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sábado, 23 de abril de 2011

LITURGIA DO DIA - 23/04






Festa da Igreja : Sábado Santo - Vigília Pascal, Nossa Senhora da Penha



Sábado Santo - Vigília Pascal


"Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição" (Circ 73). No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio. Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium": "resplandece o mistério da Cruz". O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse o horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús. É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Job, quando os amigos que o foram visitar, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem lhe dizer uma palavra, vendo como era atroz o seu sofrimento" (Jb 2, 13). Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-Feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-Feira e a ressurreição do Domingo, detemo-nos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos - não tanto momentos cronológicos - de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus, morto, sepultado, ressuscitado: "...despojou-se de sua posição e tomou a condição de escravo"… "Rebaixou-se até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecer o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".




LEITURAS


Livro de Êxodo 14,15-31.15,1.


O Senhor disse a Moisés: «Porque clamas por mim? Fala aos filhos de Israel e manda-os partir. E tu, levanta a tua vara e estende a mão sobre o mar e divide-o, e que os filhos de Israel entrem pelo meio do mar, por terra seca. E eis que Eu vou endurecer o coração dos egípcios para que venham atrás deles, e serei glorificado por meio do faraó e de todo o seu exército, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros, e os egípcios saberão que Eu sou o Senhor, quando for glorificado por meio do faraó, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros.» O anjo de Deus, que caminhava à frente do acampamento de Israel, levantou-se, partiu e passou a caminhar atrás deles. E a coluna de nuvem levantou-se de diante deles e colocou-se atrás deles. Veio colocar-se entre o acampamento do Egipto e o acampamento de Israel. E houve nuvens e trevas, e iluminou-se a noite, e não se aproximaram um do outro toda a noite. Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez recuar o mar com um vento forte de oriente toda a noite, e pôs o mar a seco. As águas dividiram-se, e os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, por terra seca, e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda. Os egípcios perseguiram-nos, e todos os cavalos do faraó, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros, entraram atrás deles para o meio do mar. E aconteceu que, na vigília da manhã, o Senhor olhou da coluna de fogo e de nuvem, para o acampamento dos egípcios, e lançou a confusão no acampamento dos egípcios. Ele desviou as rodas dos seus carros de guerra, e eles conduziam com dificuldade. Os egípcios disseram: «Fujamos diante de Israel, porque o Senhor combate por eles contra o Egipto.» O Senhor disse a Moisés: «Estende a tua mão sobre o mar, e que as águas voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros.» Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar voltou ao seu leito normal, ao raiar da manhã, e os egípcios a fugir foram ao seu encontro. E o Senhor desfez-se dos egípcios no meio do mar. As águas voltaram e cobriram os carros de guerra e os cavaleiros; de todo o exército do faraó que entrou atrás deles no mar, não ficou nenhum. Os filhos de Israel caminharam em terra seca, pelo meio do mar, e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda. O Senhor salvou, naquele dia, Israel da mão do Egipto, e Israel viu os egípcios mortos à beira do mar. Israel viu a mão poderosa com que o Senhor actuou contra o Egipto, o povo temeu o Senhor e acreditou nele e em Moisés, seu servo. Então, Moisés cantou, e os filhos de Israel também, este cântico ao Senhor. Eles disseram: «Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande: cavalo e cavaleiro lançou no mar.


Livro de Êxodo 15,1b-2.3-4.5-6.17-18.


Então, Moisés cantou, e os filhos de Israel também, este cântico ao Senhor. Eles disseram: «Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande: cavalo e cavaleiro lançou no mar. Minha força e meu canto é o Senhor: Ele foi para mim a salvação. É este o meu Deus: glorificá-lo-ei; o Deus de meu pai: exaltá-lo-ei. O Senhor é um guerreiro: Senhor é o seu nome. Os carros de guerra do faraó e o seu exército Ele atirou ao mar; e os seus combatentes escolhidos foram afundados no Mar dos Juncos. Cobrem-nos os abismos: desceram às profundezas como uma pedra. A tua direita, Senhor, resplandeceu de força; a tua direita, Senhor, apanhou o inimigo. Fá- -lo-ás entrar e plantá-lo-ás na montanha que é a tua herança, lugar que fizeste para Tu habitares, Senhor, santuário que as tuas mãos, Senhor, estabeleceram. O Senhor reinará eternamente e para sempre.»


Carta aos Romanos 6,3-11.


Ou ignorais que todos nós, que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte? Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição. É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado. É que quem está morto está justificado do pecado. Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos. Sabemos que Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele. Pois, na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre; e, na vida que tem, vive para Deus. Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.


Evangelho segundo S. Mateus 28,1-10.


Terminado o sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria de Magdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto: o anjo do Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o de um relâmpago; e a sua túnica, branca como a neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia e ide depressa dizer aos seus discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis.’ Eis o que tinha para vos dizer.» Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele. Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo 1º Sermão para a Grande Noite Pascal (a partir da trad. SC 154, pp. 260ss. rev.)


Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando Ele os fez sair da terra do Egipto (Ex 12, 42)


Todas as vigílias que celebramos em honra do Senhor são agradáveis a Deus e aprovadas por Ele, mas esta vigília está acima de todas as outras. É por isso que esta noite tem, muito especialmente, o título de «Vigília do Senhor». Lemos com efeito: «Esta noite do Senhor será de vigília para todos os filhos de Israel» (Ex 12, 42). Esta noite merece bem o seu nome porque o Senhor acordou vivo para que nós não ficássemos adormecidos na morte. Com efeito, Ele sofreu por nós o sono da morte, pelo mistério da Sua Paixão; mas esse sono do Senhor tornou-se a vigília do mundo inteiro, porque a morte de Cristo afastou para longe de nós o sono da morte eterna. Ele próprio o declara pelo profeta: «Então, despertei e reparei quão doce tinha sido o meu sono!» (Sl 3, 6; Jr 31, 26). Esse sono de Cristo, que nos chamou da amargura da morte para nos levar à doçura da vida, não pode ser senão doce.Salomão escreveu: «Eu dormia, mas de coração desperto» (Ct 5, 2). Estas palavras manifestam com toda a evidência o mistério da divindade e da carne do Senhor. Ele dormiu segundo a carne mas a Sua divindade estava desperta, pois a divindade não podia dormir [...]: «Pois não há-de dormir nem dormitar Aquele que guarda Israel» (Sl 120, 4) [...] Dormia, segundo a carne, mas a Sua divindade visitava os infernos para tirar de lá o homem que ali se encontrava cativo; o nosso Senhor e Salvador quis visitar todos os lugares para ter misericórdia para com todos. Desceu do céu à terra para visitar o mundo; desceu ainda da terra aos infernos para levar a luz àqueles que lá estavam cativos, segundo a palavra do profeta: «habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1).É por isso que os anjos do céu, os homens, na terra, e as almas dos fiéis, na morada dos mortos, celebram essa vigília do Senhor. [...] Se o arrependimento de um só pecador, como lemos no Evangelho, é causa de alegria para os anjos do céu (Lc 15, 7.10), quanto mais a redenção do mundo inteiro? [...] Esta vigília não é, portanto, uma festa apenas para os homens e para os anjos, mas também para o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porque a salvação do mundo é a alegria da Trindade.

Fonte: Evangelho Quotidiano

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