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sábado, 20 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 20/08


Sábado da 20ª semana do Tempo Comum




Livro de Rute 2,1-3.8-11.4,13-17.


Noemi tinha um parente por parte do seu marido, Elimélec; era um homem poderoso e rico, chamado Booz. Rute, a moabita, disse a Noemi: «Por favor, deixa-me ir respigar nos campos de alguém que queira acolher-me com bondade.» E ela respondeu-lhe: «Vai, minha filha.» Ela foi e entrou num campo, respigando atrás dos ceifeiros. Aconteceu que aquele campo era propriedade de Booz, parente de Elimélec. Booz disse a Rute: «Já ouviste, minha filha. Não vás respigar noutro campo; não te afastes deste e junta-te às minhas servas. Repara no campo por onde vão a ceifar e vai atrás delas. Pois ordenei aos meus servos que não te incomodem. E se tiveres sede, vai à bilha e bebe da água que eles tiverem trazido.» Rute, prostrando-se por terra, disse-lhe: «Porque encontrei tal bondade da tua parte, tratando-me como natural, a mim que sou uma estrangeira?» Replicando, Booz disse-lhe: «Já me contaram tudo o que fizeste pela tua sogra, depois da morte do teu marido: como deixaste o teu pai, a tua mãe e a terra onde nasceste e vieste para um povo que há bem pouco nem conhecias. Booz tomou, pois, Rute, que se tornou sua mulher. Juntou-se a ela e o Senhor concedeu-lhe a graça de conceber e dar à luz um filho. As mulheres diziam a Noemi: «Bendito seja o Senhor, que não te recusou um parente de resgate, neste dia. Que o seu nome seja proclamado em Israel. Ele te dará a vida e será o arrimo da tua velhice, porque nasceu um menino da tua nora, que te ama e é para ti mais preciosa do que sete filhos.» Noemi recebeu o menino e colocou-o no seu regaço, tornando-se a sua ama. As suas vizinhas, congratulando-se com ela, diziam: «Nasceu um filho a Noemi.» E deram-lhe o nome de Obed. Este foi pai de Jessé e avô de David.


Livro de Salmos 128(127),1-2.3.4.5.


Felizes os que obedecem ao SENHOR e andam nos seus caminhos. Comerás do fruto do teu próprio trabalho: assim serás feliz e viverás contente. Tua esposa será como videira fecunda na intimidade do teu lar; os teus filhos serão como rebentos de oliveira ao redor da tua mesa. Assim vai ser abençoado o homem que obedece ao SENHOR. O SENHOR te abençoe do monte Sião! Possas contemplar a prosperidade de Jerusalém todos os dias da tua vida.


Evangelho segundo S. Mateus 23,1-12.


Naquele tempo, Jesus falou assim à multidão e aos seus discípulos: «Os doutores da Lei e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés. Fazei, pois, e observai tudo o que eles disserem, mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar. Tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens. Por isso, alargam as filactérias e alongam as orlas dos seus mantos. Gostam de ocupar o primeiro lugar nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas. Gostam das saudações nas praças públicas e de serem chamados 'mestres’ pelos homens. Quanto a vós, não vos deixeis tratar por 'mestres’, pois um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos. E, na terra, a ninguém chameis 'Pai’, porque um só é o vosso 'Pai’: aquele que está no Céu. Nem permitais que vos tratem por 'doutores’, porque um só é o vosso 'Doutor’: Cristo. O maior de entre vós será o vosso servo. Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.


Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja 8.ª Homilia sobre a Carta aos Romanos, 8; PG 60, 464


«Sois todos irmãos»


«Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18,20). [...] Mas que vejo eu?! Cristãos que servem sob o mesmo estandarte, sob o mesmo Chefe, a devorarem-se e a destruírem-se, uns por um punhado de ouro, outros pela glória, outros sem motivo algum, outros pelo prazer da lisonja! [...] O nome de irmãos é vão entre nós. [...]Mostrai respeito por esta santa mesa, para a qual fomos todos convocados; mostrai respeito por Cristo, imolado por nós; mostrai respeito pelo sacrifício aí oferecido. [...] Depois de termos estado a uma mesa assim e comungado um alimento desses, pegaremos nós em armas uns contra os outros em vez de nos armarmos todos juntos contra o demónio?! Esqueceremos nós o Adversário para dispararmos flechas contra os irmãos? «Mas que flechas?», diríeis vós. Aquelas que são lançadas pela língua e pelos lábios. Não são só as flechas de pontas de ferro que ferem: há palavras que causam feridas muito mais profundas.


Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 19/08




Sexta-feira da 20ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. João Eudes, presbítero, +1680

LEITURAS


Livro de Rute 1,1.3-6.14b-16.22.


No tempo em que os Juízes governavam, uma fome assolou o país. Certo homem de Belém de Judá emigrou para os campos de Moab com sua mulher e seus dois filhos. Entretanto, Elimélec, esposo de Noemi, morreu, deixando-a com os seus dois filhos. Eles tomaram para si mulheres moabitas, uma chamada Orpa e outra Rute. Viveram ali cerca de dez anos. Morrendo Maalon e Quilion, Noemi ficou só, sem os seus dois filhos e sem o marido. Então levantou-se, na companhia das duas noras, para regressar dos campos de Moab, pois ouvira dizer que o Senhor tinha visitado o seu povo e lhes tinha dado pão. Elas choraram novamente em alto pranto. Entretanto, Orpa beijou a sua sogra e retirou-se, mas Rute permaneceu na sua companhia. Noemi disse-lhe: «Vês, a tua cunhada voltou para o seu povo e para os seus deuses. Vai tu também com a tua cunhada.» Mas Rute respondeu: «Não insistas para que te deixe, pois onde tu fores, eu irei contigo e onde pernoitares, aí ficarei; o teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus. Foi assim que Noemi voltou, e com ela a sua nora, Rute, que era originária dos campos de Moab. E chegaram a Belém, no início da colheita da cevada.


Livro de Salmos 146(145),5-6.7.8-9a.9bc-10.


Feliz de quem tem por auxílio o Deus de Jacob, de quem põe a sua esperança no SENHOR, seu Deus. Ele criou os céus, a terra e o mar e tudo o que neles existe. Ele salva os oprimidos, dá pão aos que têm fome; o SENHOR liberta os prisioneiros. O SENHOR dá vista aos cegos, o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama o homem justo. O SENHOR protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva, mas entrava o caminho aos pecadores. SENHOR protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva, mas entrava o caminho aos pecadores. SENHOR reinará eternamente! O teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações!


Evangelho segundo S. Mateus 22,34-40.


Naquele tempo, os fariseus ouvindo dizer que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, reuniram-se em grupo. E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?» Jesus disse lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e doutor da Igreja Oitava homília para a novena de Natal


«O maior e o primeiro mandamento»


Para poder amar muito a Deus no céu, é preciso, em primeiro lugar, amá-Lo muito na terra. O grau do nosso amor a Deus no fim da nossa vida será a medida do nosso amor a Deus durante a eternidade. Queremos adquirir a certeza de nunca nos separarmos desse Bem soberano na vida presente? Estreitemo-Lo cada vez mais nos laços do nosso amor, dizendo-Lhe com a Esposa do Cântico dos Cânticos: «Encontrei Aquele que o meu coração ama. Abracei-O e não O largarei» (Ct 3,4). Como é que a Esposa sagrada abraçou o seu Bem-Amado? «Com os braços da caridade», responde Guilherme [...]; «É com os braços da caridade que abraçamos a Deus», retoma Santo Ambrósio. Feliz daquele que puder gritar como São Paulino: «Que os ricos possuam as suas riquezas, que os reis possuam os seus reinos: a nossa glória, a nossa riqueza e o nosso reino, são Cristo!» E com Santo Inácio: «Dá-me apenas o Teu amor e a Tua graça, que isso me basta». Faz com que Te ame e que seja amado por Ti; não desejo nem tenho mais nada a desejar senão isso.

Fonte: Evangelho Quotidiano




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 18/08




Quinta-feira da 20ª semana do Tempo Comum




LEITURAS


Livro de Juízes 11,29-39a.


Naqueles dias, o espírito do SENHOR desceu sobre Jefté; Jefté atravessou Guilead e Manassés; depois, Mispá de Guilead; de Mispá de Guilead atravessou a fronteira dos amonitas. Jefté fez um voto ao SENHOR, dizendo: «Se realmente entregas nas minhas mãos os amonitas, pertencerá ao SENHOR quem quer que saia das portas da minha casa para me vitoriar pelo meu regresso a salvo da terra dos amonitas; eu oferecê-lo-ei em holocausto.» Então, Jefté marchou contra os amonitas e travou combate contra eles; o SENHOR entregou-os nas suas mãos. Derrotou-os desde Aroer até às proximidades de Minit, tomando-lhes vinte cidades, e até Abel-Queramim; foi uma derrota muito grande; deste modo, os amonitas foram humilhados pelos filhos de Israel. Quando Jefté regressou a sua casa em Mispá, eis que sua filha saiu para o vitoriar, dançando e tocando tamborim; ela era filha única; não tinha mais filhos nem filhas. Ao vê-la, rasgou as suas vestes e disse: «Ai, minha filha! Tu fazes-me lançar no desespero! Tu és a minha desgraça! Eu falei demais na presença do SENHOR; agora não posso tornar atrás.» Ela disse-lhe: «Meu pai, tu falaste demais na presença do SENHOR; faz comigo segundo o que saiu da tua boca, pois o SENHOR deu-te a vingança contra os teus inimigos, os amonitas.» Depois, disse a seu pai: «Concede-me o seguinte: deixa-me sozinha durante dois meses para que eu vá vaguear pelas montanhas, chorando a minha virgindade, eu e as minhas companheiras.» Ele disse: «Vai.» E deixou-a partir durante dois meses; ela foi com as suas companheiras e chorou sobre as montanhas a sua virgindade. Ao fim de dois meses, voltou para junto de seu pai; este cumpriu nela o voto que havia feito. Ora ela não conhecera homem e foi assim que nasceu em Israel.


Livro de Salmos 40(39),5.7-8a.8b-9.10.


Feliz o homem que confia no SENHOR e não se volta para os idólatras, Feliz o homem que confia no SENHOR para os que seguem a mentira. Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas abriste me os ouvidos para escutar; não pediste holocaustos nem vítimas. Então eu disse: "Aqui estou!" "No Livro da Lei está escrito aquilo que devo fazer. Esse é o meu desejo, ó meu Deus; a tua lei está dentro do meu coração." Anunciei a tua justiça na grande assembleia; Tu bem sabes, SENHOR, que não fechei os meus lábios.


Evangelho segundo S. Mateus 22,1-14.


Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer. De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’ Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio. Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos. O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade. Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’ Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial. E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu. O rei disse, então, aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’ Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo Sermão 74


«Vinde às bodas»


«Tudo está preparado. Vinde às bodas». Os convidados, porém, desculparam-se, «foram um para o seu campo, outro para o seu negócio». No mundo inteiro são inúmeros aqueles que continuamente se empenham nessa agitação contínua de singulares afazeres. A cabeça fica a andar à roda com a quantidade prodigiosa de roupa, de comida, de construções e outras coisas tais, das quais metade apenas já seria suficiente. Lutemos com todas as forças para fugir da exuberância de tais actividades e desdobramentos, para fugir de tudo o que não seja uma necessidade absoluta e recolhermo-nos em nós próprios e na nossa própria vocação, considerando onde, como e de que modo nos chama o Senhor, este à contemplação interior, aquele à acção pura e simples, aqueloutro, bem acima dos outros dois, ao doce repouso interior no silêncio calmo das brumas divinas e na unidade do Espírito. Se o homem chamado interiormente ao silêncio nobre e calmo na vacuidade da nuvem misteriosa (Ex 24, 18), apesar disso quiser por completo abster-se de quaisquer obras de caridade, não estará a agir bem, e como tal deverá fazê-las também segundo as circunstâncias a que tiver sido chamado [...]«Abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas». Este festim representa o repouso interior no qual entramos se agirmos e fruirmos como o próprio Deus faz conSigo próprio, activamente, e onde o Mestre, o Rei, é constantemente chamado a ser o supervisor. O Evangelho refere, no entanto, que Ele deu com um convidado sentado à mesa sem o traje nupcial vestido. Este mais não é do que a pura, verdadeira e divina caridade, que faltava ao tal conviva, essa intenção sincera de buscar a Deus excluindo todo o amor-próprio e tudo o que Lhe é estranho, a caridade que quer só aquilo que Deus quer. [...] Para alguns, essa intenção, esse amor, não pertencem pura e exclusivamente, no fundo da sua alma, a Deus, porque a si próprios se buscam. A esses diz o Senhor: Amigo, como entraste aqui sem o traje verdadeiro da caridade?, pois buscam antes as dádivas de Deus do que o próprio Deus.


Fonte: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 17/08


Quarta-feira da 20ª semana do Tempo Comum






Livro de Juízes 9,6-15.


Naqueles dias, juntaram-se, então, todos os senhores de Siquém e toda a casa de Milo, e foram proclamar rei Abimélec, junto do terebinto do monumento que está em Siquém. Isto foi comunicado a Jotam. E ele foi colocar-se no cimo do monte Garizim; ergueu a voz e gritou; depois, disse-lhes: «Ouvi-me, senhores de Siquém, e que Deus vos oiça! As árvores puseram-se a caminho para ungirem um rei para si próprias. Disseram, então, à oliveira: ‘Reina sobre nós.’ Disse-lhes a oliveira: ‘Irei eu renunciar ao meu óleo, com que se honram os deuses e os homens, para me agitar por cima das árvores?’ As árvores disseram, depois, à figueira: ‘Vem tu, então, reinar sobre nós.’ Disse-lhes a figueira: ‘Irei eu renunciar à minha doçura e aos meus bons frutos, para me agitar sobre as árvores?’ Disseram, então, as árvores à videira: ‘Vem tu reinar sobre nós.’ Disse-lhes a videira: ‘Irei eu renunciar ao meu mosto, que alegra os deuses e os homens, para me agitar sobre as árvores?’ Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu, reina tu sobre nós.’ Disse o espinheiro às árvores: ‘Se é de boa mente que me ungis rei sobre vós, vinde, abrigai-vos à minha sombra; mas, se não é assim, sairá do espinheiro um fogo que há-de devorar os cedros do Líbano!’


Livro de Salmos 21(20),2-3.4-5.6-7.


SENHOR, o rei alegra-se com o teu poder e regozija-se com o teu auxílio. Satisfizeste os desejos do seu coração; não recusaste os pedidos da sua boca. Foste ao seu encontro com bênçãos preciosas; puseste-lhe na cabeça uma coroa de ouro fino. Pediu-te a vida e Tu lha concedeste, vida longa, pelos séculos além. Devido à tua ajuda, é grande a sua glória; cumulaste-o de esplendor e majestade, abençoaste-o para sempre e encheste-o de alegria na tua presença.


Evangelho segundo S. Mateus 20,1-16a.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Com efeito, o Reino do Céu é semelhante a um proprietário que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha. Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça, que estavam sem trabalho, e disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.’ E eles foram. Saiu de novo por volta do meio-dia e das três da tarde, e fez o mesmo. Saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que ali estavam e disse-lhes: 'Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’ Responderam-lhe: 'É que ninguém nos contratou.’ Ele disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha.’ Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros.’ Vieram os das cinco da tarde e receberam um denário cada um. Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também eles, um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: 'Estes últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.’ O proprietário respondeu a um deles: 'Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos? Leva, então, o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti. Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Gregório Magno (c. 540-604), papa e doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, nº 19


Os trabalhadores da vinha do Senhor


O Reino dos céus é comparado a um pai de família que contrata trabalhadores para cultivar a vinha. Ora, quem, a não ser o nosso Criador, merecerá com justiça ser comparado a tal pai de família, Ele que governa aqueles que criou, e que exerce neste mundo o direito de propriedade sobre os Seus eleitos como um amo o faz com os servos de sua casa? Possui uma vinha, a Igreja universal, que produziu, por assim dizer, tantos sarmentos quanto santos, desde Abel, o justo, até ao último eleito que nascerá no fim do mundo.Este Pai de família contrata trabalhadores para cultivar a Sua vinha ao nascer do dia, à terceira hora, à sexta, à nona e à décima primeira, dado que não terminou, do princípio do mundo até ao fim, de reunir pregadores para instruir a multidão dos fiéis. O nascer do dia, para o mundo, era de Adão a Noé; a terceira hora, de Noé a Abraão; a sexta, de Abraão a Moisés; a nona, de Moisés até à vinda do Senhor; e a décima primeira, da vinda do Senhor até ao fim do mundo. Os santos apóstolos foram enviados para pregar nesta última hora e, apesar da sua vinda tardia, receberam o salário por completo.O Senhor não pára, portanto, em tempo algum, de enviar trabalhadores para cultivar a Sua vinha, isto é, para ensinar o Seu povo. Porque, enquanto fazia frutificar os bons costumes do Seu povo através dos patriarcas, dos doutores da Lei e dos profetas, e finalmente dos apóstolos, Ele procurava, por assim dizer, que a Sua vinha fosse cultivada por intermédio dos Seus trabalhadores. Todos aqueles que, a uma fé justa, acrescentaram boas obras, foram os trabalhadores dessa vinha.


Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 16 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 16/08

Terça-feira da 20 semana do Tempo Comum



LEITURAS


Livro de Juízes 6,11-24a.


Naqueles dias, o Anjo do Senhor veio sentar-se debaixo do terebinto de Ofra, que era propriedade de Joás, da família de Abiézer; e Gedeão, seu filho, estava a limpar o trigo no lagar, para o esconder da vista dos madianitas. O anjo do SENHOR viu-o e disse-lhe: «O SENHOR está contigo, valente guerreiro!» Respondeu-lhe Gedeão: «Por favor, meu Senhor: se o SENHOR está connosco, então porque é que nos aconteceu tudo isto? Onde estão todas as maravilhas que nos contavam os nossos pais, quando diziam: ‘Não é verdade que o SENHOR nos fez sair do Egipto?’ Pois agora o SENHOR abandonou-nos e entregou-nos nas mãos dos madianitas.» O SENHOR voltou-se para ele e disse: «Vai com toda a tua força, e salva Israel do poder dos madianitas; sou Eu que te envio.» Disse-lhe ele: «Por favor, meu Senhor, como salvarei eu Israel? A minha família é a mais pobre de Manassés, e eu sou o mais jovem da casa de meu pai!» Disse-lhe o SENHOR: «Eu estarei contigo e tu hás-de derrotar os madianitas, como se fossem um só homem.» Gedeão respondeu: «Se, porventura, mereci o teu favor, mostra-me por um sinal que és Tu quem fala comigo. Por favor te peço: Não te afastes deste lugar até que eu venha ter contigo; trarei a minha oferta e colocá-la-ei na tua presença.» Ele disse: «Eu ficarei aqui até que regresses.» Gedeão foi preparar um cabrito e, com uma medida de farinha, preparou pães ázimos; pôs a carne num cesto e o molho numa panela; depois, levou tudo para baixo do terebinto e ofereceu-lho. Disse-lhe o anjo de Deus: «Toma a carne e os pães ázimos, põe-nos sobre esta rocha e espalha o molho.» Gedeão assim fez. O anjo do SENHOR estendeu a extremidade do bastão que tinha na mão e tocou na carne e nos pães ázimos; saiu fogo da rocha e devorou a carne e os pães ázimos. Então, o anjo do SENHOR desapareceu da vista dele. Gedeão viu que era o anjo do SENHOR e disse: «Ai, Senhor DEUS, que eu vi face a face o anjo do SENHOR!» O SENHOR disse-lhe: «A paz seja contigo! Não temas: não morrerás!» Gedeão erigiu ali um altar ao SENHOR e chamou-lhe: «O SENHOR é paz.» Até ao dia de hoje, este altar ainda está em Ofra de Abiézer.


Livro de Salmos 85(84),9.11-12.13-14.


Prestarei atenção ao que diz o SENHOR Deus; Ele promete paz para o seu povo e para os seus amigos e para todos os que se voltam para Ele de coração. O amor e a fidelidade vão encontrar-se. Vão beijar-se a justiça e a paz. Da terra vai brotar a verdade e a justiça descerá do céu. O próprio SENHOR nos dará os seus bens e a nossa terra produzirá os seus frutos. A justiça caminhará diante d'Ele e a paz, no rasto dos seus passos.


Evangelho segundo S. Mateus 19,23-30.


Naquele tempo Jesus disse aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.» Ao ouvir isto, os discípulos ficaram estupefactos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?» Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.» Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixámos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja Conselhos e Máximas, nos. 355-357, 362, ed. 1963


Espírito de posse ou pobreza em Espírito?


Não acalenteis outro desejo senão o de entrar, em relação a tudo o que existe à face da terra, no distanciamento, no nada e na pobreza apenas por amor de Cristo: não tereis outra necessidade além daquela a que tenhais submetido o vosso coração. O pobre em espírito nunca é mais feliz do que quando se encontra na indigência, e aquele cujo coração nada deseja põe-no sempre ao largo.Os pobres em espírito (Mt 5, 3) dão com extrema liberalidade tudo o que possuem. O seu prazer consiste em prescindir de tudo oferecendo-o por amor de Deus e do próximo [...]. Não são apenas os bens, as satisfações e os prazeres deste mundo que nos atam e que atrasam no nosso itinerário para Deus; se as recebermos ou se as buscarmos com espírito de posse, as alegrias e as consolações espirituais podem, também elas, constituir um obstáculo ao nosso caminho para o Céu.


Fonte: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 15-08





ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA - solenidade



Festa da Igreja : Assunção de Nossa Senhora



Assunção de Nossa Senhora


A morte da Virgem Maria chama-se dormição, porque foi sonho de amor. Não foi triste nem doloroso; foi o cumprimento dum desejo. É probabilíssimo e hoje bastante comum a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos apóstolos. A tradição antiga localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu filho celebrara os mistérios da Eucaristia e onde, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os apóstolos.Hoje, sobre a parte da área que a Basílica de Constantinopla ocupou, levanta-se a "igreja da Dormição", magnífica rotunda de estilo gótico, consagrada em 1910, cujas pontiagudas torres se descobrem de todos os ângulos de Jerusalém. É lugar preferido por fiéis de todas as confissões cristãs para o seu último descanso na terra. Assim vê-se rodeada de cemitérios católico, grego, arménio e protestante anglicano.Por meio da Constituição Apostólica "Munificentissimus Deus", definiu Pio XII esta doutrina como dogma de fé. Dada em Roma, junto de S. Pedro, no ano do grande Jubileu, mil novecentos e cinquenta, no dia primeiro de Novembro, festa de todos os Santos.





LEITURAS


Livro do Apocalipse 11,19a.12,1-6a.10ab.


Depois, abriu-se no céu o santuário de Deus e apareceu a Arca da aliança. E houve relâmpagos, estrondos, trovões, um tremor de terra e uma tempestade de granizo. Depois, apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de Sol, com a Lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava grávida e gritava com as dores de parto e o tormento de dar à luz. Apareceu ainda outro sinal no céu: era um grande dragão de fogo com sete cabeças e dez chifres. Sobre as cabeças tinha sete coroas e, com a sua cauda, varreu a terça parte das estrelas do céu e lançou-as à terra. Depois colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando ele nascesse. Ela deu à luz um filho varão. Ele é que há-de governar todas as nações com ceptro de ferro. Mas o filho foi-lhe arrebatado para junto de Deus e do seu trono. E a Mulher fugiu para o deserto onde Deus lhe preparou um lugar, de modo a não lhe faltar aí o alimento durante mil duzentos e sessenta dias. Então ouvi uma voz forte no céu que aclamava: «Eis que chegou o tempo da salvação, da força e da realeza do nosso Deus e do poder do seu Cristo! Porque foi precipitado o Acusador dos nossos irmãos, o que os acusava diante de Deus, dia e noite; Então ouvi uma voz forte no céu que aclamava: «Eis que chegou o tempo da salvação, da força e da realeza do nosso Deus e do poder do seu Cristo! Porque foi precipitado o Acusador dos nossos irmãos, o que os acusava diante de Deus, dia e noite.


Livro de Salmos 45(44),10bc.11.12ab.16.


Entre as damas da tua corte há filhas de reis, à tua direita está a rainha ornada com ouro de Ofir. Filha, escuta, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa do teu pai. Porque o rei deixou-se prender pela tua beleza; Ele é agora o teu Senhor: presta-lhe homenagem! Avançam com alegria e júbilo e entram felizes no palácio real. 1ª Carta aos Coríntios 15,20-26. Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem vem a ressurreição dos mortos. E, como todos morrem em Adão, assim em Cristo todos voltarão a receber a vida. Mas cada um na sua própria ordem: primeiro, Cristo; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois, será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus e Pai, depois de ter destruído todo o principado, toda a dominação e poder. Pois é necessário que Ele reine até que tenha colocado todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído será a morte.


Evangelho segundo S. Lucas 1,39-56.


Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.» Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense 2º sermão para a Assunção, coll. de Durham


«De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações»


Se santa Madalena – que foi pecadora e de quem o Senhor expulsou sete demónios – mereceu ser glorificada por Ele a ponto de o seu louvor permanecer na assembleia dos santos (Sl 149,1), quem poderá medir até que ponto «os justos se alegram e rejubilam, diante do Senhor exultam de alegria» (Sl 67,4) relativamente a Santa Maria, que não conheceu homem? (Lc 1,34) [...] Se o apóstolo São Pedro – que não só não foi capaz de velar uma hora com Cristo, mas chegou mesmo a renegá-l'O (Mt 26,40.70) – obteve depois uma graça tal, que as chaves do reino dos céus lhe foram confiadas (Mt 16,19), de que elogios não foi Santa Maria digna, Ela que carregou no seu seio o rei dos anjos em pessoa, Aquele que os céus não podem conter? Se Saulo, que «respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor» (Act 9,1) [...], foi objecto de uma tal misericórdia [...] que foi arrebatado «até ao terceiro céu, ou no corpo ou fora dele» (2Cor 12,2), não é de surpreender que a Santa Mãe de Deus – que esteve sempre junto do seu Filho durante as Suas provações (Lc 22,28) – tenha subido ao céu em corpo e alma, e tenha sido exaltada por coros de anjos.Se há «alegria no céu por um só pecador que se arrepende» (Lc 15,7), quem dirá que louvor alegre e belo se elevará na presença de Deus sobre Santa Maria, que nunca pecou? [...] Se realmente aqueles que «outrora eram trevas» e se tornaram depois «luz diante do Senhor» (Ef 5,8) «resplandecerão como o sol no reino do seu Pai» (Mt 13,43), quem poderá narrar «o peso eterno de glória» (2Cor 4,17) de Santa Maria, que veio a este mundo «como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol» (Ct 6,10), e de quem nasceu «a luz verdadeira que, vindo ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9)? Aliás, dado que o Senhor disse: «Se alguém quer servir-Me, que Me siga e onde Eu estiver ali estará também o Meu servidor» (Jo 12,26), onde pensamos que está a Sua mãe, que O serviu com tanto empenho e constância? Se ela O seguiu e Lhe obedeceu até à morte, ninguém se surpreenderá de que agora, e mais do que ninguém, ela «siga o Cordeiro onde quer que Ele vá» (Ap 14,4).


Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 14 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 14/08





20º Domingo do Tempo Comum - Ano A




LEITURAS


Livro de Isaías 56,1.6-7.


Eis o que diz o Senhor: «Respeitai o direito, praticai a justiça, porque a minha salvação está mesmo a chegar, e a minha vitória prestes a aparecer. Quanto aos estrangeiros que se converterem ao SENHOR, para o servirem e amarem e serem seus servos, se guardarem o sábado sem o profanar, e forem fiéis à minha aliança, hei-de conduzi-los ao meu santo monte, hei-de cumulá-los de alegria na minha casa de oração; os seus holocaustos e sacrifícios ser-me-ão agradáveis sobre o meu altar, porque a minha casa é casa de oração, e assim será para todos os povos.


Livro de Salmos 67(66),2-3.5.6.8.


Deus se compadeça de nós e nos abençoe, faça brilhar sobre nós a luz do seu rosto. Sejam conhecidos na terra os teus caminhos e entre as nações, a tua salvação! Alegrem se e exultem as nações, porque julgas os povos com justiça. e governas as nações sobre a terra. Que os povos te louvem, ó Deus! Todos os povos te louvem!Que Deus nos abençoe; e o seu temor chegue aos confins da terra!


Carta aos Romanos 11,13-15.29-32.


Irmãos:É a vós, os gentios, que eu digo isto: exactamente como Apóstolo dos gentios que sou, enalteço este meu ministério, para ver se provoco o ciúme dos que são da minha carne e salvo alguns deles. Porque, se a sua rejeição serviu para a reconciliação do mundo, que irá ser a sua admissão senão uma passagem da morte à vida? É que os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis. Outrora vós desobedecestes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência deles; do mesmo modo, também eles desobedeceram agora, em favor da misericórdia que alcançastes, para que também eles venham agora a alcançar misericórdia. Porque Deus encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia. Glória a Deus para sempre!


Evangelho segundo S. Mateus 15,21-28.


Naqueles dias, Jesus partiu dali e retirou-se para os lados de Tiro e de Sídon. Então, uma cananeia, que viera daquela região, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio.» Mas Ele não lhe respondeu nem uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-lhe com insistência: «Despacha-a, porque ela persegue-nos com os seus gritos.» Jesus replicou: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.» Mas a mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: «Socorre-me, Senhor.» Ele respondeu-lhe: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorros.» Retorquiu ela: «É verdade, Senhor, mas até os cachorros comem as migalhas que caem da mesa de seus donos.» Então, Jesus respondeu-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas.» E, a partir desse instante, a filha dela achou-se curada.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense Sermão 35, 3º para o 2º Domingo da Quaresma


«Enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel»


«Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel», declara o Senhor. Podemos dizer, em suma: [...] foi enviado àqueles a quem tinha sido prometido, pois está dito que «as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência» (Gl 3,16). A promessa, feita no tempo, cumpre-se a seu tempo, para os judeus e a partir dos judeus, segundo o que está escrito: «A salvação vem dos judeus» (Jo 4,22). Nascido deles segundo a carne, foi a eles que Cristo foi enviado, quando o tempo se cumpriu; fora a eles que Ele fora prometido no princípio do tempo, fora-lhes predestinado antes de todos os tempos. Predestinado para os judeus e para os pagãos, nascido unicamente dos judeus, sem intermediário na carne, foi apresentado à nascença, segundo a carne, àqueles a quem tinha sido prometido. [...]Mas o nome «Israel» significa «homem que viu a Deus»: portanto, esse nome aplica-se, por pleno direito, a todo o espírito racional. Daí, podemos compreender que «a casa de Israel» abarca também os anjos, esses espíritos predestinados à visão de Deus. [...] Enquanto essas noventa e nove ovelhas [...], na montanha da visão e do deleite do seu pastor ─ quer dizer, do Verbo de Deus ─, caminham soltas e se deitam sem temor nas pastagens verdejantes e sempre abundantes (Sl 23,2), o bom Pastor desceu de junto do Pai quando «já era tempo de lhes perdoar» (Sl 102,14). Foi enviado misericordiosamente ao tempo, Ele que [...] tinha sido prometido desde toda a eternidade; veio procurar a única ovelha que estava perdida (Lc 15,4ss.). [...]O bom pastor foi, pois, enviado para restaurar o que estava partido, para fortificar o que era fraco (cf Ez 34,16). O que estava partido e era fraco era o livre arbítrio do homem. Outrora, querendo elevar-se acima de si próprio, ele tinha caído; não tendo força para se sustentar, ficou esmagado e partido [...], totalmente incapaz de voltar a erguer-se. Consolidado, por fim, e reconfortado pelo próprio Cristo [...], sem, no entanto, estar completamente vigoroso ─ tanto que não se encontrava entre as outras noventa e nove ovelhas que estavam nas pastagens abundantes ─, foi transportado nos braços do pastor, como está escrito: «Leva os cordeiros ao colo e faz repousar as ovelhas que têm crias» (Is 40,11).


Fonte: Evangelho Quotidiano