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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

LITURGIA DO DIA - 01/10


virgem, doutora da Igreja (+ Lisieux, França, 1897)

Livro de Job 9,1-12.14-16

Leitura do Livro de Jó.

Jó respondeu a seus amigos e disse: Sei muito bem que é assim: como poderia o homem ser justo diante de Deus? Se quisesse disputar com ele, entre mil razões não haverá uma para rebatê-lo. Ele é sábio de coração e poderoso em força; quem poderia enfrentá-lo e ficar ileso? Ele desloca as montanhas, sem que elas percebam e as derruba em sua cólera. Ele abala a terra em suas bases e suas colunas vacilam. Ele manda ao sol que não brilhe e guarda escondidas as estrelas. Sozinho desdobra os céus, e caminha sobre as ondas do mar. Criou a Ursa e o Órion, as Plêiades e as constelações do Sul. Faz prodígios insondáveis, maravilhas sem conta. Se passa junto de mim, não o vejo, e quando se afasta, não o percebo. Se ele apanha uma presa, quem ousa impedi-lo? Quem pode dizer-lhe: — ‘Que está fazendo?’ Quem sou eu para replicar-lhe, e contra ele escolher meus argumentos? Ainda que eu tivesse razão, não poderia replicar, e deveria pedir misericórdia ao meu juiz. Se eu clamasse e ele me respondesse, não creio que daria atenção à minha voz”.

Livro de Salmos 88(87),10-11.12-13.14-15

— Chegue a minha oração até a vossa presença!
R. Chegue a minha oração até a vossa presença!
— Clamo a vós, ó Senhor sem cessar, todo o dia, minhas mãos para vós se levantam em prece. Para os mortos, acaso, faríeis milagres? Poderiam as sombras erguer-se e louvar-vos?
R. Chegue a minha oração até a vossa presença!
— No sepulcro haverá quem vos cante o amor e proclame entre os mortos a vossa verdade? Vossas obras serão conhecidas nas trevas, vossa graça, no reino onde tudo se esquece?
R. Chegue a minha oração até a vossa presença!
— Quanto a mim, ó Senhor, clamo a vós na aflição, minha prece se eleva até vós desde a aurora. Por que vós, ó Senhor, rejeitais a minha’alma? E por que escondeis vossa face de mim?
R. Chegue a minha oração até a vossa presença!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Lucas 9,57-62

Naquele tempo, enquanto Jesus e seus discípulos caminhavam, alguém na estrada disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. Jesus disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai”. Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”. Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.

Comentários

Quem olha para trás, [...] não está apto para o Reino do Senhor

Meus caros, Paulo, o apóstolo dos pagãos, não contradiz a nossa fé quando diz: «Ainda que tenhamos conhecido a Cristo à maneira humana, agora já não o conhecemos assim» (2 Co 5,16). A ressurreição do Senhor não pôs um termo à sua carne; transformou-a. O aumento da sua força não destruiu a sua substância; a qualidade mudou; a natureza não foi aniquilada. Crucificaram aquele corpo, ferrando-o a pregos: tornou-se inacessível ao sofrimento. Deram-lhe a morte: tornou-se imortal. Assassinaram-no: tornou-se incorruptível. E bem podemos dizer que a carne humana de Cristo não é, com efeito, a que tínhamos conhecido; porque nela deixou de haver vestígio de sofrimento ou de fraqueza. Continua a mesma na sua essência, mas já não é a mesma quanto à glória. Porque nos surpreendemos então que S. Paulo assim se exprima a propósito do corpo de Jesus Cristo, quando diz, ao falar de todos os cristãos que vivem segundo o espírito: «de agora em diante, não conhecemos ninguém à maneira humana». Ele quer desta maneira dizer que a nossa ressurreição começou em Jesus Cristo. N Ele, que morreu por nós, toda a esperança tomou corpo. Deixou de haver em nós dúvida, hesitação, espera desiludida: as promessas começaram a cumprir-se e conseguimos já ver, com os olhos da fé, a graça com que amanhã seremos cumulados. A nossa natureza elevou-se; então, na alegria, já possuímos o objecto da nossa fé [...].Que o povo de Deus tome consciência de que se «está em Cristo, é uma nova criação» (2 Co 5,17). Que compreenda bem Quem o escolheu, e a Quem ele próprio escolheu. Que o ser renovado não volte à instabilidade do seu antigo estado. Que «depois de deitar a mão ao arado» não pare de trabalhar, que cuide do grão que semeou, que não se volte para trás, para o que abandonou [...] È esta a via da salvação; é esta a maneira de imitar a ressurreição que começou com Cristo.
São Leão Magno ( ? - c.461), papa e doutor da Igreja
Sermão 71, para a ressurreição do Senhor; PL 54, 388
Fonte: Site A.E.

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