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domingo, 1 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 01/06

Santo do dia

IX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ofício Dominical Comum (I Semana do Saltério)
Missa Própria, com Glória, Credo e
Prefácio dos Domingos Comuns
Hoje a Igreja celebra : S. Justino, mártir, +167


S. Justino, Nasceu em 103, na cidade de Siquém, na Palestina. Espírito inquieto, São Justino incursionou pelas escolas estóica, pitagórica, aristotélica ... No platonismo julgou ter encontrado a resposta para suas inquietações intelectuais e espirituais. Segundo ele próprio relata, logo percebeu que o platonismo não satisfazia inteiramente a sua busca metafísica e transcendental. Um velho sábio de Cesaréia convenceu-o de que residia no cristianismo a verdade absoluta; a verdade capaz de satisfazer o espírito humano mais exigente. Este encontro marcou a sua conversão, aos 30 anos de idade. A partir daí, tornou-se um dos mais famosos apologistas do século II. Escreveu três "apologias", justificando a fé cristã e contra as calúnias dos adversários oferecendo-nos uma síntese doutrinal. Das suas numerosas obras, a mais célebre é o "Diálogo com Trifão". Os seus escritos oferecem-nos ricas informações sobre ritos e administração dos sacramentos na Igreja primitiva. Descontentes pelo seu bom desempenho apologético, Crescêncio e Trifão denunciaram-no como cristão. Condenado à morte, foi decapitado juntamente com outros companheiros, durante a perseguição de Marco Aurélio, imperador romano.


Livro de Deuteronómio 11,18.26-28

Moisés falou ao povo dizendo: "Incuti estas minhas palavras em vosso coração e em vossa alma; amarrai-as, como sinal, em vossas mãos e colocai-as como faixas sobre a testa. Eis que ponho diante de vós bênção e maldição; a bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que hoje vos prescrevo; a maldição, se desobedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus e vos afastardes do caminho que hoje vos prescrevo, para seguirdes outros deuses que não conhecíeis. Tende, pois, grande cuidado em cumprir todos os preceitos e decretos que hoje vos proponho".

Livro de Salmos 31(30),2-3.3-4.17.25

– Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
– Senhor, eu ponho em vós minha esperança; * que eu não fique envergonhado eternamente! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me * apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
– Sede uma rocha protetora para mim, * um abrigo bem seguro que me salve! Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza, * por vossa honra orientai-me e conduzi-me!
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!
– Mostrai serene a vossa face ao vosso servo, * e salvai-me pela vossa compaixão! Fortalecei os corações, tende coragem, * todos vós que ao Senhor vos confiais.
- Senhor, eu ponho em vós a confiança: sede uma rocha protetora para mim!

Carta aos Romanos 3,21-25.28

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos: 21Agora, sem depender do regime da Lei, a justiça de Deus se manifestou, atestada pela Lei e pelos Profetas; 22justiça de Deus essa que se realiza mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que têm a fé. Pois diante dessa justiça não há distinção. 23todos pecaram e estão privados da glória de Deus, 24e a justificação se dá gratuitamente, por sua graça, em virtude da renção realizada em Jesus Cristo. 25aDeus destinou Jesus Cristo a ser, por seu próprio sangue, instrumento de expiação meidante a realidade da fé. 28Com efeito, julgamos que o homem é justificado pela fé, sem a prática da Lei judaica.

– Palavra da Salvação
Graças a Deus!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 7,21-27

Aclamação (Jo 15,5)
– Aleluia! Aleluia! Aleluia!
- Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Eu sou a videira e vós os ramos, um fruto abundante vós haveis de dar. Ligados em mim e eu em vós, se assim vós ficardes, bem muito será!
- Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Evangelho (Mt 7, 21-27)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
21"Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Naquele dia, muitos vão me dizer: Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres? 23Então, eu lhes direi publicamente: Jamais vos conheci Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.
24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuava, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!"

– Palavra da Salvação
Glória a Vós, Senhor!

Comentários

A casa construída sobre a rocha ou sobre a areia

Hoje conclui-se a leitura do Sermão da Montanha, que temos vindo a ler como Evangelho há cinco domingos (comuns). Fazendo uma leve composição de lugar, Jesus está numa linda montanha, na margem direita do Lago de Genesaré, não muito longe de Cafarnaum. Uma multidão O rodeia atenta às divinas palavras que saíam dos lábios daquela figura atraente, bem visível por se encontrar no topo da elevação, que hoje tem o nome de Monte das Bem-aventuranças.Transcorria o primeiro ano de sua vida pública, mais ou menos por volta do que seria hoje o mês de junho, talvez em um dia radioso de agradável fim de primavera ou princípio ameno de verão, do hemisfério Norte.Na busca prioritária do Reino de Deus, como vimos no último Domingo, Jesus assinala hoje uma condição indispensável para se entrar nele: cumprir a vontade do Pai. Este é o sinal de pertença, pelo qual Deus nos vai reconhecer como Seus filhos e discípulos de Cristo. Não é suficiente confessar Jesus só pelas palavras, como Filho de Deus e Senhor glorioso, ressuscitado de entre os mortos. Portanto, não tem valor a fé que se esgota em um palavreado. Só por meio do cumprimento da vontade de Deus a nossa fidelidade será maior do que a dos escribas e fariseus.O cumprimento dessa vontade de Deus Pai, já era ressaltada luminosamente no Antigo Testamento (primeira leitura de hoje), quando Moisés faz a introdução ao código do Deuteronômio de leis civis e religiosas, levando os israelitas à convicção de que seu futuro está ligado à obediência à lei do Senhor (Dt. 11, 13-17.18). O grande profeta recorda ao povo escolhido que seu destino está restrito entre duas alternativas: por um lado sua fidelidade, que atrairá a bênção divina; por outro, sua infidelidade, com a maldição de Deus (Dt. 11, 26-28). "Procurai pôr em prática todos os preceitos e normas que hoje vos proponho", "gravai-as no vosso coração e na vossa alma".Como era costume para instruir aquela gente simples, serve-se Jesus de uma parábola, para salientar a necessidade de uma fé prática: a das duas casas, uma construída sobre rocha e outra sobre areia.O homem sábio que cumpre a palavra escutada, é o primeiro termo da comparação proposta, é o verdadeiro discípulo que alicerça a sua casa sobre fundamentos sólidos. Pelo contrário, o falso discípulo, que ouve a palavra de Cristo, mas não a põe em prática, é o estúpido que edifica a casa sobre a areia. Quando chega o momento da provação, o final de ambos é, logicamente, muito diferente. O primeiro continua de pé, supera a prova e entra no Reino; o segundo desmorona-se, surpreende-se e fica excluído.O cumprimento da vontade do Senhor é vida e bênção, porque bênção ou maldição é o resultado da obediência ou desobediência aos preceitos do Senhor. Assim o afirma a primeira leitura que recolhe um fragmento do segundo discurso de Moisés sobre a Lei que Deus deu ao seu povo como aliança.A tentação de se minimizar as afirmações peremptórias de Jesus, freqüentemente paradoxais, está sempre à espreita. Por exemplo, a afirmação deste Domingo: "Nem todo o que Me diz "Senhor, Senhor" entrará no Reino dos Céus". Até pode fazer milagres em nome de Jesus Cristo e não ser reconhecido por Ele como seu discípulo. Sério aviso para aquele que, com uma profunda duplicidade (falsidade, fingimento), instrumentaliza a palavra do Senhor para uso externo, sem praticamente a aplicar a si próprio.Então, como reconhecer a vontade do Pai para a cumprir? Há uma passagem da vida e doutrina de Jesus que é sempre iluminadora. Ele foi o primeiro a realizar a vontade de Deus, ao ponto de afirmar: o meu alimento é fazer a vontade do Pai que me enviou. Ou, então, Pai, não se faça a minha vontade, mas Tua, no Horto das Oliveiras. Portanto, respondendo à pergunta: seguindo Cristo, acertaremos sempre e inteiramente.No Sermão da Montanha, temos uma boa síntese do pensamento de Jesus e das atitudes fundamentais de quem quer ser chamado de cristão. Mais, se tiver profundamente imbuído desse espírito tornar-se-á o sal da terra e perfeito como o Pai celestial, ou seja, será capaz de perdoar, amar até o inimigo e servir a Deus e não ao dinheiro.Para cumprir plenamente a vontade do Pai que está nos céus ("Seja feita vossa assim na terra como no céu"), temos de meditar e rezar a palavra de Cristo até que ela se converta no eixo em torno qual façamos girar toda a nossa vida do dia a dia, interesses e aspirações, e não ser mero acrescento de suplemento dominical.Jesus Cristo é o modelo desta escuta da palavra do Pai e ação perfeita, o grande servidor do Pai, o cumpridor fiel da vontade Divina. Como Ele, nós, seus discípulos, temos de ser pessoas de oração, que é mais do que a súplica vocal e tem de ser tornar vida de comunhão com Deus.À medida que formos alcançando este objetivo, derramar-se-á sobre a nossa existência individual, sobre a família, o trabalho e sobre a realidade comunitária e social em que vivemos, uma torrente de graças. O divórcio entre a fé a vida acabará! A nossa vida será tal e qual a fé que professamos. A fé que temos orientará a nossa vida minuto a minuto.Numa palavra, qual é em síntese a vontade de Deus? É amá-lo e aos irmãos, efetivamente. Só assim construiremos a nossa casa solidamente, sobre a rocha.Jesus não prega um ativismo pragmático, isto é, o fazer pelo fazer, perseguidor de uma eficácia, a qualquer preço. Antes o condena, ao não reconhecer como seus os que asseguram ter profetizado e exorcizado demônios em Seu nome, mas que não encheram a sua vida pessoal e sua ação no mundo com a obediência pela fé à vontade de Deus. Fazer pelo fazer, sem fé vivida, é construir a casa sobre areia. Encher-se de papelotes da lei nas mãos e na testa, proclamando que dá esmolas a torto e a direito é operar de fariseu, que dá muito nas vistas para sua própria presunção ou vaidade, gosta do êxito fácil, mas não ama o próximo e a Deus.O verdadeiro operar do cristão é aquele que realiza todas as obras para bem do próximo, sabendo perfeitamente que o êxito delas está assente na rocha das graças que o sangue preciosíssimo de Jesus no alcançou na cruz, porque este é a argmassa sublime que redimiu a cada um de nós, faz frutificar nossas obras de apostolado, ergue monumentos religiosos e constrói civilizações duradouras. Para a importância dessa fé que justifica o homem, São Paulo escreveu a Carta ao Romanos, de que hoje ouvimos uma belíssima perícope na Segunda Leitura.A palavra deste IX Domingo, coloca-nos sérias interrogações: a que categoria de crentes pertencemos: somos a casa sobre a rocha ou sobre a areia?Provavelmente, dada a nossa debilidade e incertezas, pertencemos, em parte, a ambas as situações: fortes no tempo da bonança, débeis nos momentos de tempestade.Por isso, em primeiro lugar, temos de rever nossos alicerces, principalmente em épocas de crise de identidade cristã, como a nossa. Não é suficiente identidade aquela fé baseada numa herança familiar, social ou cheia de fórmulas piegas ou rotineiras. Nem tampouco agir a esmo com o intuito de mostrar serviço a qualquer custo.Em segundo lugar, é necessária a coerência entre o que dizemos acreditar e o agir prático, tanto a nível individual como comunitário. Só alicerçados na fé em Jesus Cristo, na Sua graça salvadora e no cumprimento da vontade e planos de Deus sobre a nossa vida e sobre a sociedade, alcançaremos a justiça do seu reino, isto é, a santidade evangélica, ou seja, a justificação de que nos fala hoje S. Paulo, na Carta aos Romanos.Finalmente, temos de meditar na palavra de Deus e rezar para aceitar e assimilar a Sua vontade. Para isso, devemos recorrer a Maria Santíssima, nossa Medianeira infalível, a primeira a dizer, logo na Anunciação do Anjo Gabriel: "Faça-se em mim, segundo a Vossa Palavra". Escutou a palavra do anúncio da salvação com tanta fé e com tal autenticidade, que o próprio Salvador se fez Carne em seu seio puríssimo e virginal. Depois dessa pequena e sublime oração cheia de fé, o Espírito Santo operou a encarnação do Verbo. Na liturgia começamos por escutar a palavra da salvação, que, em seguida, se atualiza também no sublime Sacramento da Eucaristia. Se comungarmos com muita devoção e não por um mero ritual frio (areia), alicerçaremos toda a nossa vida diária no Rochedo dos rochedos, que é Cristo, até mesmo nossa comunidade e a Igreja Católica crescerão substancialmente rumo ao Reino de Deus.


Fonte: Arautos do Evangelho

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