc. Entretanto, a realidade mais intrínseca, está a dizer sim ao amor fiel, maduro e pleno, sim à vida, sim à dignidade e vocação superior da pessoa. Enfim, está dizer sim a ordem do universo criada por Deus, portanto, feita à imagem do próprio Criador.
Como pode ser negativa uma religião fundada no amor e aberta a Deus, ao homem, ao mundo e à vida? Se a vida é o melhor que temos, uma religião como a cristã, cujo centro é Cristo, vida do homem, não pode deixar de ser uma religião humanista do sim à vida, religião dinâmica e atraente, positiva e otimista.
Nós devemos, pois, dar testemunho desta religião, com estas características, sobretudo perante um mundo cada vez mais afastado de Deus, de falta de verdadeiro amor ao próximo. O cristão devem ser um especialista em amar e ajudar os outros como Jesus.
Amor ao próximo, sem amor a Deus, é interesseiro, cujo objetivo principal é satisfazer seus lucros, impulsos, vantagens sociais ou materiais, enfim, é um amor falso. É o amor de um mundo ateu, cujos exemplos mais recentes de sistemas sociais e políticos nos dispensam de comentários, tão nefastos foram para a humanidade.
A experiência revela que o amor é a força de muitas pessoas simples que não deslumbram pelas suas qualidades, mas que irradiam vida à sua volta. É que um grama de amor cria mais vida que toneladas de fria inteligência. Por egoísmo e preguiça, por falta de ascese e de atenção interior, cada um de nós tem por explorar muitas possibilidade de amar, ao serviço da Santa Igreja. São talentos que ficam sem render.

Fonte: Arautos do Evangelho

quarta-feira, 4 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 04/06

Santo do dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício da memória.
Missa própria da memória:
Prefácio comum ou dos Mártires.
Hoje a Igreja celebra :
S. Pedro de Verona, presbítero, mártir, +1252
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São Pedro de Verona
Pedro nasceu em Verona no ano de 1205. Seus pais eram hereges maniqueus, adeptos da doutrina religiosa herética do persa Mani, Manes ou Maniqueu, caracterizada pela concepção dualista do mundo, em que espírito e matéria representam respectivamente o bem e o mal.Entretanto, o único colégio que havia no local era católico e lá o menino não só aprendeu as ciências da vida como os caminhos da alma. Pedro se converteu e se separou da família, indo para Bologna para terminar os estudos. Ali acabava de ser fundada a Ordem dos Dominicanos, onde ele logo foi aceito, recebendo a missão de evangelizar. Foi o que fez, viajando por toda a Itália espalhando suas palavras fortes e um discurso de fé que convertiam as massas. Todas as suas pregações eram acompanhadas de graças, que impressionavam toda comunidade por onde passava. E isso logo despertou a ira dos hereges.Primeiro inventaram uma calúnia contra ele. Achando que aquilo era uma prova de Deus, Pedro não tentou provar inocência. Aguardou que Jesus achasse a hora certa de revelar a verdade. Foi afastado da pregação por um bom tempo, até que a mentira se desfez sozinha, e ele foi chamado de volta e aclamado pela comunidade.Voltando às viagens evangelizadoras, seus inimigos o afrontaram de novo tentando provar que suas graças não passavam de um embuste. Um homem fingiu estar doente, e outro foi buscar Pedro. Este, percebendo logo o que se passava, rezou e pediu a Deus que se o homem estivesse mesmo doente ficasse curado. Mas, se a doença fosse falsa, então que ficasse doente de verdade. O maniqueu foi tomado por uma febre violentíssima, que só passou quando a armadilha foi confessada publicamente. Perdoado por Pedro, o homem se converteu na mesma hora.Pedro anunciou ainda não só o dia de sua morte, como as circunstâncias em que ela ocorreria. E, mesmo tendo esse conhecimento, não deixou de fazer a viagem que seria fatal.No dia 29 de abril de 1252, indo da cidade de Como para Milão, foi morto com uma machadada por um maniqueu que o emboscou. O nome do assassino era Carin que, mais tarde, confessou o crime e, cheio de remorso, se internou como penitente no convento dominicano de Forli.Imediatamente o seu culto se difundiu em meio a comoção e espanto dos fiéis, que passaram a visitar o seu túmulo onde as graças aconteciam em profusão. Apenas onze meses depois o Papa Inocente IV o canonizou, fixando a festa de São Pedro de Verona para o dia de sua morte.

2ª Carta a Timóteo 1,1-3.6-12

Início da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:1Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, 2a Timóteo, meu querido filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor!3Dou graças a Deus - a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados -, quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. 6Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7Pois Deus não deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade. 8Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. 9Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio e da sua graça, que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade. 10Esta graça foi revelada agora, pela manifestação de nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho, 11do qual fui constituído anunciador, apóstolo e mestre. 12Esta é a causa pela qual estou sofrendo, mas não me envergonho, porque sei em quem pus a minha fé. E tenho a certeza de que ele é capaz de guardar aquilo que me foi confiado até o grande dia.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 123(122),1-2.2

- Ó Senhor, para vós eu levanto meus olhos.
- Ó Senhor, para vós eu levanto meus olhos.
- Eu levanto meus olhos para vós, que habitais nos altos céus. Como os olhos dos escravos estão fitos nas mãos do seu Senhor.
- Ó Senhor, para vós eu levanto meus olhos.
- Como os olhos das escravas estão fitos nas mãos de sua senhora, assim os nossos olhos, no Senhor, até de nós ter piedade.
- Ó Senhor, para vós eu levanto meus olhos.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,18-27

Aclamação (Jo 11,25a.26)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Eu sou a ressurreição, eu sou a vida,/ quem crê em mim, ainda que morra, viverá.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Evangelho (Mc 12,18-27)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 18vieram ter com Jesus alguns saduceus, os quais afirmam que não existe ressurreição e lhe propuseram este caso: 19"Mestre, Moisés deu-nos esta prescrição: Se morrer o irmão de alguém, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de garantir a descendência de seu irmão".20Ora, havia sete irmãos: o mais velho casou-se, e morreu sem deixar descendência. 21O segundo casou-se com a viúva, e morreu sem deixar descendência. E a mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22E nenhum dos sete deixou descendência. Por último, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem será ela mulher? Porque os sete se casaram com ela!24Jesus respondeu: "Acaso, vós não estais enganados, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? 25Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu. 26Quanto ao fato da ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? 27Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Vós estais muito enganados".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Fonte: Arautos do Evangelho

terça-feira, 3 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 03/06

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Santo do dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM

São Carlos Lwanga e companheiros
mortos (+1885-1887), Memória.
Ofício da memória.Missa própria da memória:
Prefácio Comum ou dos Mártires.
A Igreja celebra também, hoje:
Beato João XXIII
(+1963)

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São Carlos Lwanga e seus 21 companheiros são ugandenses. Sofreram o martírio durante o reinado de Muanga, de cuja corte faziam parte. Isto aconteceu por volta do ano 1885. Carlos Lwanga, chefe dos pajens, foi o primeiro a ser assassinado. Foi queimado lentamente a começar pelos pés. Kalemba Murumba foi abandonado numa colina com as mãos e os pés amputados, morrendo de hemorragia. André Kagua foi decapitado e o último, João Maria, foi lançado em um pântano. Foram canonizados no dia 18 de Outubro de 1964, pelo papa Paulo VI. Deles disse Paulo VI:Quem são? Africanos, autênticos. Africanos pela cor, pela raça e pela cultura, representantes qualificativos das populações bantos e milóticas ... Seria história demasiado longa para ouvir-se: as torturas corporais, as decisões arbitrárias e despóticas dos chefes são, nela, coisa gratuita e dão testemunho de tanta crueldade, que a nossa sensibilidade ficou profundamente perturbada. Esta narração quase parecia inverosímil: não é fácil imaginarmos as condições desumanas - tanto elas nos parecem incompreensíveis e intoleráveis - no meio das quais subsiste, e se mantém, quase até nossos dias, a vida de muitas comunidades tribais da África. Esta história precisaria ser meditada com vagar ...

Beato João XXIII , nasceu em Sotto il Monte, Bérgamo, em 1881. Papa entre 1958 e 1963, Angelo Giuseppe Roncalli chegou ao episcopado em 1925 e foi visitador apostólico da Bulgária e posteriormente delegado apostólico da Turquia e Grécia (1935). Pio XII enviou-o como núncio para Paris em 1944 e, em 1953, nomeou-o cardeal patriarca de Veneza. Neste último posto convocou um concílio e restaurou a Basílica de São Marcos. Quase imediatamente depois de ser elevado ao pontificado convocou um concílio em Roma, o Concílio Vaticano II, que se iniciou em 1962. Ampliou o colégio cardinalício e abriu o diálogo da Igreja Católica com o mundo, além de favorecer as relações com os cristãos das diversas confissões, para o que criou o Secretariado para a União dos Cristãos. O seu magistério teve a sua melhor expressão nas encíclicas "Mater et magistra" e "Pacem in terris".

2ª Carta de S. Pedro 3,12-15.17-18

Leitura da Segunda Carta de São Pedro:
Caríssimos, 12esperais com anseio a vinda do Dia de Deus, quando os céus em chama se vão derreter, e os elementos, consumidos pelo fogo, se fundirão? 13O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça. 14Caríssimos, vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre sem mancha e em paz. 15aConsiderai também como salvação a longanimidade de nosso Senhor. 17Vós, portanto, bem-amados, sabendo disto com antecedência, precavei-vos, para não suceder que, levados pelo engano desses ímpios, percais a própria firmeza. 18Antes procurai crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, desde agora, até o dia da eternidade. Amém.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 90,2.3-4.10.14.16

- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Já bem antes que as montanhas fossem feitas ou a terra e o mundo se formassem, desde sempre e para sempre vós sois Deus.
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: "Voltai ao pó, filhos de Adão!" Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Pode durar setenta anos nossa vida, os mais fortes talvez cheguem a oitenta; a maior parte é ilusão e sofrimento: passam depressa e também nós assim passamos.
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Manifestai a vossa obra a vossos servos, e a seus filhos revelai a vossa glória!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,13-17

Aclamação (Ef 1,17-18)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Que o Pai do Senhor Jesus Cristo/ nos dê do saber o Espírito,/ para que conheçais a esperança,/ reservada para vós, como herança!
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.




Evangelho (Mc 12,13-17)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 13as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14Quando chegaram, disseram a Jesus: "Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?"15Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: "Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja". 16Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: "De quem é a figura e inscrição que estão nessa moeda?" Eles responderam: "De César".17Então Jesus disse: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". E eles ficaram admirados com Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Cristão perante a lei civil

Entre os ouvintes de Jesus, achavam-se os saduceus e herodianos, colaboracionistas do poder estrangeiro, e portanto partidários do imposto a César; os fariseus, pelo contrário, opunham-se, considerando-o ilícito para um israelista; e os guerrilheiros zelotas insurgiam-se até pelas armas.
Perante tal platéia, a manhosa pergunta que os fariseus e herodianos fazem a Jesus era de difícil resposta para qualquer mortal. Porém, não para a Sabedoria eterna e encarnada, de quem faiscou uma maravilhosa resposta, perpetuada para sempre na memória da humanidade.
Analisemos o assunto: ele abrange, simultaneamente, o campo civil e religioso. É lícito para imposto a César? Isto é, pode moralmente um israelita, adorador do único Deus verdadeiro, pagar um imposto pessoal ao imperador romano, que se apresenta como divindade estrangeira com a sua efígie cunhada na moeda? Jesus tinha de medir suas palavras. Uma resposta afirmativa ou negativa ou o silêncio evasivo não deixaria de Lhe criar embaraços notórios com a autoridade religiosa e com a civil.
Inteligentemente, como ninguém, primeiro atira à cara de seus interlocutores a fingida hipocrisia. A seguir, pede que lhe mostrem um denário romano, em que estava gravada a efígie de César (o imperador Tibério, naquela altura). Finalmente, sentencia: "Pagai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Esta frase primorosa de Jesus passou para a História, recebendo interpretações diversas segundo as épocas e ideologias. É evidente que Cristo distingue aqui deveres cívicos para com a autoridade e deveres religiosos para com Deus. A questão é esclarecer se se trata de termos mutuamente excludentes ou complementares.
Para os laicistas e secularistas fanáticos, os termos César e Deus são eliminatórios ou excludentes, não pode subsistir juntos, estão em confronto. A fé em Deus e a religião são questão privada e pessoal, sem espaço social. Os ministros do evangelho e os cristãos em geral devem limitar o âmbito da sua voz aos templos e sacristias. Assim, tiram a Deus e ao seu Reino o que lhe pertence. Jesus disse: anunciai o Evangelho a todas as pessoas; ilumine a vossa luz todos os homens para que dêem glória a Deus.
Pelo contrário, outros, os teístas, pensam que a autoridade civil deve estar ao serviço do Evangelho para implantar pela força do braço secular a lei de Cristo. Quando exacerbados, tendem a negar a César a sua autonomia e os seus direitos em questões não diretamente religiosas, próprios ao poder temporal.
A solução que Jesus deu não opõe César a Deus, o temporal ao espiritual, o político ao religioso, a autoridade civil ao reino de Deus. Na Sua insuperável resposta, Cristo não diviniza a autoridade do que manda, mas reconhece-lhe o direito inequívoco de mandar, e apresenta a obediência civil como um dever do cidadão. Por isso, concorda com o pagamento do imposto.
Entretanto, reconhecendo a autonomia do terreno e do poder civil, estabelece, pelo menos implicitamente uma hierarquia de termos que nível de consciência dá primazia a Deus sobre César.
Cristo apresenta-os como deveres complementares e não eliminatórios ou excludentes, em litígio permanente. O "dar a Deus o que é de Deus" é o primeiro. Mas, daí brota serenamente o fundamento e a obrigação de "dar a César o que é de César".
Tiremos desta conclusão desdobramento. A obrigação da autoridade pública é o ordenamento da sociedade para o bem comum, sem atropelar os legítimos direitos particulares. Para conseguir este objetivo conta necessariamente com a lei moral, isto é, a lei de Deus. Por isso a lealdade que o cidadão deve à autoridade civil não há-de estar necessariamente em luta com a sua obediência a Deus. No caso de conflito de deveres por abuso da autoridade pública, é legítima a discordância, a objeção de consciência, a oposição, a resistência e, até mesmo, a desobediência, porque em tal caso é Deus que deve prevalecer, como proclamaram os apóstolos perante o Sinédrio: "Mas Pedro e os Apóstolos responderam: "Importa mais obedecer a Deus do que aos homens" (At. 5,29).
O cristão deve ser o melhor cidadão, como o foi o próprio Divino Mestre, que acatou a autoridade civil e a lei religiosa do seu tempo, se bem que com lealdade crítica. Nada do que devemos a Deus o tiramos a César. Mas, também, devemos estar conscientes de que a fé religiosa não nos exime, antes nos obriga, a prestar à autoridade estatal legítima e justa a obediência devida e a colaboração cívica: pagamento de impostos, cumprimento das leis, responsabilidade cívica, participação democrática, crítica construtiva e solidariedade na justiça.

Fonte: Arautos do Evangelho

segunda-feira, 2 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 02/06

Santo do dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM
(I Semana do Saltério)
Ofício do dia de semana e Missa à escolha ou
(Vermelho) Santos Marcelino e Pedro* Mártires,
Memória Facultativa.
Ofício e Missa da memória.


São Marcelino e São Pedro deram o seu testemunho de fé durante a perseguição de Diocleciano, por volta do ano 304. Marcelino era sacerdote e Pedro cumpria o ministério de exorcista. São Dâmaso afirma que, quando menino, ouviu do próprio carrasco dos santos o relato da morte deles: "Marcelino e Pedro, escutai a história do vosso triunfo. Quando eu era menino, o próprio carrasco contou-me, a mim Dâmaso, que o perseguidor furioso ordenara que vos fossem cortadas as cabeças no meio dum bosque, para ninguém saber onde estavam os vossos corpos. Mas vós, triunfantes, com as vossas próprias mãos vos preparastes esta sepultura, onde agora descansais. Depois de terdes descansado por breve tempo numa Selva Branca, revelastes a Lucila que teríeis gosto em descansar aqui".



2ª Carta de S. Pedro 1,2-7

Leitura da Segunda Carta de São Pedro:
Caríssimos, 2graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor. 3O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória e virtude, nos chamou. 4Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo. 5Por isso mesmo, dedicai todo o esforço em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, 6ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a perseverança, à perseverança a piedade, 7à piedade o amor fraterno e ao amor fraterno, a caridade.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 91(90),1-2.14-15.15-16

- Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.
- Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.
- Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção, sois meu Deus, no qual confio inteiramente".
- Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.
- "Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, a seu lado eu estarei em suas dores.
- Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.
- Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo, vou conceder-lhe vida longa e dias plenos, e vou mostrar-lhe minha graça e salvação".
- Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.


Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,1-12

Aclamação (Ap 1,5ab)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Jesus Cristo, a fiel testemunha,/ Primogênito dos mortos,/ nos amou e do pecado nos lavou,/ em seu sangue derramado.


Evangelho (Mc 12,1-12)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 1Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas: "Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha a alguns agricultores, e viajou para longe. 2Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha. 3Mas os agricultores pegaram o empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. 4Então o dono mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. 5Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros.6Restava-lhe ainda alguém: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até os agricultores, pensando: Eles respeitarão meu filho. 7Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa. 8Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. 9Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros.10Por acaso, não lestes na Escritura: A pedra que os construtores deixaram de lado tornou-se a pedra mais importante; 11isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos?" 12Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram-se embora.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor

[Deus disse a santa Catarina:] Sabes o que é que eu faço assim que os meus servidores querem seguir a doutrina do doce Verbo do amor? Eu podo-os para que produzam muito fruto e para que os seus frutos sejam doces e não voltem a ser selvagens. O agricultor limpa os ramos da vinha para que eles produzam um vinho melhor; não é isso que eu faço, eu, o verdadeiro agricultor? (Jo 15,1). Aos meus servidores que permanecem em mim, eu os limpo por meio de muitas atribulações, para que produzam frutos mais abundantes e melhores e para que sejam comprovados pela virtude; mas aos que permanecem estéreis eu os corto e lanço ao fogo (Jo 15,6).Os verdadeiros trabalhadores trabalham bem as suas almas; eles arrancam todo o amor-próprio e voltam à terra do seu amor por mim. Eles adubam e aumentam assim a semente da graça que receberam no santo baptismo. Cultivando a sua vinha, cultivam também a do próximo; não podem cultivar uma sem a outra. Lembra-te sempre que todo o mal e todo o bem se fazem por meio do próximo. É assim que sois meus agricultores, procedentes de mim, o eterno agricultor. Fui eu que vos uni e transferi para esta vinha graças à união que estabeleci convosco... Todos juntos formais uma só vinha universal...; estais unidos na vinha do corpo místico da santa Igreja, da qual extraís a vossa vida. Nesta vinha está plantada a cepa do meu Filho único, ao qual deveis estar ligados, para permanecerdes em vida.
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terciária dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da EuropaO Diálogo, 24


Fonte: Arautos do Evangelho

domingo, 1 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 01/06

Santo do dia

IX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ofício Dominical Comum (I Semana do Saltério)
Missa Própria, com Glória, Credo e
Prefácio dos Domingos Comuns
Hoje a Igreja celebra : S. Justino, mártir, +167


S. Justino, Nasceu em 103, na cidade de Siquém, na Palestina. Espírito inquieto, São Justino incursionou pelas escolas estóica, pitagórica, aristotélica ... No platonismo julgou ter encontrado a resposta para suas inquietações intelectuais e espirituais. Segundo ele próprio relata, logo percebeu que o platonismo não satisfazia inteiramente a sua busca metafísica e transcendental. Um velho sábio de Cesaréia convenceu-o de que residia no cristianismo a verdade absoluta; a verdade capaz de satisfazer o espírito humano mais exigente. Este encontro marcou a sua conversão, aos 30 anos de idade. A partir daí, tornou-se um dos mais famosos apologistas do século II. Escreveu três "apologias", justificando a fé cristã e contra as calúnias dos adversários oferecendo-nos uma síntese doutrinal. Das suas numerosas obras, a mais célebre é o "Diálogo com Trifão". Os seus escritos oferecem-nos ricas informações sobre ritos e administração dos sacramentos na Igreja primitiva. Descontentes pelo seu bom desempenho apologético, Crescêncio e Trifão denunciaram-no como cristão. Condenado à morte, foi decapitado juntamente com outros companheiros, durante a perseguição de Marco Aurélio, imperador romano.


Livro de Deuteronómio 11,18.26-28

Moisés falou ao povo dizendo: "Incuti estas minhas palavras em vosso coração e em vossa alma; amarrai-as, como sinal, em vossas mãos e colocai-as como faixas sobre a testa. Eis que ponho diante de vós bênção e maldição; a bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que hoje vos prescrevo; a maldição, se desobedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus e vos afastardes do caminho que hoje vos prescrevo, para seguirdes outros deuses que não conhecíeis. Tende, pois, grande cuidado em cumprir todos os preceitos e decretos que hoje vos proponho".

Livro de Salmos 31(30),2-3.3-4.17.25

– Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
– Senhor, eu ponho em vós minha esperança; * que eu não fique envergonhado eternamente! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me * apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
– Sede uma rocha protetora para mim, * um abrigo bem seguro que me salve! Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza, * por vossa honra orientai-me e conduzi-me!
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
– Mostrai serene a vossa face ao vosso servo, * e salvai-me pela vossa compaixão! Fortalecei os corações, tende coragem, * todos vós que ao Senhor vos confiais.
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!

Carta aos Romanos 3,21-25.28

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos: 21Agora, sem depender do regime da Lei, a justiça de Deus se manifestou, atestada pela Lei e pelos Profetas; 22justiça de Deus essa que se realiza mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que têm a fé. Pois diante dessa justiça não há distinção. 23todos pecaram e estão privados da glória de Deus, 24e a justificação se dá gratuitamente, por sua graça, em virtude da renção realizada em Jesus Cristo. 25aDeus destinou Jesus Cristo a ser, por seu próprio sangue, instrumento de expiação meidante a realidade da fé. 28Com efeito, julgamos que o homem é justificado pela fé, sem a prática da Lei judaica.

– Palavra da Salvação
Graças a Deus!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 7,21-27

Aclamação (Jo 15,5)
– Aleluia! Aleluia! Aleluia!
- Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Eu sou a videira e vós os ramos, um fruto abundante vós haveis de dar. Ligados em mim e eu em vós, se assim vós ficardes, bem muito será!
- Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Evangelho (Mt 7, 21-27)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
21"Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Naquele dia, muitos vão me dizer: Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres? 23Então, eu lhes direi publicamente: Jamais vos conheci Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.
24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuava, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!"

– Palavra da Salvação
Glória a Vós, Senhor!

Comentários

A casa construída sobre a rocha ou sobre a areia

Hoje conclui-se a leitura do Sermão da Montanha, que temos vindo a ler como Evangelho há cinco domingos (comuns). Fazendo uma leve composição de lugar, Jesus está numa linda montanha, na margem direita do Lago de Genesaré, não muito longe de Cafarnaum. Uma multidão O rodeia atenta às divinas palavras que saíam dos lábios daquela figura atraente, bem visível por se encontrar no topo da elevação, que hoje tem o nome de Monte das Bem-aventuranças.Transcorria o primeiro ano de sua vida pública, mais ou menos por volta do que seria hoje o mês de junho, talvez em um dia radioso de agradável fim de primavera ou princípio ameno de verão, do hemisfério Norte.Na busca prioritária do Reino de Deus, como vimos no último Domingo, Jesus assinala hoje uma condição indispensável para se entrar nele: cumprir a vontade do Pai. Este é o sinal de pertença, pelo qual Deus nos vai reconhecer como Seus filhos e discípulos de Cristo. Não é suficiente confessar Jesus só pelas palavras, como Filho de Deus e Senhor glorioso, ressuscitado de entre os mortos. Portanto, não tem valor a fé que se esgota em um palavreado. Só por meio do cumprimento da vontade de Deus a nossa fidelidade será maior do que a dos escribas e fariseus.O cumprimento dessa vontade de Deus Pai, já era ressaltada luminosamente no Antigo Testamento (primeira leitura de hoje), quando Moisés faz a introdução ao código do Deuteronômio de leis civis e religiosas, levando os israelitas à convicção de que seu futuro está ligado à obediência à lei do Senhor (Dt. 11, 13-17.18). O grande profeta recorda ao povo escolhido que seu destino está restrito entre duas alternativas: por um lado sua fidelidade, que atrairá a bênção divina; por outro, sua infidelidade, com a maldição de Deus (Dt. 11, 26-28). "Procurai pôr em prática todos os preceitos e normas que hoje vos proponho", "gravai-as no vosso coração e na vossa alma".Como era costume para instruir aquela gente simples, serve-se Jesus de uma parábola, para salientar a necessidade de uma fé prática: a das duas casas, uma construída sobre rocha e outra sobre areia.O homem sábio que cumpre a palavra escutada, é o primeiro termo da comparação proposta, é o verdadeiro discípulo que alicerça a sua casa sobre fundamentos sólidos. Pelo contrário, o falso discípulo, que ouve a palavra de Cristo, mas não a põe em prática, é o estúpido que edifica a casa sobre a areia. Quando chega o momento da provação, o final de ambos é, logicamente, muito diferente. O primeiro continua de pé, supera a prova e entra no Reino; o segundo desmorona-se, surpreende-se e fica excluído.O cumprimento da vontade do Senhor é vida e bênção, porque bênção ou maldição é o resultado da obediência ou desobediência aos preceitos do Senhor. Assim o afirma a primeira leitura que recolhe um fragmento do segundo discurso de Moisés sobre a Lei que Deus deu ao seu povo como aliança.A tentação de se minimizar as afirmações peremptórias de Jesus, freqüentemente paradoxais, está sempre à espreita. Por exemplo, a afirmação deste Domingo: "Nem todo o que Me diz "Senhor, Senhor" entrará no Reino dos Céus". Até pode fazer milagres em nome de Jesus Cristo e não ser reconhecido por Ele como seu discípulo. Sério aviso para aquele que, com uma profunda duplicidade (falsidade, fingimento), instrumentaliza a palavra do Senhor para uso externo, sem praticamente a aplicar a si próprio.Então, como reconhecer a vontade do Pai para a cumprir? Há uma passagem da vida e doutrina de Jesus que é sempre iluminadora. Ele foi o primeiro a realizar a vontade de Deus, ao ponto de afirmar: o meu alimento é fazer a vontade do Pai que me enviou. Ou, então, Pai, não se faça a minha vontade, mas Tua, no Horto das Oliveiras. Portanto, respondendo à pergunta: seguindo Cristo, acertaremos sempre e inteiramente.No Sermão da Montanha, temos uma boa síntese do pensamento de Jesus e das atitudes fundamentais de quem quer ser chamado de cristão. Mais, se tiver profundamente imbuído desse espírito tornar-se-á o sal da terra e perfeito como o Pai celestial, ou seja, será capaz de perdoar, amar até o inimigo e servir a Deus e não ao dinheiro.Para cumprir plenamente a vontade do Pai que está nos céus ("Seja feita vossa assim na terra como no céu"), temos de meditar e rezar a palavra de Cristo até que ela se converta no eixo em torno qual façamos girar toda a nossa vida do dia a dia, interesses e aspirações, e não ser mero acrescento de suplemento dominical.Jesus Cristo é o modelo desta escuta da palavra do Pai e ação perfeita, o grande servidor do Pai, o cumpridor fiel da vontade Divina. Como Ele, nós, seus discípulos, temos de ser pessoas de oração, que é mais do que a súplica vocal e tem de ser tornar vida de comunhão com Deus.À medida que formos alcançando este objetivo, derramar-se-á sobre a nossa existência individual, sobre a família, o trabalho e sobre a realidade comunitária e social em que vivemos, uma torrente de graças. O divórcio entre a fé a vida acabará! A nossa vida será tal e qual a fé que professamos. A fé que temos orientará a nossa vida minuto a minuto.Numa palavra, qual é em síntese a vontade de Deus? É amá-lo e aos irmãos, efetivamente. Só assim construiremos a nossa casa solidamente, sobre a rocha.Jesus não prega um ativismo pragmático, isto é, o fazer pelo fazer, perseguidor de uma eficácia, a qualquer preço. Antes o condena, ao não reconhecer como seus os que asseguram ter profetizado e exorcizado demônios em Seu nome, mas que não encheram a sua vida pessoal e sua ação no mundo com a obediência pela fé à vontade de Deus. Fazer pelo fazer, sem fé vivida, é construir a casa sobre areia. Encher-se de papelotes da lei nas mãos e na testa, proclamando que dá esmolas a torto e a direito é operar de fariseu, que dá muito nas vistas para sua própria presunção ou vaidade, gosta do êxito fácil, mas não ama o próximo e a Deus.O verdadeiro operar do cristão é aquele que realiza todas as obras para bem do próximo, sabendo perfeitamente que o êxito delas está assente na rocha das graças que o sangue preciosíssimo de Jesus no alcançou na cruz, porque este é a argmassa sublime que redimiu a cada um de nós, faz frutificar nossas obras de apostolado, ergue monumentos religiosos e constrói civilizações duradouras. Para a importância dessa fé que justifica o homem, São Paulo escreveu a Carta ao Romanos, de que hoje ouvimos uma belíssima perícope na Segunda Leitura.A palavra deste IX Domingo, coloca-nos sérias interrogações: a que categoria de crentes pertencemos: somos a casa sobre a rocha ou sobre a areia?Provavelmente, dada a nossa debilidade e incertezas, pertencemos, em parte, a ambas as situações: fortes no tempo da bonança, débeis nos momentos de tempestade.Por isso, em primeiro lugar, temos de rever nossos alicerces, principalmente em épocas de crise de identidade cristã, como a nossa. Não é suficiente identidade aquela fé baseada numa herança familiar, social ou cheia de fórmulas piegas ou rotineiras. Nem tampouco agir a esmo com o intuito de mostrar serviço a qualquer custo.Em segundo lugar, é necessária a coerência entre o que dizemos acreditar e o agir prático, tanto a nível individual como comunitário. Só alicerçados na fé em Jesus Cristo, na Sua graça salvadora e no cumprimento da vontade e planos de Deus sobre a nossa vida e sobre a sociedade, alcançaremos a justiça do seu reino, isto é, a santidade evangélica, ou seja, a justificação de que nos fala hoje S. Paulo, na Carta aos Romanos.Finalmente, temos de meditar na palavra de Deus e rezar para aceitar e assimilar a Sua vontade. Para isso, devemos recorrer a Maria Santíssima, nossa Medianeira infalível, a primeira a dizer, logo na Anunciação do Anjo Gabriel: "Faça-se em mim, segundo a Vossa Palavra". Escutou a palavra do anúncio da salvação com tanta fé e com tal autenticidade, que o próprio Salvador se fez Carne em seu seio puríssimo e virginal. Depois dessa pequena e sublime oração cheia de fé, o Espírito Santo operou a encarnação do Verbo. Na liturgia começamos por escutar a palavra da salvação, que, em seguida, se atualiza também no sublime Sacramento da Eucaristia. Se comungarmos com muita devoção e não por um mero ritual frio (areia), alicerçaremos toda a nossa vida diária no Rochedo dos rochedos, que é Cristo, até mesmo nossa comunidade e a Igreja Católica crescerão substancialmente rumo ao Reino de Deus.


Fonte: Arautos do Evangelho