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domingo, 16 de novembro de 2008

LITURGIA DO DIA - 16/11

Santo do dia

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
I Semana do Saltério.
Ofício dominical comum.
Missa própria: Glória, Credo, Prefácio dos Domingos Comuns.
Hoje, se não fosse Domingo, a Igreja celebraria:
Santa Margarida, rainha da Escócia, +109
Beato José Moscati, médico, +1927

Livro de Provérbios 31,10-13.19-20.30-31

Leitura do Livro dos Provérbios:
10Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as jóias. 11Seu marido confia nela plenamente, e não terá falta de recursos. 12Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. 13Procura lã e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos. 19Estende a mão para a roca, e seus dedos seguram o fuso. 20Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. 30O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor. 31Proclamem o êxito de suas mãos, e na praça louvem-na as suas obras!
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 128(127),1-2.3.4-5

- Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
- Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
- Feliz és tu, se temes o Senhor/ e trilhas seus caminhos!/ Do trabalho de tuas mãos hás de viver,/ serás feliz, tudo irá bem!
- Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
- A tua esposa é uma videira bem fecunda/ no coração da tua casa;/ os teus filhos são rebentos de oliveira/ ao redor de tua mesa.
- Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
- Será assim abençoado todo homem/ que teme o Senhor./ O Senhor te abençoe de Sião,/ cada dia de tua vida.
- Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

1ª Carta aos Tessalonicenses 5,1-6

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses:1Quanto ao tempo e à hora, meus irmãos, não há por que vos escrever. 2Vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como um ladrão, de noite. 3Quando as pessoas disserem: "Paz e segurança!", então de repente sobrevirá a destruição, como as dores de parto sobre a mulher grávida. E não poderão escapar. 4Mas vós, meus irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. 5Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. 6Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 25, 14-30

Aclamação (Jo 15, 4a.5b)
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Ficai em mim, eu em vós hei-de ficar, diz o Senhor; quem em mim permanece, esse dá muito fruto.
- Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho (Mt 25,14-30)
-O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14"Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. ]17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. [19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhes mais cinco, dizendo: Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei.21O patrão lhe disse: Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria! 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei. 23O patrão lhe disse: Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria! ]24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence. 26O patrão lhe respondeu: Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence.28Em seguida, o patrão ordenou: Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!" - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Comentários

A parábola dos talentos

O evangelho deste domingo é a parábola dos talentos. Infelizmente, no passado, o significado desta parábola foi habitualmente confundido, ou p elo menos muito reduzido. Quando escutamos falar dos talentos, pensamos imediatamente nos dons naturais de inteligência, beleza, força, capacidades artísticas. A metáfora é usada para falar de atores, cantores, comediantes... O uso não é totalmente equivocado, mas sim secundário. Jesus não pretendia falar da obrigação de desenvolver os dons naturais de cada um, mas de fazer frutificar os dons espirituais recebidos dele. A desenvolver os dotes naturais já nos impulsiona a natureza, a ambição, a sede de lucro. Às vezes, ao contrário, é necessário frear esta tendência de fazer valer os próprios talentos, porque pode converter-se facilmente em afã por fazer carreira e por impor-se sobre os demais.
Os talentos dos quais Jesus fala são a Palavra de Deus, a fé, ou seja, o Reino que Ele anunciou. Neste sentido, a parábola dos talentos se conecta com a do semeador. À sorte diferente da semente que ele lançou - que em alguns casos produz sessenta por cento; em outras, ao contrário, fica entre os espinhos, ou são comidas pelos pássaros do céu -, corresponde aqui o diferente lucro realizado com os talentos.
Os talentos são, para nós, cristãos de hoje, a fé e os sacramentos que recebemos. A palavra nos obriga a fazer um exame de consciência: que uso estamos fazendo destes talentos? Nós nos parecemos com o servo que os faz frutificar ou com o que os enterra? Para muitos, o próprio batismo é verdadeiramente um talento enterrado. Eu o comparo a um presente que se recebeu de Natal e que foi esquecido num lugar, sem nunca tê-lo aberto ou jogado fora.
Os frutos dos talentos naturais acabam conosco ou, quando muito, passam aos herdeiros; os frutos dos t alentos espirituais nos seguem à vida eterna e um dia nos valerão a aprovação do Juiz divino: «Muito bem, servo bom e fiel! Foste fiel no pouco, e por isso eu te darei autoridade sobre o muito: toma parte no gozo de teu senhor».
Nosso dever humano e cristão não é só desenvolver nossos talentos naturais e espirituais, mas também de ajudar os demais a desenvolverem os seus. No mundo moderno existe uma profissão que se chama, em inglês, talent-scout, descobridor de talentos. São pessoas que sabem encontrar talentos ocultos - de pintor, cantor, ator, jogador de futebol - e os ajudam a cultivar seu talento e a encontrar um patrocinador. Não o fazem de graça, naturalmente, nem por hobby, mas para ter uma porcentagem em seus lucros, uma vez que se afirmaram.
O Evangelho nos convida a ser talent-scout, «descobridores de talentos», mas não por amor ao lucro, e sim para ajudar quem não tem a possibilidade de afirmar-se sozinho. A humanidade deve alguns de seus melhores gênios ou artistas ao altruísmo de uma pessoa amiga que acreditou neles e os animou, quando ninguém acreditava neles. Um caso exemplar que me vem à mente é o de Theo Van Gogh, que sustentou toda a vida, econômica e moralmente, do seu irmão Vincent, quando ninguém acreditava nele e não conseguia vender nenhum de seus quadros. Eles trocaram mais de seiscentas cartas, que são um documento de altíssima humanidade e espiritualidade. Sem ele não teríamos hoje esses quadros que todos amamos e admiramos.
A primeira leitura do domingo nos convida a deter-nos em um talento em particular, que é ao mesmo tempo natural e espiritual: o talento da feminilidade , o talento de ser mulher. Contém, de fato, o conhecido elogio da mulher que começa com as palavras: «Uma mulher completa, quem a encontrará?». Este elogio, tão belo, tem um defeito, que não depende obviamente da Bíblia, mas da época na qual foi escrito e da cultura que reflete. Se prestarmos atenção, descobriremos que este talento está inteiramente em função do homem. Sua conclusão é: bendito o homem que tem uma mulher assim. Ela lhe tece maravilhosas vestes, honra a sua casa, permite-lhe caminhar com a cabeça levantada entre seus amigos. Não creio que as mulheres de hoje gostem deste elogio.
Deixando de lado este limite, quero sublinhar a atualidade deste elogio da mulher. Desde todas os lugares surge a exigência de dar mais espaço à mulher, de valorizar o gênio feminino. Nós não cremos que «o etern o feminino nos salvará». A experiência cotidiana mostra que a mulher pode «elevar-nos ao alto, mas também pode precipitar-nos para baixo. Também ela precisa ser salva por Cristo. Mas é certo que, uma vez redimida por Ele e «libertada», no campo humano, das antigas sujeições, ela pode contribuir para salvar nossa sociedade de alguns males crônicos que a ameaçam: violência, vontade de poder, aridez espiritual, desprezo pela vida...
Depois de tantas épocas que adotaram o nome do homem - a era do homo erectus, homo faber, até o homo sapiens, de hoje -, deve-se augurar que se abra finalmente, para a humanidade inteira, uma era da mulher: uma era do coração, da ternura, da compaixão. Foi o culto a Nossa Senhora que inspirou, nos séculos passados, o respeito pela mulher e sua idealizaç&atil de;o em boa parte da literatura e da arte. Também a mulher de hoje pode ser olhada como modelo, amiga e aliada na hora de defender sua própria dignidade e o talento de ser mulher.
Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap. - pregador da Casa Pontifícia

Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri.

Fonte: Site A. E.

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