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sábado, 13 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 13/08





Sábado da 19ª semana do Tempo Comum




LEITURAS


Livro de Josué 24,14-29.


Naqueles dias, Josué falou ao povo, dizendo:«Temei, portanto, o SENHOR, e servi-O com toda a rectidão e verdade. Afastai esses deuses a quem os vossos pais serviram do outro lado do rio e no Egipto, e servi o Senhor. E se vos desagrada servi-lo, então escolhei hoje aquele a quem quereis servir: os deuses a quem vossos pais serviram, do outro lado do rio, ou os deuses dos amorreus cuja terra ocupastes, porque eu e a minha casa serviremos o SENHOR.» O povo respondeu, dizendo: «Longe de nós abandonarmos o SENHOR para servir outros deuses! Pois o SENHOR nosso Deus é que nos tirou, juntamente com nossos pais, da terra do Egipto, da casa da escravidão, e realizou aqueles maravilhosos prodígios aos nossos olhos; Ele guardou-nos ao longo de todo o caminho que tivemos de percorrer, e entre todos os povos pelos quais passámos. O SENHOR expulsou diante de nós todas as nações e os amorreus que habitavam na terra: também nós serviremos o SENHOR, porque Ele é o nosso Deus.» Josué disse, então, ao povo: «Vós não sereis capazes de servir o SENHOR, porque Ele é um Deus santo, um Deus zeloso que não perdoará as vossas transgressões nem os vossos pecados. Quando abandonardes o SENHOR para servir a deuses estranhos, Ele voltar-se-á contra vós e far-vos-á mal; há-de destruir-vos, após ter-vos feito bem.» O povo respondeu: «Não. É ao SENHOR que queremos servir.» Josué disse-lhes então: «Sois testemunhas contra vós mesmos de que escolhestes o SENHOR para o servir.» E eles responderam: «Somos testemunhas!» «Tirai, pois, os deuses estranhos que estão no meio de vós, e inclinai os vossos corações para o SENHOR, Deus de Israel.» O povo respondeu a Josué: «Nós serviremos o SENHOR nosso Deus, e obedeceremos à sua voz.» Naquele dia, Josué fez uma aliança com o povo e deu-lhe, em Siquém, leis e prescrições. Josué escreveu estas palavras no livro da Lei de Deus e, tomando uma grande pedra, erigiu-a ali como um monumento, sob o carvalho que se encontrava no santuário do SENHOR. Disse a todo o povo: «Esta pedra servirá de testemunho entre nós, pois ela ouviu todas as palavras que o SENHOR nos disse; ela servirá de testemunho contra vós, para que não renegueis o vosso Deus.» Então Josué despediu o povo, indo cada um para a sua herança. Depois disto, Josué, filho de Nun, servo do SENHOR, morreu com a idade de cento e dez anos.


Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.11.


Defende-me, ó Deus, porque em ti me refugio. Digo ao SENHOR: «Tu és o meu Deus.» SENHOR, minha herança e meu cálice, a minha sorte está nas tuas mãos. Bendirei o SENHOR porque Ele me aconselha; até durante a noite a minha consciência me adverte. Tenho sempre o SENHOR diante dos meus olhos; com Ele a meu lado, jamais vacilarei. Hás-de ensinar me o caminho da vida, saciar-me de alegria na tua presença, e de delícias eternas, à tua direita.


Evangelho segundo S. Mateus 19,13-15.


Naquele tempo, apresentaram-Lhe, então, umas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos repreenderam-nos. Jesus disse-lhes: «Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo, pois delas é o Reino do Céu.» E, depois de lhes ter imposto as mãos, prosseguiu o seu caminho.


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo O Pedagogo, I, 12, 17; SC 70


«Delas é o Reino do Céu»


O papel de Cristo, nosso Pedagogo, é, como o nome indica, o de conduzir as crianças. Resta avaliar a que crianças quer a Escritura referir-se, e depois dar-lhes o Pedagogo. As crianças somos nós. A Escritura celebra-nos de diferentes formas, serve-se de imagens diversas para nos designar, colorindo com muitos tons a simplicidade da fé. Diz o Evangelho que o Senhor Se apresentou na margem e Se dirigiu aos seus discípulos que tinham estado a pescar: «Rapazes, tendes algum peixe que se coma?» (Jo 21,4-5) Era aos discípulos que Ele chamava rapazes. «Apresentaram-Lhe, então, umas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos repreenderam-nos. Jesus disse-lhes: 'Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter Comigo, pois delas é o Reino do Céu.'» O próprio Senhor esclarece o sentido destas palavras dizendo: «Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino dos Céus» (Mt 18,3). Não está a falar da regeneração, mas a propor-nos que imitemos a simplicidade das crianças. [...] Pode-se realmente considerá-los crianças, àqueles que só conhecem Deus como Pai – que são como recém-nascidos, simples e puros. [...] São seres que progrediram no Verbo, que Ele convida a desligarem-se das preocupações deste mundo, para apenas escutarem o Pai, imitando as crianças. É por isso que lhes diz: «Não vos preocupeis com o dia de amanhã. Basta a cada dia o seu trabalho» (Mt 6,34), exortando-nos a distanciarmo-nos dos problemas deste mundo, para nos dedicarmos apenas ao nosso Pai. Aquele que pratica este mandamento é um verdadeiro recém-nascido, uma criança para Deus e para o mundo, pois este considera-o como ignorando tudo e Aquele como um objecto de ternura.


Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 12/08




Sexta-feira da 19ª semana do Tempo Comum




LEITURAS


Livro de Josué 24,1-13.


Naqueles dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém, e convocou os seus anciãos, chefes, juízes e oficiais; todos se apresentaram diante de Deus. Então, Josué disse a todo o povo: «Eis o que diz o SENHOR, Deus de Israel: ‘Vossos pais, Tera, pai de Abraão e de Naor, habitavam ao princípio do outro lado do rio e serviam outros deuses. Tomei o vosso pai Abraão do outro lado do Jordão, e conduzi-o à terra de Canaã. Multipliquei a sua posteridade, dando-lhe Isaac. A Isaac dei Jacob e Esaú e dei a Esaú a montanha de Seir; Jacob, porém, e os seus filhos foram para o Egipto. Depois, enviei Moisés e Aarão e feri o Egipto com tudo o que fiz no meio dele; por fim, tirei-vos de lá. Tirei os vossos pais do Egipto e chegastes ao mar. Os egípcios perseguiram os vossos pais com carros e cavaleiros até ao Mar dos Juncos. Eles, porém, clamaram ao SENHOR, e o SENHOR pôs trevas entre vós e os egípcios e fez avançar o mar sobre eles, cobrindo-os. Os vossos olhos viram o que fiz aos egípcios e, depois disto, passastes largo tempo no deserto. Levei-vos, em seguida, para a terra dos amorreus que habitavam do outro lado do Jordão. Eles combateram contra vós, mas Eu entreguei-os nas vossas mãos. Tomastes posse da sua terra, e Eu exterminei-os na vossa frente. Balac, filho de Cipor, rei de Moab, levantou-se para lutar contra Israel e mandou chamar Balaão, filho de Beor, para vos amaldiçoar. Eu, porém, não quis ouvir Balaão, e ele teve de vos abençoar repetidas vezes, e assim vos tirei das mãos de Balac. Atravessastes o Jordão e chegastes a Jericó. Combateram contra vós os homens de Jericó, os amorreus, os perizeus, os cananeus, os hititas, os guirgaseus, os heveus e os jebuseus; mas Eu entreguei-os nas vossas mãos. Mandei diante de vós insectos venenosos que expulsaram os dois reis dos amorreus. Não foi com a vossa espada, nem com o vosso arco. Dei-vos, pois, uma terra que não lavrastes, cidades que não edificastes e que agora habitais, vinhas e oliveiras que não plantastes e de cujos frutos vos alimentais’.


Livro de Salmos 136(135),1-3.16-18.21-22.24.


Louvai o SENHOR, porque Ele é bom, porque o seu amor é eterno! Louvai o Deus dos deuses, porque o seu amor é eterno! Louvai o Senhor dos senhores, porque o seu amor é eterno! Conduziu o seu povo pelo deserto, porque o seu amor é eterno! Feriu grandes reis, porque o seu amor é eterno! Matou reis poderosos, porque o seu amor é eterno! Deu a terra deles como herança, porque o seu amor é eterno! Como herança a Israel, seu servo, porque o seu amor é eterno! livrou-nos dos nossos opressores, porque o seu amor é eterno!


Evangelho segundo S. Mateus 19,3-12.


Naquele tempo, alguns fariseus, para O experimentarem, aproximaram-se d'Ele e disseram-Lhe: «É permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?» Ele respondeu: «Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher, e disse: Por isso, o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» Eles, porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de divórcio, ao repudiá-la?» Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim. Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua mulher excepto em caso de união ilegal e casar com outra, comete adultério.» Os discípulos disseram-lhe: «Se é essa a situação do homem perante a mulher, não é conveniente casar-se!» Respondeu-lhes Jesus: «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado. Há eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se tornaram eunucos pela interferência dos homens e há aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos, por amor do Reino do Céu. Quem puder compreender, compreenda.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Beato João Paulo II Angelus, 6 de Fevereiro de 1994


«O Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher»


Tal como tinha planeado desde o princípio, Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem. A Escritura diz: «Deus criou o ser humano à Sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher» (Gn 1,27). É assim importante que compreendamos, no livro do Génesis, esta grande verdade: a imagem de Si mesmo que Deus pôs no homem e na mulher passa também através da complementaridade dos sexos. O homem e a mulher, unidos em matrimónio, reflectem a imagem de Deus e são, de algum modo, a revelação do Seu amor. Não só do amor que Deus nutre pelo ser humano, mas também da misteriosa comunhão que caracteriza a vida íntima das três Pessoas divinas. Imagem de Deus pode considerar-se, também, a própria geração, que faz de cada família um santuário da vida. O apóstolo Paulo diz-nos que toda a paternidade e maternidade recebem o nome de Deus (Ef 3,15). É Ele a fonte última da vida. Por isso, pode-se afirmar que a genealogia de cada pessoa tem as suas raízes no eterno. Ao gerar um filho, os pais actuam como colaboradores de Deus. Missão verdadeiramente sublime! Não nos surpreendamos, consequentemente, de que Jesus tenha querido elevar o casamento à dignidade de sacramento, e de que São Paulo se lhe refira como um «grande mistério», pondo-o em relação com a união de Cristo com a Igreja (Ef 5,32).


Fonte: Evangelho Quotidiano


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 11/08


Quinta-feira da 19ª semana do Tempo Comum




Livro de Josué 3,7-10a.11.13-17.


Naqueles dias, o Senhor disse a Josué: «Hoje começarei a exaltar-te na presença de todo o Israel, para que se saiba que, assim como estive com Moisés, assim estarei também contigo. Hás-de mandar aos sacerdotes que levam a Arca da aliança: ‘Quando chegardes ao Jordão, deter-vos-eis junto das suas águas.’» Então, Josué disse aos israelitas: «Aproximai-vos para ouvir as palavras do SENHOR, vosso Deus.» E prosseguiu: «Com isto, sabereis que o Deus vivo está no meio de vós e não deixará de expulsar diante de vós os cananeus, os hititas, os heveus, os perizeus, os guirgaseus, os amorreus e os jebuseus. Eis que a Arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão diante de vós. Mal os sacerdotes que transportam a Arca do SENHOR, o Senhor de toda a terra, tenham tocado com os pés as águas do Jordão, estas hão-de dividir-se, e as que correm de cima amontoar-se-ão, parando.» Então, o povo, dobrando as suas tendas, preparou-se para passar o Jordão com os sacerdotes que caminhavam diante dele, transportando a Arca. Quando chegaram ao Jordão, e os pés dos sacerdotes que transportavam a Arca entraram na água da margem do rio – de facto, o Jordão transborda e alaga as suas margens durante todo o tempo da ceifa – então, as águas que vinham de cima pararam e amontoaram-se numa grande extensão, até perto de Adam, localidade situada nas proximidades de Sartan; as águas que desciam para o mar da Arabá, o Mar Salgado, essas ficaram completamente separadas. E o povo atravessou o rio em frente de Jericó. Os sacerdotes que transportavam a Arca da aliança do SENHOR conservaram-se de pé, sobre o leito seco do Jordão, e todo o Israel o atravessou sem se molhar. Permaneceram ali até todo o povo ter acabado de atravessar o Jordão.


Livro de Salmos 114(113A),1-2.3-4.5-6.


Quando Israel saiu do Egipto, e a casa de Jacob, do meio de um povo estranho, Judá tornou-se o santuário do Senhor e Israel o seu domínio. Em vista disso, o mar afastou-se e o Jordão voltou atrás. Os montes saltaram como carneiros, e as colinas, como cordeiros. Que tens, ó mar, para assim fugires, e tu, Jordão, para retrocederes? Montes, porque saltais como carneiros, e vós, colinas, como cordeiros?


Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35.19,1.


Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida. O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: 'Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’ Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: 'Paga o que me deves!’ O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: 'Concede-me um prazo que eu te pagarei.’ Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia. Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor. O senhor mandou-o, então, chamar e disse-lhe: 'Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste; não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.» Quando acabou de dizer estas palavras, Jesus partiu da Galileia e veio para a região da Judeia, na outra margem do Jordão.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Beato João Paulo II Encíclica «Dives in misericordia» cap. 17, §14


«Não devias também ter piedade do teu companheiro?»


Se Paulo VI por mais de uma vez indicou que a «civilização do amor» é o fim para o qual devem tender todos os esforços, tanto no campo social e cultural, como no campo económico e político, é preciso acrescentar que este fim nunca será alcançado se, nas nossas concepções e nas nossas actuações, relativas às amplas e complexas esferas da convivência humana, nos detivermos no critério do «olho por olho e dente por dente» (Ex 21,24; Mt 5,38) e, ao contrário, não tendermos para transformá-lo essencialmente, completando-o com outro espírito. É nesta direcção que nos conduz também o Concílio Vaticano II quando, ao falar repetidamente da necessidade de «tornar o mundo mais humano» (GS 40), centraliza a missão da Igreja no mundo contemporâneo precisamente na realização desta tarefa. O mundo dos homens só se tornará mais humano se introduzirmos, no quadro multiforme das relações interpessoais e sociais, juntamente com a justiça, o «amor misericordioso» que constitui a mensagem messiânica do Evangelho.O mundo dos homens só poderá tornar-se «cada vez mais humano» quando introduzirmos, em todas as relações recíprocas que formam a sua fisionomia moral, o momento do perdão, tão essencial no Evangelho. O perdão atesta que, no mundo, está presente o amor que é mais forte que o pecado. O perdão, além disso, é a condição fundamental para a reconciliação, não só nas relações de Deus com o homem, mas também nas relações dos homens entre si. Um mundo do qual se eliminasse o perdão seria apenas um mundo de justiça fria e pouco respeitosa, em nome da qual cada um reivindicaria os direitos próprios em relação aos demais. Deste modo, as várias espécies de egoísmo, latentes no homem, poderiam transformar a vida e a convivência humana num sistema de opressão dos mais fracos pelos mais fortes, ou até numa arena de luta permanente de uns contra os outros.Com razão a Igreja considera seu dever e objectivo da sua missão assegurar a autenticidade do perdão, tanto na vida e no comportamento concreto, como na educação e na pastoral. Não o protege doutro modo senão guardando a sua fonte, isto é, o mistério da misericórdia de Deus, revelado em Jesus Cristo.

Fonte: Evangelho Quotidiano


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 10/08




São Lourenço, Diácono e Mártir - Festa




2ª Carta aos Coríntios 9,6-10.


Irmãos: Ficai sabendo: Quem pouco semeia, também pouco colherá; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá. Cada um dê como dispôs em seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus tem poder para vos cumular de toda a espécie de graça, para que, tendo sempre e em tudo quanto vos é necessário, ainda vos sobre para as boas obras de todo o género. Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Aquele que dá a semente ao semeador e o pão em alimento, também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça.


Livro de Salmos 112(111),1-2.5-6.7-8.9.


Feliz o homem que teme o SENHOR e se compraz nos seus mandamentos. sua descendência será poderosa sobre a terra, e bendita, a geração dos justos. Feliz o homem que se compadece e empresta e administra os seus bens com justiça. Este jamais sucumbirá. O justo deixará memória eterna. Não tem receio das más notícias; o seu coração está firme e confiante no SENHOR. o seu coração está firme; por isso nada teme e verá os seus opressores confundidos. Reparte do que é seu com os pobres; a sua generosidade subsistirá para sempre e o seu poder crescerá em glória.


Evangelho segundo S. João 12,24-26.


Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos:«Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e doutor da Igreja Sermão 329, para a festa dos mártires, 1-2; PL 38, 1454


«Se morrer dá muito fruto»


As proezas gloriosas dos mártires, que por todo o lado ornam a Igreja, permitem-nos compreender a verdade daquilo que foi cantado: «É preciosa, aos olhos do Senhor, a morte dos Seus fiéis» (Sl 115,15). Com efeito, ela é preciosa aos nossos olhos e aos olhos d'Aquele em nome de Quem eles morreram.Mas o preço de todas aquelas mortes é a morte de um só. Quantas mortes resgatou ao morrer sozinho porque, se não tivesse morrido, o grão de trigo não se teria multiplicado? Haveis ouvido o que Ele disse quando se aproximava a Sua Paixão, isto é, quando se aproximava a nossa redenção: «Se o grão de trigo lançado à terra não morrer, fica ele só; mas se morrer dá muito fruto». Quando o Seu lado foi ferido pela lança, o que dele jorrou foi o preço do universo (cf Jo 19,34).Os fiéis e os mártires foram resgatados; mas a fé dos mártires deu provas e o seu sangue é disso testemunho. «Cristo deu a Sua vida por nós; também nós devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3,16). E noutro lado é dito ainda: «Quando te sentas a uma mesa magnífica, repara bem no que te servem pois terás de preparar o mesmo» (cf Pr 23,1). É uma mesa magnífica, aquela em que comemos com o Senhor do banquete. Ele é o anfitrião que convida, Ele próprio é o alimento e a bebida. Os mártires prestaram atenção ao que comiam e bebiam para poderem dar o mesmo. Mas como teriam eles podido dar o mesmo se Aquele que fez a primeira oferta não lhes tivesse dado o que eles dariam? É isso que nos recomenda o salmo de onde retirámos esta frase: «É preciosa, aos olhos do Senhor, a morte dos Seus fiéis».


Fonte: Evangelho Quotidiano


terça-feira, 9 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 09/08




S. Teresa Benedita da Cruz, virgem e mártir, Padroeira da Europa – FESTA




LEITURAS


Livro de Oseias 2,16b.17b.21-22.


Eis o que diz o Senhor: «É assim que a vou seduzir: ao deserto a conduzirei, para lhe falar ao coração. Dar-lhe-ei então as suas vinhas e o vale de Acor será como porta de esperança. Aí, ela responderá como no tempo da sua juventude, como nos dias em que subiu da terra do Egipto. Então, te desposarei para sempre; desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com amor e misericórdia. Desposar-te-ei com fidelidade, e tu conhecerás o SENHOR.


Livro de Salmos 45(44),11-12.14-15.16-17.


Filha, escuta, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa do teu pai. Porque o rei deixou se prender pela tua beleza; Ele é agora o teu Senhor: presta-lhe homenagem! A filha do rei é toda formosura, os seus vestidos são de brocados de ouro. Em vestes de muitas cores é apresentada ao rei; as donzelas, suas amigas, seguem na em cortejo. Avançam com alegria e júbilo e entram felizes no palácio real. No lugar de teus pais, estarão os teus filhos; farás deles príncipes sobre toda a terra.


Evangelho segundo S. Mateus 25,1-13.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Reino do Céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro do noivo. Ora, cinco delas eram insensatas e cinco prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo; enquanto as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias. Como o noivo demorava, começaram a dormitar e adormeceram. A meio da noite, ouviu-se um brado: 'Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!’ Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as candeias. As insensatas disseram às prudentes: 'Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se.’ Mas as prudentes responderam: 'Não, talvez não chegue para nós e para vós. Ide, antes, aos vendedores e comprai-o.’ Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam prontas entraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as outras virgens e disseram: 'Senhor, senhor, abre-nos a porta!’ Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: Não vos conheço.’ Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI Audiência Geral de 13 de Agosto de 2008 (trad.© Libreria Editrice Vaticana)


«Jesus está também aqui no meio de nós»


Quem reza nunca perde a esperança, mesmo quando se encontra em situações difíceis e até humanamente desesperadas. É isto que nos ensina a Sagrada Escritura e que testemunha a história da Igreja. Com efeito, quantos exemplos poderíamos oferecer, de situações em que foi precisamente a oração que sustentou o caminho dos santos e do povo cristão! Entre os testemunhos da nossa época, gostaria de citar o de dois santos, cuja memória festejamos nestes dias: Teresa Benedita da Cruz, Edith Stein, cuja festa pudemos celebrar no dia 9 de Agosto, e Maximiliano Kolbe, que recordaremos amanhã, 14 de Agosto, vigília da solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria. Ambos concluíram com o martírio a sua vicissitude terrestre, no lager de Auschwitz. Aparentemente, a sua existência poderia considerar-se uma derrota, mas precisamente no seu martírio resplandece o fulgor do Amor, que vence as trevas do egoísmo e do ódio. A São Maximiliano Kolbe são atribuídas as seguintes palavras, que ele teria pronunciado em pleno furor da perseguição nazi: «O ódio não é uma força criativa: é-o somente o amor». [...]Edith Stein, no dia 6 de Agosto do ano seguinte, três dias antes da sua morte dramática, aproximando-se de algumas religiosas do mosteiro de Echt, na Holanda, disse-lhes: «Estou pronta para tudo. Jesus está também aqui no meio de nós. Até agora pude rezar muito bem, dizendo de todo o coração: "Ave, Crux, spes unica" [Ave, ó Cruz, nossa única esperança]». Testemunhas que conseguiram fugir deste horrível massacre narraram que Teresa Benedita da Cruz, ao vestir o hábito carmelita, caminhava conscientemente rumo à morte, distinguindo-se pelo seu comportamento repleto de paz e pela sua atitude tranquila e pelo seu comportamento calmo e atento às necessidades de todos. A oração foi o segredo desta Santa, co-Padroeira da Europa, que «mesmo depois de ter alcançado a verdade na paz da vida contemplativa, teve de viver até ao fim o mistério da Cruz» (João Paulo II, Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio «Spes Aedificandi», 8).


Fonte: Evangelho Quotidiano


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 08/08





Segunda-feira da 19ª semana do Tempo Comum




LEITURAS


Livro de Deuteronómio 10,12-22.


Naqueles dias, Moisés falou ao povo, dizendo: «E agora, Israel, o que o Senhor, teu Deus, exige de ti é que temas o Senhor, teu Deus, para seguires todos os seus caminhos, para o amares, para servires o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma, observando os mandamentos do Senhor e os preceitos que hoje te prescrevo, para teu bem. Ao Senhor, teu Deus, pertencem os céus e os céus dos céus, a terra e tudo o que nela existe. No entanto, foi só a teus pais que o Senhor se apegou com amor. Elegeu a sua descendência, que sois vós, dentre todos os povos, como ainda hoje. Circuncidai, portanto, a impureza do vosso coração e não endureçais mais a vossa cerviz, porque o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus supremo, poderoso e temível, que não faz distinção de pessoas nem aceita presentes. Ele faz justiça ao órfão e à viúva, ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário. Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egipto. Temerás o Senhor, teu Deus; a Ele só servirás! Apega-te a Ele e não jures senão pelo seu nome! Ele é a tua glória; Ele é o teu Deus, que fez por ti essas grandes e prodigiosas coisas, que teus olhos viram. Os teus antepassados eram em número de setenta, quando entraram no Egipto; mas agora o Senhor, teu Deus, tornou-vos tão numerosos como as estrelas do céu.»


Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.


Glorifica, Jerusalém, o SENHOR; louva, Sião, o teu Deus. Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas e abençoou os teus filhos dentro de ti; Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e saciou-te com a flor do trigo. Ele manda as suas ordens à terra, e a sua palavra corre velozmente; Ele revela os seus planos a Jacob, os seus preceitos e as suas sentenças a Israel. Não fez assim com nenhum outro povo, não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.


Evangelho segundo S. Mateus 17,22-27.


Naquele tempo, estando reunidos na Galileia, Jesus disse-lhes: «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens, que o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará.» E eles ficaram profundamente consternados. Entrando em Cafarnaúm, aproximaram-se de Pedro os cobradores do imposto do templo e disseram-lhe: «O vosso Mestre não paga o imposto?» Ele respondeu: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus antecipou-se, dizendo: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» E como ele respondesse: «Dos estranhos», Jesus disse-lhe: «Então, os filhos estão isentos. No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter. Toma-o e dá-lho por mim e por ti.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Paciano de Barcelona ( ? – c. 390), bispo Homilia sobre o baptismo, 7


Libertados pelo Filho do Homem que Se entrega às mãos dos homens


Todos os povos foram libertados, por Nosso Senhor Jesus Cristo, das forças que os mantinham cativos. Foi Ele, sim, Ele, quem nos resgatou. Como diz o apóstolo Paulo: «perdoou-nos todas as nossas faltas, anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós; aboliu-o inteiramente, e cravou-o na cruz. Depois de ter despojado os Poderes e as Autoridades, expô-los publicamente em espectáculo, e celebrou o triunfo que na cruz obtivera sobre eles» (Col 2, 13-15). Ele libertou os presos acorrentados e quebrou as correntes, como David dissera: «O Senhor salva os oprimidos, o Senhor liberta os prisioneiros, o Senhor dá vista aos cegos». E ainda: «Senhor, quebraste as minhas cadeias, hei-de oferecer-Te sacrifícios de louvor» (Sl 145, 7-8; 115, 16-17).Sim, ficámos libertos das correntes, nós que fomos reunidos ao chamado do Senhor pelo sacramento do baptismo [...]. Fomos libertados pelo sangue de Cristo e pela invocação do Seu nome. [...] Portanto, ó bem-amados, fomos para todo o sempre lavados pela água do baptismo, para todo o sempre estamos libertos, para todo o sempre acolhidos no Seu Reino imortal. Para todo o sempre será «feliz aquele a quem é perdoada a culpa e absolvido o pecado» (Sl 31, 1; Rm 4,7). Mantende com coragem o que haveis recebido, conservai-o para vossa felicidade, não volteis a pecar. De ora em diante, conservai-vos puros e irrepreensíveis para o dia do Senhor.


Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 7 de agosto de 2011

LITURGIA DO DIA - 07/08


19º Domingo do Tempo Comum - Ano A




Décimo Nono Domingo do Tempo Comum


A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um Deus apostado em percorrer, de braço dado com os homens, os caminhos da história. A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do seu compromisso, a fazerem uma peregrinação ao encontro do Deus da comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações espectaculares, mas na humildade, na simplicidade, na interioridade. O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à «outra margem» a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa «viagem», a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte: em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l'O, a acolhê-l'O e a aceitá-l'O como «o Senhor». A segunda leitura sugere que esse Deus apostado em vir ao encontro dos homens e em revelar-lhes o seu rosto de amor e de bondade, tem uma proposta de salvação que oferece a todos. Convida-nos a estarmos atentos às manifestações desse Deus e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.




LEITURAS


Livro de 1º Reis 19,9a.11-13a.


Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa caverna, onde lhe foi dirigida a“Que fazes aí, Elias? Sai e mantém-te neste monte, na presença do Senhor; eis queDepois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave.Ao ouvi-lo, Elias cobriu o rosto com um manto. Saiu e pôs-se à entrada da caverna.


Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.


Deus promete paz para o seu povo e para os seus amigos e para todos os que se voltam para Ele de coração. A salvação está perto dos que o temem e a sua glória habitará na nossa terra. O amor e a fidelidade vão encontrar-se. Vão beijar-se a justiça e a paz. Da terra vai brotar a verdade e a justiça descerá do céu. O próprio SENHOR nos dará os seus bens e a nossa terra produzirá os seus frutos. A justiça caminhará diante d'Ele e a paz, no rasto dos seus passos.


Carta aos Romanos 9,1-5.


Irmãos: É verdade o que vou dizer em Cristo; não minto, pois é a minha consciência que, pelo Espírito Santo, disto me dá testemunho: tenho uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração. Desejaria ser amaldiçoado, ser eu próprio separado de Cristo, pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne. Eles são os israelitas, a quem pertence a adopção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas. A eles pertencem os patriarcas e é deles que descende Cristo, segundo a carne. Deus que está acima de todas as coisas, bendito seja Ele pelos séculos! Ámen.


Evangelho segundo S. Mateus 14,22-33.


Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» «Vem» disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» E, quando entraram no barco, o vento amainou. Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de Mateus


«Homem de pouca fé, porque duvidaste?»


Os discípulos são de novo joguetes das vagas e uma tempestade semelhante à primeira (Mt 8,24) desencadeia-se sobre eles; mas anteriormente tinham Jesus com eles, enquanto desta vez estão sozinhos e entregues a si mesmos. [...] Penso que o Salvador queria assim reanimar-lhes os corações adormecidos; precipitando-os na angústia, inspirou-lhes um desejo mais vivo da Sua presença e tornou a Sua lembrança constantemente presente no pensamento deles. Por isso não foi imediatamente em auxílio deles. Em vez disso: «de madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar». [...]Pedro, sempre fervoroso, adiantando-se sempre aos outros discípulos, diz-Lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter Contigo sobre as águas». [...] Ele não Lhe diz: «Ordena-me que caminhe sobre as águas» mas antes «que vá ter Contigo», porque ninguém amava Jesus como ele. E fez a mesma coisa depois da ressurreição: não podendo suportar ir tão lentamente como os outros na barca, deitou-se à água para os ultrapassar e satisfazer o seu amor por Cristo. [...] Descendo, portanto, da barca, Pedro avançou para Jesus, mais feliz de se Lhe dirigir do que de caminhar sobre as águas. Mas, no fim de superar o perigo maior, o do mar, acabou por sucumbir a um menos grave, o do vento. Tal é a natureza humana: muitas vezes, depois de termos dominado os perigos mais sérios, deixamo-nos abater por outros menos importantes. [...] Pedro não estava ainda livre de todo o temor [...] apesar da presença de Cristo perto dele. É que não serve de nada estar ao lado de Cristo se não estivermos próximos Dele pela fé. Eis o que marca a distância que separava o Mestre do discípulo. [...] «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» Se, pois, a fé de Pedro não tivesse enfraquecido, teria resistido ao vento sem dificuldade. E a prova foi que Jesus segurou Pedro, deixando soprar o vento. [...] Da mesma forma que a mãe sustenta, com as suas asas, o passarinho que saiu do ninho antes do tempo, quando ele vai a cair no chão, e o volta a pôr no ninho, assim fez Cristo a Pedro.


Fonte: Evangelho Quotidiano