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sexta-feira, 6 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 06/06

Santo do dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM

1ª Sexta-feira do mês: Sagrado Coração de Jesus
Ofício do dia de semana e Missa à escolha ou
São Norberto Bispo, Memória Facultativa
Ofício e Missa da memória.
Hoje a Igreja celebra :
São Marcelino Champagnat, presbítero, fundador, 1840

São Marcelino Champagnat, nasceu a 20 de Maio de 1789 em Marlhes, próximo de Saint-Etienne (Loire) na França. Era o benjamim de 10 filhos. Do seu pai, João Baptista herdou os ideais da Revolução Francesa, aprendeu o amor ao trabalho e o espírito de iniciativa. A sua mãe, Maria, e a sua tia religiosa exclaustrada deram-lhe a piedade, a caridade cristã e a devoção mariana. Um sacerdote disse-lhe: “Meu filho, deves fazer-te padre; Deis o quer”. Convencido que esta era a sua vocação entrou no Seminário menor de Verrières e depois no Seminário Maior de Lião. Com alguns companheiros teve a ideia de fundar uma associação que se chamaria “Sociedade de Maria”. No projecto havia a ideia de Irmãos para educar os jovens. Pediu-se-lhe que levasse para a frente a intuição. Foi ordenado sacerdote no dia 22 de Julho de 1816 e foi nomeado pároco em La Valla-en-Gier, paróquia de 2.500 pessoas. A assistência a um jovem moribundo de 17 anos, o jovem Montagne, que ignorava as verdades essenciais do Cristianismo, serviu de arranque para o seu projecto. No dia 2 de Janeiro de 1817 fundou o Instituto ao acolher a dois jovens do campo de 15 e 23 anos. Quando os Irmãos dirigiam já quatro escolas em 1822, o Padre Champagnat foi alvo de uma campanha de difamação, vinda de seus colegas sacerdotes. Foram momentos muitos difíceis. Em 1824, dedicou-se completamente aos Irmãos. No ano seguinte construía a de Nossa Senhora do Eremitério. Não tinha recursos, mas tinha uma grande fé. Pouco depois caiu gravemente doente. Ao recuperar a saúde, continuou com o seu projecto. Em 1836, professou como sacerdote na Sociedade de Maria, quando foi reconhecida pela Santa Se. O seu lema foi: “Tudo a Jesus por Maria, tudo a Maria para Jesus”. Nesse lema via Maria como o seu recurso Habitual.

2ª Carta a Timóteo 3,10-17

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:

Caríssimo, 10tu me tens seguido fielmente no ensino, no procedimento, nos projetos, na fé, na paciência, no amor, na perseverança, 11nas perseguições e nos sofrimentos que suportei em Antioquia, Icônio e Listra. E que perseguições sofri! Mas de todas elas o Senhor me livrou.12Aliás, todos os que quiserem levar uma vida fervorosa em Cristo Jesus serão perseguidos. 13Os homens maus e sedutores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. 14Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade; tu sabes de quem o aprendeste. 15Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. 16Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, 17a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 119,157.160.161.165.166.168

- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Tantos são os que me afligem e perseguem, mas eu nunca deixarei vossa Aliança! - Vossa palavra é fundada na verdade, os vossos justos julgamentos são eternos.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Os poderosos me perseguem sem motivo; meu coração, porém, só teme a vossa lei.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Os que amam vossa lei têm grande paz, e não há nada que os faça tropeçar.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Ó Senhor, de vós espero a salvação. pois eu cumpro sem cessar vossos preceitos.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!
- Serei fiel à vossa lei, vossa Aliança; os meus caminhos estão todos ante vós.
- Os que amam vossa lei têm grande paz!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,35-37

Aclamação (Jo 14,23)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Quem me ama, realmente, guardará minha palavra/ e meu Pai o amará e a ele nós viremos.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Evangelho (Mc 12,35-37)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.

35Naquele tempo, Jesus ensinava no Templo, dizendo: "Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? 36O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés. 37Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?" E uma grande multidão o escutava com prazer.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

O Messias, filho de senhor de David

Nesta perícope do Evangelho, Jesus toma iniciativa de interpelar os presentes, em vez de ser Ele a receber as perguntas dos fariseus, escribas e mestres da Lei. Hoje, é o próprio Divino Mestre quem desafia os presunçosos mestres judeus, no próprio Templo. Desafia-os não para rivalizar com eles, pois isso não é próprio de um Deus sublime, infinitamente superior às suas criaturas, mas para motivos pedagógicos muito altos, como adiante veremos.
Os mestres ensinavam que o futuro messias seria descendente de David. Tal crença popular baseava-se na profecia de Natã: David pensava construir um templo ao Senhor, e Este prometeu-lhe uma dinastia eterna: "A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu trono estará firme para sempre" (2 Sm. 7,16). Este texto é o fundamento do messianismo davídico e também o título de "Filho de David" atribuído a Jesus.
Partindo aqui, Jesus põe uma questão acadêmica a que os especialistas da Escritura não sabem responder: "Como dizem os escribas que o Messias é o filho de David? O próprio David, movido pelo Espírito Santo, diz: ‘Disse o Senhor (Deus) ao meu senhor (o Messias): senta-te à minha direita e farei dos teus inimigos estrado dos teus pés (Sl. 110,1) Se o próprio David o chama Senhor, como pode ser seu filho?" No Oriente Médio era impensável que um pai chamasse "meu senhor" ao seu próprio filho. Ao citá-lo, Jesus admite a opinião comum dos rabinos do Seu tempo que o interpretavam em sentido messiânico.
A única resposta exata teria sido concluir que o Messias, embora descendendo de David pela sua origem humana, possuía também um caráter divino que o tornava superior a David. Essa foi a solução da fé cristã, baseada na ressurreição de Jesus. O messias não podia ser ao mesmo tempo filho e senhor de David se não fosse simultaneamente homem e Deus. Por isso o Salmo 110, de largo uso na liturgia, foi um dos preferidos do Novo Testamento e dos primeiros cristãos para demonstrar que o Messias, filho de David, era também o filho de Deus.
O ponto essencial do relato que nos ocupa é o descrédito dos mestres judeus. Cristo evidencia que são incapazes de resolver um problema escriturístico. Portanto, são incompetentes como guias religiosos e não podem ser juízes da identidade do Messias, dado que nem sequer sabem explicar um texto messiânico fundamental.
Jesus com esta pergunta queria, sobretudo, purificar a idéia excessivamente política que do Messias, filho do rei David, tinham forjado os chefes e incutido ao povo judeu do seu tempo, a partir do regresso do desterro babilônico (séc. VI a. C.), mitificando a figura do piedoso rei David e, com base na profecia de Natã, despertaram a esperança de um Messias que lhe sucederia no trono e restabeleceria o esplendor e poderio do Reino de David e do povo israelita. Este anseio se agudizou com a ocupação romana.
Jesus não rejeitou ser chamado "filho de David" pelos doentes que lhe suplicavam e pelo povo que o aclamava ao entrar messianicamente em Jerusalém, pois o era na verdade. Contudo, não foi esse o título que ele preferiu, devido à suas equívocas conotações ressonâncias políticas. Antes se autodenominou "Filho do homem", título messiânico que aparece na parte apocalíptica do profeta Daniel (7,13) e que estava mais próximo da imagem do paciente Servo do Senhor, segundo o Terceiro Isaías. Como "Filho do homem" o veremos nos repetidos anúncios que fez da sua paixão, morte e ressurreição.
Para a mentalidade dos seus discípulos, como a de qualquer judeu do seu tempo, era impensável um Messias sofredor que jogasse para perder. De antemão, o triunfo deveria ser Seu, e não apenas espiritual, mas também político e social.
Por isso, o Divino Mestre, com supina paciência, pedagogicamente, teve de prolongar até nas aparições pascais a explicação de tudo quanto no Antigo Testamento anunciou a respeito dele. Pouco a pouco, os apóstolos e a primitiva comunidade compreenderam que a partir do mistério pascal - morte e ressurreição de Jesus - adquiriam perspectiva, luz e sentido as profecias, o itinerário e as espera messiânica do povo da antiga aliança.
Um Messias que tinha de sofrer e morrer para entrar na sua glória era, sem dúvida, a menos triunfalista de todas as previsões. Foi necessária uma completa metanóia (transformação espiritual e de mentalidade) de seus discípulos.
Também, nós temos de sofrer uma profunda conversão no nosso modo de compreender e seguir a Jesus, o glorioso Filho de David que, apesar da sua condição divina, não fez alarde da sua categoria de Deus e trocou o trono e ceptro, o poder e a riqueza pelo serviço, a pobreza, o sofrimento, a humilhação e a morte, para nos alcançar de Deus Pai a remissão dos pecados e o poder eterno (cf. Fl 2,6 ss).
A verdadeira explicação do que é ser "Filho de David" e ao mesmo "Senhor dos senhores" é-nos maravilhosamente explicada pelo Papa S. Leão Magno, em um dos seus sermões (1.º Sermão da Natividade do Senhor). Vejamos a beleza dos contrastes:
Da casa real de David foi escolhida uma virgem para em seu seio carregar uma criança santa, filho simultaneamente divino e humano [...] O Verbo, a Palavra de Deus, que é o próprio Deus, o Filho de Deus que no «princípio estava em Deus, por Ele é que tudo começou a existir e sem Ele nada veio à existência» (Jo 1,1-3); esse Filho fez-se homem para libertar o homem da morte eterna. Ele desceu até à humildade da nossa condição sem que com isso a sua majestade tivesse sido diminuída. Mantendo-se o que era e assumindo o que não era, uniu uma verdadeira natureza de servo à natureza segundo a qual é igual ao Pai. Ele juntou tão estreitamente estas duas naturezas que nem a sua glória poderá aniquilar a natureza inferior, nem a união com esta aviltar a natureza superior.
O que é próprio de cada natureza mantém-se integralmente, e reúne-se numa única pessoa: a humildade é acolhida pela sua majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade. Para pagar a dívida da nossa condição, a natureza intangível une-se à natureza capaz de sofrer; Deus verdadeiro e homem verdadeiro associam-se na unidade de um só Senhor Jesus. Assim, e porque tal Lhe era preciso para nos salvar, o único «mediador entre Deus e os homens» (1 Tm 2,5) poderia morrer pela acção dos homens, e ressuscitar pela acção de Deus [...]
Tal foi, meus bem-amados, o nascimento que conveio a Cristo, «poder e sabedoria de Deus» (1 Cor 1,24). Por esse nascimento, deu-se à humanidade, conservando a preeminência da sua divindade. Se não fosse Deus verdadeiro, não nos traria a salvação. Se não fosse homem verdadeiro, não nos daria o exemplo.

Fonte: Arautos do Evangelho

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