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sábado, 25 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 25/06



Sábado da 12ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Guilherme de Vercelli, fundador, +1142, São Máximo, bispo de Turim, +séc. V


LEITURAS


Livro de Génesis 18,1-15.


O Senhor apareceu a Abraão junto dos carvalhos de Mambré, quando ele estava sentado à porta da sua tenda, durante as horas quentes do dia. Abraão ergueu os olhos e viu três homens de pé em frente dele. Imediatamente correu da entrada da tenda ao seu encontro, prostrou-se por terra e disse: «Meu Senhor, se mereci o teu favor, peço-te que não passes adiante, sem parar em casa do teu servo. Permite que se traga um pouco de água para vos lavar os pés; e descansai debaixo desta árvore. Vou buscar um bocado de pão e, quando as vossas forças estiverem restauradas, prosseguireis o vosso caminho, pois não deve ser em vão que passastes junto do vosso servo.» Eles responderam: «Faz como disseste.» Abraão foi, sem perda de tempo, à tenda onde se encontrava Sara e disse-lhe: «Depressa, amassa já três medidas de flor de farinha e coze uns pães no borralho.» Correu ao rebanho, escolheu um vitelo dos mais tenros e gordos e entregou-o ao servo, que imediatamente o preparou. Tomou manteiga, leite e o vitelo já pronto e colocou-o diante deles. E ficou de pé junto dos estranhos, debaixo da árvore, enquanto eles comiam. Então, disseram-lhe: «Onde está Sara, tua mulher?» Ele respondeu: «Está aqui na tenda.» Um deles disse: «Passarei novamente pela tua casa dentro de um ano, nesta mesma época; e Sara, tua mulher, terá já um filho.» Ora, Sara estava a escutar à entrada da tenda, mesmo por trás dele. Abraão e Sara eram já velhos, de idade muito avançada, e Sara já não estava em idade de ter filhos. l Sara riu-se consigo mesma e pensou: «Velha como estou, poderei ainda ter esta alegria, sendo também velho o meu senhor?» O Senhor disse a Abraão: «Porque está Sara a rir e a dizer: ‘Será verdade que eu hei-de ter um filho, velha como estou?’ l Haverá alguma coisa que seja impossível para o Senhor? Dentro de um ano, nesta mesma época, voltarei à tua casa, e Sara terá já um filho.» Cheia de medo, Sara negou, dizendo: «Não me ri.» Mas Ele disse-lhe: «Não! Tu riste-te mesmo.»


Evangelho segundo S. Lucas 1,46-47.48-49.50.53.54-55.


Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.»


Evangelho segundo S. Mateus 8,5-17.


Entrando em Cafarnaúm, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.» Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.» Respondeu-lhe o centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: 'Vai’, e ele vai; a outro: 'Vem’, e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto’, e ele faz.» Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé! Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.» Disse, então, Jesus ao centurião: «Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.» Naquela mesma hora, o servo ficou curado. Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito com febre. Tocou-lhe na mão, e a febre deixou-a. E ela, levantando-se, pôs-se a servi-lo. Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos; e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Concílio Vaticano II Mensagem aos pobres, aos doentes, a todos os que sofrem


«Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores»


Para vós todos, irmãos que suportais provações, visitados pelo sofrimento sob infinitas formas, o Concílio tem uma mensagem muito especial. O Concílio sente, fixados sobre ele, os vossos olhos implorantes, brilhantes de febre ou abatidos pela fadiga, olhares interrogadores, que perguntam ansiosamente quando e de onde virá a consolação. Irmãos muito amados, sentimos repercutir profundamente nos nossos corações de pais e pastores os vossos gemidos e a vossa dor. E a nossa própria dor aumenta ao pensar que não está no nosso poder trazer-vos a saúde corporal nem a diminuição das vossas dores físicas, que médicos, enfermeiros, e todos os que se consagram aos doentes se esforçam por minorar com a melhor das vontades.Mas nós temos algo de mais profundo e de mais precioso para vos dar; a única verdade capaz de responder ao mistério do sofrimento e de vos trazer uma consolação sem ilusões: a fé e a união das dores humanas a Cristo, Filho de Deus, pregado na cruz pelas nossas faltas e para a nossa salvação. Cristo não suprimiu o sofrimento; não quis sequer desvendar inteiramente o seu mistério: tomou-o sobre Si, e isto basta para nós compreendermos todo o seu preço.Ó vós todos, que sentis mais duramente o peso da cruz, vós que sois pobres e abandonados, vós que chorais, vós que sois perseguidos por amor da justiça, vós de quem não se fala, vós os desconhecidos da dor, tende coragem: vós sois os preferidos do reino de Deus, que é o reino da esperança, da felicidade e da vida; vós sois os irmãos de Cristo sofredor; e com Ele, se quereis, vós salvais o mundo. Eis a ciência cristã do sofrimento, a única que dá a paz. Sabei que não estais sós, nem separados, nem abandonados, nem sois inúteis: vós sois os chamados por Cristo, a Sua imagem viva e transparente.


Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 24 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 24/06





Nascimento de Saõ João Baptista - solenidade






São João Baptista era filho de Zacarias e de Santa Isabel. Chamava-se "Baptista" pelo facto de pregar um baptismo de penitência (cf. Lucas 3,3). João, cujo nome significa "Deus é propício", veio à luz em idade avançada de seus pais (cf. Lucas 1,36). Parente de Jesus, foi o precursor do Messias. É João Baptista que aponta Jesus, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim, vem um homem que passou adiante de mim, porque existia antes de mim" (João 1,29ss.). De si mesmo deu este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai os caminhos do Senhor ..." (João 1,22ss.). São Lucas, no primeiro capítulo de seu Evangelho, narra a concepção, o nascimento e a pregação de João Baptista, marcando assim o advento do Reino de Deus no meio dos homens. A Igreja celebra-o desde os primeiros séculos do cristianismo. É o único santo cujo nascimento (24 de Junho) e martírio são evocados em duas solenidades pelo povo cristão. O seu nascimento é celebrado pelo povo com grande júbilo: cantos e danças folclóricas, fogueiras e quermesses fazem da sua festa uma das mais populares e queridas da nossa gente.



Calendário da Igreja disponível este dia

LEITURAS


Livro de Isaías 49,1-6.


«Ouvi-me, habitantes das ilhas, prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o SENHOR chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome. Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava. Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.» Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR, e no meu Deus a minha recompensa. E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno, para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob, e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força. Disse-me: «Não basta que sejas meu servo, só para restaurares as tribos de Jacob, e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra.»


Livro de Salmos 139(138),1-3.13-14ab.14c-15.


SENHOR, Tu examinaste-me e conheces-me, sabes quando me sento e quando me levanto; à distância conheces os meus pensamentos. Vês-me quando caminho e quando descanso; estás atento a todos os meus passos. Tu modelaste as entranhas do meu ser e formaste-me no seio de minha mãe. Dou-te graças por tão espantosas maravilhas; admiráveis são as tuas obras. Dou-te graças por tão espantosas maravilhas; admiráveis são as tuas obras. Dou-te graças por tão espantosas maravilhas; admiráveis são as tuas obras. Quando os meus ossos estavam a ser formados, e eu, em segredo, me desenvolvia, tecido nas profundezas da terra, nada disso te era oculto.


Livro dos Actos dos Apóstolos 13,22-26.


Pondo este de parte, Deus elevou David como rei, e a seu respeito deu este testemunho: ‘Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades.’ Da sua descendência, segundo a sua promessa, Deus proporcionou a Israel um Salvador, que é Jesus. João preparou a sua vinda, anunciando um baptismo de penitência a todo o povo de Israel. Quase a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas vem, depois de mim, alguém cujas sandálias não sou digno de desatar.’ Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que de entre vós são tementes a Deus, a nós é que foi dirigida a palavra de salvação.


Evangelho segundo S. Lucas 1,57-66.80.


Entretanto, chegou o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela. Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não; há-de chamar se João.» Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome.» Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Pedindo uma placa, o pai escreveu: «O seu nome é João.» E todos se admiraram. Imediatamente a sua boca abriu-se, a língua desprendeu-se-lhe e começou a falar, bendizendo a Deus. O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos, e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles factos. Quantos os ouviam retinham-nos na memória e diziam para si próprios: «Quem virá a ser este menino?» Na verdade, a mão do Senhor estava com ele. Entretanto, o menino crescia, o seu espírito robustecia-se, e vivia em lugares desertos, até ao dia da sua apresentação a Israel.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Sermão 289, 3º para a Natividade de João Baptista


«Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (Jo 3,30)


O maior dos homens foi enviado para dar testemunho d'Aquele que era mais que um homem. Com efeito quando aquele que «é o maior de entre os nascidos de mulher» (cf Mt 11,11) diz: «Eu não sou o Messias» (Jo 1,20) e se humilha face a Cristo, temos de entender que há em Cristo mais que um homem. [...] «Sim, todos nós participamos da Sua plenitude, recebendo graça sobre graça» (Jo 1,16). Que quer dizer «todos nós»? Quer dizer os patriarcas, os profetas e os santos apóstolos, aqueles que precederam a Incarnação ou que foram enviados depois pelo próprio Verbo incarnado, «todos nós participamos da Sua plenitude». Nós somos recipientes, ele é a fonte. Portanto [...], João é homem, Cristo é Deus: é preciso que o homem se humilhe, para que Deus seja exaltado.Foi para ensinar o homem a humilhar-se que João nasceu no dia a partir do qual os dias começam a decrescer; para nos mostrar que Deus deve ser exaltado, Jesus Cristo nasceu no dia em que os dias começam a aumentar. Há aqui um ensinamento profundamente misterioso. Nós celebramos a natividade de João como celebramos a de Cristo, porque essa natividade está cheia de mistério. De que mistério? Do mistério da nossa grandeza. Diminuamo-nos em nós próprios para podermos crescer em Deus; humilhemo-nos na nossa baixeza, para sermos exaltados na Sua grandeza.

Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 23 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 23/06

SSMO CORPO E SANGUE DE CRISTO - solenidade






Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo


Anualmente, os católicos comemoram, no mês de Maio ou Junho, sempre numa quinta-feira, a data da Instituição da Eucaristia, a festa do Corpo de Deus, antes chamada "Corpus Christi". A Igreja celebra, desde o século XIII, essa festa como participação popular no mistério daquilo a que os Santos, os Padres da Igreja e os Teólogos chamaram "sol dos sacramentos". No ano de 1246, Santa Juliana iniciou na sua comunidade de religiosas, em França, uma celebração em homenagem ao Corpo de Deus, presença real no sacramento da Eucaristia. Foi a primeira procissão, em âmbito regional. A adoração eucarística não era muito usual em França, obscurecida pelas heresias cátaras, valdenses e albigenses, e também pelo secularismo mundano. O teólogo francês Bengário de Tours (século XI) e a seita dos cátaros negaram a presença real de Cristo na Eucaristia. Em contrapartida a essas heresias, aconteceram sinais miraculosos em toda a Europa, fazendo explodir a devoção à Eucaristia, como presença real. Há várias maneiras de a Igreja professar essa crença, como a lamparina que indica a presença de Cristo; a elevação da hóstia e do cálice, na consagração; os tabernáculos, altares e paramentos específicos e ricamente ornados; confrarias e irmandades eucarísticas; congregações religiosas que têm como centro a adoração do Santíssimo Sacramento; congressos eucarísticos nacionais e internacionais, desde o século XIX até hoje, etc. Tudo isto é feito para professar e proclamar a presença real de Cristo na Eucaristia. Atribui-se a Santo Antonio de Lisboa (+1231), quando de suas pregações naquele país, o surgimento de uma consciência quanto à presença real de Cristo sob as espécies de pão e vinho. Uma vez, o santo pregava em Toulouse, também na França (há quem fale em Rímini), a respeito da presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento do altar. Um ateu, de nome Bonillo, duvidou e lançou um desafio: só acreditaria se sua mula se ajoelhasse diante do ostensório. Frei Antonio ampliou o desafio, mandou que deixassem o animal sem comer três dias e, no final deste tempo, lhe fosse apresentado um monte de erva e, ao lado, a Eucaristia. No final do terceiro dia, a mula foi solta e, passando pelo monte de feno e aveia, foi ajoelhar-se na frente da Eucaristia. Esta história encontra-se registada na Legenda Rigaldina, do século XIV. A iniciativa de Santa Juliana pode ter sido decorrente da semente deixada por frei Antônio naquela região, vinte anos antes. Festa Universal Posteriormente, em 1264, o Papa Urbano IV estendeu a toda a Igreja Universal do Ocidente a festa comemorativa ao Corpus Christi, com celebração especial e procissão festiva. Para tanto, incumbiu Santo Tomás de Aquino de organizar a festa. Nessa ocasião, o "doutor angélico" compôs o hino "Tantum Ergo Sacramentum". Com instruções especificas, própria das culturas medievais, a festa deveria ser celebrada com luxo nos paramentos, vasos e objetos sagrados, bem como nos trajes populares. Esse luxo, hoje, já não quer dizer pompa ou ostentação, mas louvor e adoração ao mistério divino. Depois do concílio Vaticano II, a Igreja celebra o Corpus Christi como a festa do "Corpo e Sangue de Cristo", numa alusão clara ao inestimável dom da eucaristia.





LEITURAS



Livro de Deuteronómio 8,2-3.14b-16a.



Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer durante quarenta anos pelo deserto, a fim de te humilhar, para te experimentar, para conhecer o teu coração e ver se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou e fez passar fome; depois, alimentou-te com esse maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis, para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do Senhor é que o homem viverá. Então, o teu coração se tornaria soberbo e tu esquecerias o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egipto, da casa de servidão. Foi Ele quem te conduziu através desse deserto grande e temível, de serpentes venenosas e escorpiões, lugar árido, onde não há água. Foi Ele quem fez jorrar, para ti, água do rochedo duro. Foi Ele quem te alimentou neste deserto com um maná desconhecido dos teus pais, para te humilhar, para te pôr à prova e, no futuro, te tornar feliz.



Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.



Glorifica, Jerusalém, o SENHOR; louva, Sião, o teu Deus. Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas e abençoou os teus filhos dentro de ti; Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e saciou-te com a flor do trigo. Ele manda as suas ordens à terra, e a sua palavra corre velozmente; Ele revela os seus planos a Jacob, os seus preceitos e as suas sentenças a Israel. Não fez assim com nenhum outro povo, não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.



1ª Carta aos Coríntios 10,16-17.



O cálice de bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão.



Evangelho segundo S. João 6,51-58.



Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.» Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!» Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI Homilia, celebração eucarística da 20ª Jornada Mundial da Juventude, 21/08/05


«A Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue uma verdadeira beb

ida»

«Isto é o Meu Corpo dado em sacrifício por vós. Isto é o cálice da Nova Aliança no Meu Sangue». [...] O que está a acontecer? Como pode Jesus dar o Seu Corpo e o Seu Sangue? Ao fazer do pão o Seu Corpo e do vinho o Seu Sangue, Ele antecipa a Sua morte, aceita-a no Seu íntimo e transforma-a num gesto de amor. Aquilo que, visto do exterior, é violência brutal [a crucifixão], torna-se, visto do interior, num gesto de amor que se doa totalmente. Foi esta a transformação substancial que se realizou no cenáculo e que estava destinada a suscitar um processo de transformações cuja finalidade última é a transformação do mundo, até chegar à condição em que Deus será tudo em todos (cf 1Cor 15,28).Desde sempre que todos os homens, de alguma forma, aguardam no seu coração uma mudança, uma transformação do mundo. Pois este é o único acto central de transformação capaz de renovar verdadeiramente o mundo: a violência transforma-se em amor e, por conseguinte, a morte em vida. E, porque este acto transforma a morte em vida, a morte, como tal, já está superada a partir do seu interior, nela já está presente a ressurreição. A morte está, por assim dizer, ferida intimamente, de modo que jamais poderá ser ela a última palavra. [...]Esta primeira e fundamental transformação da violência em amor, da morte em vida, arrasta depois consigo as outras transformações. O pão e o vinho tornam-se no Seu Corpo e no Seu Sangue. Mas a transformação não deve deter-se neste ponto, antes, é aqui que deve começar plenamente. O Corpo e o Sangue de Cristo são-nos dados para que nós mesmos, por nossa vez, sejamos transformados. Nós próprios devemos tornar-nos Corpo de Cristo, seus consanguíneos. Todos comemos o único Pão, mas isto significa que entre nós nos tornamos uma só coisa. A adoração, dissemos, torna-se assim união. Deus já não está só diante de nós como o Totalmente Outro. Está dentro de nós, e nós estamos n'Ele. A Sua dinâmica penetra-nos e, a partir de nós, deseja propagar-se aos outros e difundir-se em todo o mundo, para que o Seu amor Se torne realmente a medida dominante do mundo.



Fonte: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 22 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 22/06



Quarta-feira da 12ª semana do Tempo Comum




LEITURAS


Livro de Génesis 15,1-12.17-18.


Após estes acontecimentos, o Senhor disse a Abrão numa visão: «Nada temas, Abrão! Eu sou o teu escudo, a tua recompensa será muito grande.» Abrão respondeu: «Que me dareis, Senhor Deus? Vou-me sem filhos e o herdeiro da minha casa é Eliézer, de Damasco.» Acrescentou: «Não me concedeste descendência, e é um escravo, nascido na minha casa, que será o meu herdeiro.» Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida, nos seguintes termos: «Não é ele que será o teu herdeiro, mas aquele que sairá das tuas entranhas.» E, conduzindo-o para fora, disse-lhe: «Levanta os olhos para o céu e conta as estrelas, se fores capaz de as contar.» E acrescentou: «Pois bem, será assim a tua descendência.» Abrão confiou no Senhor, e Ele considerou-lhe isso como mérito. O Senhor disse-lhe depois: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur, na Caldeia, para te dar esta terra.» Perguntou-lhe Abrão: «Senhor Deus, como saberei que tomarei posse dela?» Disse-lhe o Senhor: «Toma uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombo ainda novo.» Abrão foi procurar todos estes animais, cortou-os ao meio e dispôs cada metade em frente uma da outra; não cortou, porém, as aves. As aves de rapina desciam sobre as carnes mortas, mas Abrão afugentava-as. Ao pôr-do-sol, apoderou-se dele um sono profundo; ao mesmo tempo, sentiu-se apavorado e foi envolvido por densa treva. Quando o Sol desapareceu, e sendo completa a escuridão, surgiu um braseiro fumegante e uma chama ardente, que passou entre as metades dos animais. Naquele dia, o Senhor concluiu uma aliança com Abrão, dizendo-lhe: «Dou esta terra à tua descendência, desde o rio do Egipto até ao grande rio, o Eufrates.


Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.


Louvai o SENHOR, aclamai o seu nome, anunciai entre os povos as suas obras. Cantai-lhe hinos e salmos, proclamai as suas maravilhas. Orgulhai-vos do seu nome santo; alegre-se o coração dos que procuram o SENHOR. Recorrei ao SENHOR e ao seu poder e buscai sempre a sua face. vós, descendentes de Abraão, seu servo, filhos de Jacob, seu escolhido. Ele é o SENHOR, nosso Deus, e governa sobre a terra! Ele recordará sempre a sua aliança, a promessa que jurou manter por mil gerações, pacto que fez com Abraão e aquele juramento que fez a Isaac.


Evangelho segundo S. Mateus 7,15-20.


«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pelos frutos, pois, os conhecereis.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas Exercícios Espirituais aos Missionários, fragmento 171


«Dar bons frutos»


Amemos a Deus, irmãos, sim, mas à custa dos nossos braços e do suor do nosso rosto. Com efeito, os actos de amor a Deus, de bondade, de benevolência, e de outros afectos parecidos, e as práticas interiores do coração sensível são, embora bons e desejáveis, inúmeras vezes assaz suspeitos por não chegarem a ser prova dum amor real. «Nisto, diz Nosso Senhor, se manifesta a glória de Meu Pai: em que deis muito fruto» (Jo 15,8).É em relação a isso que devemos redobrar a nossa atenção, porque muitos há que, tendo o seu exterior bem cuidado e o seu interior cheio de nobres sentimentos de Deus, ficam por aí; frente aos factos ou chamados a agir perante as ocasiões, perdem o fôlego. Orgulham-se da sua imaginação fecunda, contentam-se com os doces diálogos que mantêm com Deus na oração e falam até deles como se fossem anjos; mas, saindo daí, quando se trata de trabalhar por Deus, de sofrer, de mortificar-se, de ensinar os indigentes, de ir à procura da ovelha perdida (Lc 15,4), de gostar que lhes falte alguma coisa, de aceitar a doença ou outra desgraça qualquer, pronto! não fica ninguém, foge-lhes a coragem. Não, irmãos, não tenhamos ilusões: toda a nossa missão consiste em passar aos actos.


Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 21 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 21/06


Terça-feira da 12ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Luís Gonzaga, religioso, +1591

LEITURAS


Livro de Génesis 13,2.5-18.


Abrão era muito rico em rebanhos, prata e ouro. Lot, que acompanhava Abrão, possuía, igualmente, ovelhas, bois e tendas; a terra não era bastante grande para nela se estabelecerem os dois, porque os bens de ambos eram avultados. Houve questões entre os pastores dos rebanhos de Abrão e os pastores dos rebanhos de Lot. Os cananeus e os perizeus habitavam, então, aquela terra. Abrão disse a Lot: «Peço-te que entre nós e entre os nossos pastores não haja conflitos, pois somos irmãos. Aí tens essa região toda diante de ti. Separemo-nos. Se fores para a esquerda, irei para a direita; se fores para a direita, irei para a esquerda.» Lot ergueu os olhos e viu todo o vale do Jordão, que era inteiramente regado. Antes de o Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, estendendo-se até Soar, o vale era um maravilhoso jardim, como a terra do Egipto. Lot escolheu para si todo o vale do Jordão e dirigiu-se para o oriente, separando-se um do outro. Abrão fixou-se na terra de Canaã, e Lot nas cidades do vale, no qual ergueu as suas tendas até Sodoma. Ora, os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor. Depois de Lot o ter deixado, Deus disse a Abrão: «Ergue os teus olhos e, do sítio em que estás, contempla o norte, o sul, o oriente e o ocidente. Toda a terra que estás a ver, dar-ta-ei, a ti e aos teus descendentes, para sempre. Farei que a tua descendência seja numerosa como o pó da terra, de modo que só se alguém puder contar o pó da terra é que a tua posteridade poderá ser contada. Levanta-te, percorre esta terra em todas as direcções, porque Eu ta darei.» Abrão desmontou as suas tendas e foi residir junto aos carvalhos de Mambré, próximo de Hebron; e ali construiu um altar ao Senhor.


Livro de Salmos 15(14),2-3ab.3cd-4ab.5.


Aquele que leva uma vida sem mancha, pratica a justiça e diz a verdade com todo o coração;aquele cuja língua não levanta calúnias e não faz mal ao seu próximo, nem causa prejuízo a ninguém;aquele cuja língua não levanta calúnias e não faz mal ao seu próximo, nem causa prejuízo a ninguém;aquele cuja língua não levanta calúnias e não faz mal ao seu próximo, nem causa prejuízo a ninguém;aquele cuja língua não levanta calúnias e não faz mal ao seu próximo, nem causa prejuízo a ninguém;aquele que despreza o que é desprezível, mas estima os que temem o SENHOR; aquele que não falta ao juramento, mesmo em seu prejuízo;aquele que despreza o que é desprezível, mas estima os que temem o SENHOR; aquele que não falta ao juramento, mesmo em seu prejuízo;aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem se deixa subornar contra o inocente. Quem assim proceder não há-de sucumbir para sempre.


Evangelho segundo S. Mateus 7,6.12-14.


«Não deis as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos porcos, para não acontecer que as pisem aos pés e, acometendo-vos, vos despedacem.» «Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.» «Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. Como é estreita a porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo Homilias sobre o Êxodo, nº 5, 3; SC 321


«Apertado é o caminho que conduz à vida»


Vejamos o que Deus disse a Moisés, que ordem lhe deu sobre o caminho a escolher [...]. Pensavas talvez que o caminho que Deus mostra é um caminho fácil, que não tem absolutamente nada de difícil ou de penoso; pelo contrário, trata-se de uma subida, e bem tortuosa. Porque esse caminho por onde chegamos às virtudes não é um caminho a descer, mas a subir, e é uma subida íngreme e difícil. Escuta ainda o Senhor no Evangelho: «Quão apertado é o caminho que conduz à vida!» Vês, portanto, como o Evangelho está em harmonia com a Lei. [...] Na verdade, até os cegos conseguem vê-lo claramente: um só Espírito escreveu a Lei e o Evangelho.O caminho por onde vamos é portanto uma tortuosa subida [...]; os actos e a fé comportam muitas dificuldades, muitas tribulações. Pois são imensas as tentações e os obstáculos que se opõem àqueles que querem agir segundo Deus. Depois, na fé, encontramos muitas coisas tortuosas, muitos pontos de discussão, muitas objecções heréticas. [...] Escuta o que disse o Faraó ao ver o caminho que Moisés e os israelitas tinham tomado: «Andam perdidos na terra.» (Ex 14,3). Para o Faraó, aqueles que seguem a Deus perdem-se. É que, como dissemos, o caminho da sabedoria é tortuoso, com muitas curvas, muitos desvios. Assim, confessar que há um Deus único, e afirmar na mesma confissão que o Pai, o Filho e o Santo Espírito são um só Deus, quão tortuoso, quão difícil e inextricável parecerá aos infiéis! Acrescentar ainda que «o Senhor da glória» foi crucificado (1 Cor 2,8), e que Ele é o Filho do homem «que desceu do Céu» (Jo 3,13), quão tortuoso e difícil parecerá, também! Quem sem fé isto ouve, dirá: «Andam perdidos na terra». Mas tu, sê firme, não ponhas em dúvida uma tal fé, sabendo que Deus te mostra esse caminho da fé.


Fonte: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 20 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 20/06

Segunda-feira da 12ª semana do Tempo Comum



Festa da Igreja : Nossa Senhora da Consolata




LEITURAS


Livro de Génesis 12,1-9.


O Senhor disse a Abrão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar. Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos. Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem. E todas as famílias da Terra serão em ti abençoadas.» Abrão partiu, como o Senhor lhe dissera, levando consigo Lot. Quando saiu de Haran, Abrão tinha setenta e cinco anos. Tomou Sarai, sua mulher, e Lot, filho do seu irmão, assim como todos os bens que possuíam e os escravos que tinham adquirido em Haran, e partiram todos para a terra de Canaã, e chegaram à terra de Canaã. Abrão percorreu-a até ao lugar de Siquém, até aos carvalhos de Moré. Os cananeus viviam, então, naquela terra. O Senhor apareceu a Abrão e disse-lhe: «Darei esta terra à tua descendência.» E Abrão construiu ali um altar ao Senhor, que lhe tinha aparecido. Deixando esta região, prosseguiu até ao monte situado ao oriente de Betel, e montou ali as suas tendas, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente. Construiu também um altar ao Senhor e invocou o seu nome. Abrão continuou a sua viagem, acampando aqui e ali, em direcção ao Négueb.


Livro de Salmos 33(32),12-13.18-19.20.22.


Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, o povo que Ele escolheu para sua herança.Do céu, o SENHOR contempla e vê toda a humanidade; Os olhos do SENHOR velam pelos seus fiéis, por aqueles que esperam na sua bondade,para os libertar da morte e os manter vivos no tempo da fome.A nossa alma espera no SENHOR; Ele é o nosso amparo e o nosso escudo.Venha sobre nós, SENHOR, o teu amor, pois depositamos em ti a nossa confiança.


Evangelho segundo S. Mateus 7,1-5.


«Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? Como ousas dizer ao teu irmão: 'Deixa-me tirar o argueiro da tua vista’, tendo tu uma trave na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade A Simple Path


«Não julgueis, para não serdes julgados»


O amor não é amor se não for partilhado. Ele deve traduzir-se pela acção. Deveis amar sem nada esperardes em troca, agir só por amor e não pelos benefícios que podereis colher. Se esperais qualquer coisa em troca, não amais verdadeiramente, porque o amor verdadeiro ama sem condições nem ponderações.Se surgir uma nova necessidade, Deus guiar-vos-á, como guiou os que entre nós servem os doentes com sida. Não julgamos esses doentes, cuidamos deles sem nos perguntarmos o que lhes aconteceu, nem como ficaram doentes. Creio que Deus nos transmite uma mensagem insistente a propósito da sida: Ele quer que não vejamos outra coisa a não ser a ocasião de manifestar o nosso amor. Os doentes com sida talvez tenham despertado um amor muito terno em muitos daqueles que os tinham expulsado das suas vidas.


Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 19 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 19/08





SANTÍSSIMA TRINIDADE - solenidade




Domingo da Santíssima Trindade


A Festa que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de «um Deus em três pessoas»; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor. Na primeira leitura, o Deus da comunhão e da aliança, apostado em estabelecer laços familiares com o homem, auto-apresenta-se: ele é clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia. Na segunda leitura, Paulo expressa – através da fórmula litúrgica «a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco» – a realidade de um Deus que é comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor. No Evangelho, João convida-nos a contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho único; e Jesus, o Filho, cumprindo o plano do Pai, fez da sua vida um dom total, até à morte na cruz, a fim de oferecer aos homens a vida definitiva. Nesta fantástica história de amor (que vai até ao dom da vida do Filho único e amado), plasma-se a grandeza do coração de Deus.



Leituras

Livro de Êxodo 34,4b-6.8-9.


Moisés talhou, pois, duas tábuas de pedra iguais às primeiras. No dia seguinte de manhã subiu o monte Sinai, como o Senhor lhe tinha ordenado, e levava na mão as duas tábuas de pedra. O Senhor desceu na nuvem e, passando junto dele, pronunciou o nome do Senhor. O Senhor passou em frente dele e exclamou: «Senhor! Senhor! Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e de fidelidade, Moisés curvou-se imediatamente até ao chão e prostrou-se em adoração, dizendo: «Se, entretanto, alcancei graça aos teus olhos, ó Senhor, vem, por favor, caminhar no meio de nós, pois este é um povo de cerviz dura. Mas perdoa-nos as nossas iniquidades e os nossos pecados e aceita-nos como propriedade tua.»


Livro de Daniel 3,52.53.54.55.56.


«Bendito sejas, Senhor, Deus de nossos pais:– digno de louvor e glória eternamente! Bendito seja o teu nome santo e glorioso:– digno de supremo louvor e exaltação eternamente! Bendito sejas no templo da tua santa glória: – digno de supremo louvor e glória eternamente! Bendito sejas por penetrares os abismos,sentado sobre os querubins: – digno de supremo louvor e exaltação eternamente! Bendito sejas no teu trono real: – digno de supremo louvor e exaltação eternamente! Bendito sejas no firmamento dos céus:– digno de supremo louvor e glória eternamente!


2ª Carta aos Coríntios 13,11-13.


De resto, irmãos, sede alegres, tendei para a perfeição, confortai-vos uns aos outros, tende um mesmo sentir, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco. Saudai-vos mutuamente com o ósculo santo. Saúdam-vos todos os santos. A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!


Evangelho segundo S. João 3,16-18.


Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Atanásio (295-373), Bispo de Alexandria, Doutor da Igreja Carta I a Serapião, 19; PG 26, 573


«Todo o que n'Ele crê [...] tenha a vida eterna»


Insensatos, que não cessais de revelar-vos indiscretos na procura da Trindade, sem vos contentardes em acreditar tão-só que Ela existe, tal como vos orienta o Apóstolo, que diz: «quem se aproxima de Deus tem de acreditar que Ele existe e recompensa aqueles que O procuram» (Heb 11,6). Que ninguém se ocupe de questões supérfluas, mas se contente em apreender o conteúdo das Escrituras, [...] que dizem que o Pai é fonte — «o Meu povo abandonou-Me, a Mim, nascente de águas vivas» (Jr 2,13); «Abandonaste a fonte da sabedoria!» (Br 3,12) — e luz, segundo João: «Deus é luz» (1Jo 1,5). O Filho, com efeito, em relação a essa fonte, é rio, de acordo com o salmo: «Enches, a transbordar, o rio caudaloso» (Sl 65 /64,10), e em relação à luz é resplendor, quando Paulo diz que «é resplendor da Sua glória e imagem fiel da Sua substância» (Heb 1,3). Assim sendo, o Pai é luz, e o Filho o Seu resplendor. [...] E é no Filho que somos iluminados pelo Espírito, como diz também Paulo: «que o Pai vos dê o Espírito de sabedoria e vo-Lo revele, para o conhecerdes, e sejam iluminados os olhos do vosso coração» (Ef 1,17-18). É, porém, Cristo quem nos ilumina n'Ele quando somos iluminados pelo Espírito, pois a Escritura diz: «O Verbo era a Luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9). Para além disso, sendo o Pai fonte e Cristo rio, é dito igualmente que bebemos do Espírito: «e todos bebemos de um só Espírito» (1Cor 12,13). Dessedentados, pois, pelo Espírito, é de Cristo que bebemos, porquanto bebemos «de um rochedo espiritual que os seguia, e esse rochedo era Cristo» (1Cor 10,4). Ora, sendo o Pai o «único Deus sábio» (Rm 16,27), o Filho é a Sua sabedoria, porque «Cristo é poder e sabedoria de Deus» (1 Cor 1,24). Por conseguinte, ao recebermos o Espírito de sabedoria, recebemos o Filho e adquirimos assim a Sua sabedoria. [...] O Filho é a vida, pois Ele disse: «Eu sou a Vida» (Jo 14,6). Mas também se diz na Escritura que somos vivificados pelo Espírito quando Paulo nos diz que «o Pai, que ressuscitou Cristo de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, por meio do Seu Espírito que habita em vós» (Rm 8,11). Mas ao sermos vivificados pelo Espírito, é Cristo que Se faz vida em nós: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gl 2,20).Existindo, assim, no seio da Trindade uma tal correspondência e uma tal unidade, quem poderá separar o Filho do Pai, e o Espírito do Filho, ou do Pai? [...] O Mistério de Deus não é concedido ao nosso ser com discursos eloquentes, mas pela fé e por preces respeitosas.

Fonte: Evangelho Quotidiano