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quinta-feira, 23 de junho de 2011

LITURGIA DO DIA - 23/06

SSMO CORPO E SANGUE DE CRISTO - solenidade






Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo


Anualmente, os católicos comemoram, no mês de Maio ou Junho, sempre numa quinta-feira, a data da Instituição da Eucaristia, a festa do Corpo de Deus, antes chamada "Corpus Christi". A Igreja celebra, desde o século XIII, essa festa como participação popular no mistério daquilo a que os Santos, os Padres da Igreja e os Teólogos chamaram "sol dos sacramentos". No ano de 1246, Santa Juliana iniciou na sua comunidade de religiosas, em França, uma celebração em homenagem ao Corpo de Deus, presença real no sacramento da Eucaristia. Foi a primeira procissão, em âmbito regional. A adoração eucarística não era muito usual em França, obscurecida pelas heresias cátaras, valdenses e albigenses, e também pelo secularismo mundano. O teólogo francês Bengário de Tours (século XI) e a seita dos cátaros negaram a presença real de Cristo na Eucaristia. Em contrapartida a essas heresias, aconteceram sinais miraculosos em toda a Europa, fazendo explodir a devoção à Eucaristia, como presença real. Há várias maneiras de a Igreja professar essa crença, como a lamparina que indica a presença de Cristo; a elevação da hóstia e do cálice, na consagração; os tabernáculos, altares e paramentos específicos e ricamente ornados; confrarias e irmandades eucarísticas; congregações religiosas que têm como centro a adoração do Santíssimo Sacramento; congressos eucarísticos nacionais e internacionais, desde o século XIX até hoje, etc. Tudo isto é feito para professar e proclamar a presença real de Cristo na Eucaristia. Atribui-se a Santo Antonio de Lisboa (+1231), quando de suas pregações naquele país, o surgimento de uma consciência quanto à presença real de Cristo sob as espécies de pão e vinho. Uma vez, o santo pregava em Toulouse, também na França (há quem fale em Rímini), a respeito da presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento do altar. Um ateu, de nome Bonillo, duvidou e lançou um desafio: só acreditaria se sua mula se ajoelhasse diante do ostensório. Frei Antonio ampliou o desafio, mandou que deixassem o animal sem comer três dias e, no final deste tempo, lhe fosse apresentado um monte de erva e, ao lado, a Eucaristia. No final do terceiro dia, a mula foi solta e, passando pelo monte de feno e aveia, foi ajoelhar-se na frente da Eucaristia. Esta história encontra-se registada na Legenda Rigaldina, do século XIV. A iniciativa de Santa Juliana pode ter sido decorrente da semente deixada por frei Antônio naquela região, vinte anos antes. Festa Universal Posteriormente, em 1264, o Papa Urbano IV estendeu a toda a Igreja Universal do Ocidente a festa comemorativa ao Corpus Christi, com celebração especial e procissão festiva. Para tanto, incumbiu Santo Tomás de Aquino de organizar a festa. Nessa ocasião, o "doutor angélico" compôs o hino "Tantum Ergo Sacramentum". Com instruções especificas, própria das culturas medievais, a festa deveria ser celebrada com luxo nos paramentos, vasos e objetos sagrados, bem como nos trajes populares. Esse luxo, hoje, já não quer dizer pompa ou ostentação, mas louvor e adoração ao mistério divino. Depois do concílio Vaticano II, a Igreja celebra o Corpus Christi como a festa do "Corpo e Sangue de Cristo", numa alusão clara ao inestimável dom da eucaristia.





LEITURAS



Livro de Deuteronómio 8,2-3.14b-16a.



Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer durante quarenta anos pelo deserto, a fim de te humilhar, para te experimentar, para conhecer o teu coração e ver se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou e fez passar fome; depois, alimentou-te com esse maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis, para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do Senhor é que o homem viverá. Então, o teu coração se tornaria soberbo e tu esquecerias o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egipto, da casa de servidão. Foi Ele quem te conduziu através desse deserto grande e temível, de serpentes venenosas e escorpiões, lugar árido, onde não há água. Foi Ele quem fez jorrar, para ti, água do rochedo duro. Foi Ele quem te alimentou neste deserto com um maná desconhecido dos teus pais, para te humilhar, para te pôr à prova e, no futuro, te tornar feliz.



Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.



Glorifica, Jerusalém, o SENHOR; louva, Sião, o teu Deus. Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas e abençoou os teus filhos dentro de ti; Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e saciou-te com a flor do trigo. Ele manda as suas ordens à terra, e a sua palavra corre velozmente; Ele revela os seus planos a Jacob, os seus preceitos e as suas sentenças a Israel. Não fez assim com nenhum outro povo, não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.



1ª Carta aos Coríntios 10,16-17.



O cálice de bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão.



Evangelho segundo S. João 6,51-58.



Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.» Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!» Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI Homilia, celebração eucarística da 20ª Jornada Mundial da Juventude, 21/08/05


«A Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue uma verdadeira beb

ida»

«Isto é o Meu Corpo dado em sacrifício por vós. Isto é o cálice da Nova Aliança no Meu Sangue». [...] O que está a acontecer? Como pode Jesus dar o Seu Corpo e o Seu Sangue? Ao fazer do pão o Seu Corpo e do vinho o Seu Sangue, Ele antecipa a Sua morte, aceita-a no Seu íntimo e transforma-a num gesto de amor. Aquilo que, visto do exterior, é violência brutal [a crucifixão], torna-se, visto do interior, num gesto de amor que se doa totalmente. Foi esta a transformação substancial que se realizou no cenáculo e que estava destinada a suscitar um processo de transformações cuja finalidade última é a transformação do mundo, até chegar à condição em que Deus será tudo em todos (cf 1Cor 15,28).Desde sempre que todos os homens, de alguma forma, aguardam no seu coração uma mudança, uma transformação do mundo. Pois este é o único acto central de transformação capaz de renovar verdadeiramente o mundo: a violência transforma-se em amor e, por conseguinte, a morte em vida. E, porque este acto transforma a morte em vida, a morte, como tal, já está superada a partir do seu interior, nela já está presente a ressurreição. A morte está, por assim dizer, ferida intimamente, de modo que jamais poderá ser ela a última palavra. [...]Esta primeira e fundamental transformação da violência em amor, da morte em vida, arrasta depois consigo as outras transformações. O pão e o vinho tornam-se no Seu Corpo e no Seu Sangue. Mas a transformação não deve deter-se neste ponto, antes, é aqui que deve começar plenamente. O Corpo e o Sangue de Cristo são-nos dados para que nós mesmos, por nossa vez, sejamos transformados. Nós próprios devemos tornar-nos Corpo de Cristo, seus consanguíneos. Todos comemos o único Pão, mas isto significa que entre nós nos tornamos uma só coisa. A adoração, dissemos, torna-se assim união. Deus já não está só diante de nós como o Totalmente Outro. Está dentro de nós, e nós estamos n'Ele. A Sua dinâmica penetra-nos e, a partir de nós, deseja propagar-se aos outros e difundir-se em todo o mundo, para que o Seu amor Se torne realmente a medida dominante do mundo.



Fonte: Evangelho Quotidiano

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