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quarta-feira, 9 de abril de 2008

LITURGIA DO DIA - 09/04

Santo do dia

III SEMANA DA PÁSCOA
(Pf. Pascal, Cor Branca)

Santa Cacilda, princesa moura, eremita, +1007
Santo Acácio de Amida, bispo, séc. V
Santa Maria de Cléofas, discípula de Jesus
Santa Valdetrudes, viúva, +688

Livro dos Actos dos Apóstolos 8,1-8

Leitura dos Atos dos Apóstolos:
1bNaquele dia, começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém. E todos, com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judéia e da Samaria.2Algumas pessoas piedosas sepultaram Estêvão e observaram grande luto por causa dele. 3Saulo, porém, devastava a Igreja: entrava nas casas e arrastava para fora homens e mulheres, para atirá-los na prisão. 4Entretanto, aqueles que se tinham dispersado iam por toda a parte, pregando a Palavra. 5Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. 6As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia.7De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. 8Era grande a alegria naquela cidade.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 66(65),1-3.4-5.6-7

- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.
- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.
- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! Dizei a Deus: "Como são grandes vossas obras"!
- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.
- Toda a terra vos adore com respeito e proclame o louvor de vosso nome! "Vinde ver todas as obras do Senhor: seus prodígios estupendos entre os homens"!
- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.
- O mar ele mudou em terra firme, e passaram pelo rio a pé enxuto. Exultemos de alegria no Senhor! Ele domina para sempre com poder!
- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. João 6,35-40

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35"Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. 38Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Deus quer a salvação do homem

Com o texto evangélico de hoje, que começa por repetir o último versículo do de ontem, principia o discurso propriamente dito do pão da vida, que é o próprio Jesus. Estes discurso reflete o gênio do evangelista S. João, tal como o sermão da montanha revela a habilidade de S. Mateus.
Hoje, no discurso do pão da vida, S. João sublinha fortemente a vontade salvadora do Pai, Deus, por meio de Seu Filho, Jesus Cristo.
"Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vem a mim eu não o rejeitarei; porque desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nada do que ele me deu, mas que o ressuscite no último dia". É porque Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva, que enviou o Seu Filho ao mundo não para condenar o homem, mas para o salvar. "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tm. 2,4).
A todo aquele que se aproxime dEle, Jesus não o deitará fora - alusão à expulsão de Adão do paraíso, como vimos ontem - , porque "a vontade do Pai é que todo que vê o filho e crê nele tenha vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia". Daqui se depreende que não há elites especiais, nem monopólios a respeito da salvação de Deus por meio de Cristo. A salvação destina-se a todo o homem e mulher que, reconhecendo-se pecador e necessitado de cura, crê em Jesus Cristo, o Filho ressuscitado de Deus.
Este é o núcleo do Evangelho, isto é, da boa nova que iam difundindo os membros dispersos da perseguida comunidade de Jerusalém, como vemos na primeira leitura. A lei do crescimento de toda a pequena comunidade é a mesma por que passou a de Jerusalém: pela perseguição e pela cruz com Cristo, o grão de trigo produz uma colheita esplêndida ao morrer no sulco, feito pelo arado.
Assim, a diáspora que a perseguição da primitiva comunidade de Jerusalém provocou, contribuiu para a difusão do nome de Cristo entre os samaritanos, cuja cidade se encheu de alegria pela atuação do diácono Felipe.
No livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas mostra como, segundo o mandato de Cristo, na Sua ascensão, a boa nova chegou aos confins da terra (conhecida de então): primeiro Palestina, depois Ásia Menor, de seguida a Grécia e, finalmente, Roma.

Discurso eucarístico ou sapiencial?

Alguns autores, com base em textos sapienciais do Antigo Testamento que comparam o maná do deserto à sabedoria que Deus dá ao homem, explicam o pão da vida e revelação divina que Jesus transmite ao que crê nele. O pão da vida seria a sua doutrina. É sabido que entre os Padres houve quem interpretasse o discurso do pão da vida em sentido alegórico e espiritual, não eucarístico nem sacramental. Assim, pensavam Clemente e Fílon de Alexandria, Orígenes e Eusébio. Posteriormente também os reformadores (Lutero, Calvino, Zwinglio etc.) do século XVI.
Para outros, porém, o pão da vida é a carne de Cristo, isto é, o pão eucarístico. Assim, afirmavam os Santos Padres João Crisóstomo, Gregório Niceno, Cirilo de Jerusalém, Cirilo de Alexandria e outros.
O Concílio de Trento recordou esta passagem evangélica, mas não optou por nenhuma das duas interpretações, nem parte para não dar razão os hussitas, que exigiam a comunhão eucarística sob as duas espécies.
Contudo, esta divisão de opiniões mantém-se até hoje em dia entre os biblistas. Uns defendem uma interpretação sapiencial de todo o discurso: assim, o pão da vida é a revelação de Deus por meio da palavra de Jesus. Outros crêem que na primeira parte do discurso é exclusivamente sapiencial, referida à revelação e à fé em Cristo como condição de vida eterna (Jo. 6, 35-50); e que a segunda, agregada posteriormente é eucarística: o pão é a carne de Jesus, garantia de vida eterna (vv. 51-58).
Finalmente, uns terceiros, talvez o maior número hoje em dia opinião que todo o discurso é simultaneamente sapiencial e eucarístico. O pão da vida refere-se ao mesmo tempo à revelação de Jesus e à conseqüente resposta de fé (aspecto que predomina na primeira parte), e também ao Corpo eucarístico de Jesus (idéia sacramental justaposta que se acentua mais na segunda parte).

Fornecido via e-mail pelo site Arautos do Evangelho

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