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terça-feira, 27 de maio de 2008

LITURGIA DO DIA - 27/05

Santo do dia

VIII SEMANA DO TEMPO COMUM

Ofício do dia de semana e
Missa à escolha ou
Santo Agostinho de Cantuária,
Bispo, Memória Facultativa


Santo Agostinho de Cantuária viveu no século VI. Em 597, São Gregório Magno enviou-o, com mais 40 monges, como missionários para a Inglaterra. Chegados a Lerins, ficaram de tal modo intimidados com o que se dizia dos saxões que pediram ao Papa que mudasse os planos. São Gregório, para incentivar Santo Agostinho, nomeou-o abade e deu-lhe cartas de recomendação. Pouco tempo depois, nomeou-o bispo. Ao contrário do que imaginavam, foram bem recebidos pelo rei Etelberto. Receberam como residência na cidade de Cantuária ou Canterbury, uma capela que será, mais tarde, a abadia de Santo Agostinho, necrópole dos soberanos e dos bispos de Kent. Etelberto fez-se baptizar e com ele muitas outras pessoas se converteram ao cristianismo. Santo Agostinho foi nomeado então arcebispo primaz da Inglaterra, consolidando assim o cristianismo nessa nação. Santo Agostinho de Cantuária partiu para o paraíso no ano de 605.

1ª Carta de S. Pedro 1,10-16

Leitura da Primeira Carta de São Pedro:
Caríssimos, 10esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles profetizaram a respeito da graça que vos estava destinada. 11Procuraram saber a que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória conseqüente.12Foi-lhes revelado que, não para si mesmos, mas para vós, estavam ministrando estas coisas, que agora são anunciadas a vós por aqueles que vos pregam o evangelho em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; revelações essas, que até os anjos desejam contemplar! 13Por isso, aprontai a vossa mente; sede sóbrios e ponde toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida na revelação de Jesus Cristo. 14Como filhos obedientes, não modeleis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo da vossa ignorância. 15Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. 16Pois está na Escritura: "Sede santos, porque eu sou santo".

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 98,1.2-3.3-4

- O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
- O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
- O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
- O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
- O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
- Os confins do universo contemplam a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
- O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 10,28-31

Aclamação (Mt 11,25)
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,/ pois, revelaste: os mistérios do teu Reino/ aos pequeninos, escondendo-os aos doutores!
- Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho (Mc 10,28-31)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 28começou Pedro a dizer a Jesus: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos" 29Jesus respondeu: "Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida - casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições - e, no mundo futuro, a vida eterna. 31Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Cem vezes mais

A narrativa do homem jovem rico, que se acabou de ouvir ontem, o qual apegado aos seus bens, descarta o seguimento de Jesus, faz contraste com esta outra de hoje, que se desenvolve a partir da pergunta de S. Pedro, que professa ao mesmo tempo sua fé neste seguimento, declarando seu desapego a tudo. Nos evangelhos, S. Pedro é comumente visto representando a comunidade dos discípulos, quando fala a Jesus.
O nosso primeiro Papa quer tirar conseqüências pessoais da declaração de Jesus a respeito do seu seguimento mediante o total desapego dos bens: "Já vês que nós deixamos tudo e seguimos-te". S. Mateus acrescenta: "O que vamos receber" (19,27). Em resposta, Jesus promete para o presente a recompensa centuplicada e para o futuro a vida eterna.
Mas é preciso entender as palavras de Jesus: "Em verdade vos digo que quem deixar casa, irmãos ou irmãs, mãe ou pai, filhos ou terras, por minha causa ou por causa do evangelho, receberá agora, neste tempo, cem vezes mais... com perseguições; e no mundo futuro, a vida eterna". Esse cêntuplo temporal é mais qualitativo que quantitativo. Após a renúncia aos afetos familiares e aos seus bens materiais, o discípulo encontrará na comunidade do Reino, na comunidade dos irmãos de fé, relações pessoais e até apoio material muito mais gratificante que as pequenas pertenças a que renunciou. Até cem vezes mais. Hipérbole que acentua a desproporção generosa da recompensa.
A pequena frase "com perseguições" é exclusiva de S. Marcos. Seria um toque de radicalismo - talvez uma adição posterior - , alusivo à experiência temporã das perseguições que Jesus anunciou aos seus. Por outro lado, essa limitação a tanta bonança prometida é uma advertência de que, pelo seguimento de Cristo, o discípulo está longe de ter todos os problemas resolvidos. Embarcar com ele não aventura do Reino supõe estar dispostos a enfrentar as tempestades que acompanham toda a travessia durante a vida.
De uma forma ou de outra, a cruz é consubstancial ao seguimento de Cristo pelo caminho do reino de Deus, como Jesus disse repetidas vezes. Mas, também, é segura a vida eterna no futuro como culminância de uma libertação já iniciada mediante o desprendimento e a pobreza. Deste modo, o discipulado cristão não é caminho obscuro para a morte, mas para a vida; não é pobreza solitária, mas fecundidade humana e ganho presente e futuro. Os discípulos, que agora estão na categoria dos últimos, um dia passarão a ser os primeiros.
O convite a seguir Jesus na pobreza é uma chamada sua para acreditar nas riquezas maiores de Deus. O seguidor de Cristo sabe em quem confia, e a sua total dependência de Deus ver-se-á cumulada abundantemente pela sua generosidade que ultrapassa toda a medida. Não é muito necessária, indispensável, a esperança cristã para entender que "tal como Cristo realizou a obra da redenção em pobreza e perseguição, a Igreja está destina a percorrer o mesmo caminho, a fim de comunicar aos homens os frutos da salvação" (LG. 8,3).
A pobreza evangélica que Jesus propõe é uma norma libertadora para todos quantos queiram segui-lo. A pobreza de espírito e a pobreza efetiva são fé em ação e fonte de liberdade. Fé, porque declaram que quem confia em Deus não necessita de seguro contra todos os riscos; e liberdade, porque, sem bagagem e libertada da sedução da riqueza, a pessoa está mais disponível para servir a Deus e abrir-se aos irmãos.
Os estudos psicológicos sobre a felicidade humana concluem que esta não é proporcional à soma de dinheiro, riqueza, ócio e gozo da vida que alguém possa acumular. Antes, consiste em sentir-se realizado como pessoa. Tal sensação de plenitude pessoal não pode adquirir-se nem comprar-se com todo ouro do mundo. Pois bem, Jesus ensinou isso há dois mil anos ao falar do desprendimento como condição para o seguir, alcançando assim a vida plena pela entrada no reino de Deus.
Não se renuncia pelo gosto de renunciar, mas em vista, mas em vista de uma vida e de bens mais perfeitos e abundantes, ou seja, a aquisição de uma vida mais plena de amor de Deus, já nesta terra, e a vida eterna, no Paraíso.
Na primeira Carta de S. Pedro, que foi escolhida para a primeira leitura deste dia, contém um apelo à santidade "sede santos, porque eu sou santo". Este apelo à santidade não diz respeito apenas ao Deus de majestade, inefável, transcendente, perfeito, infinito, volve-se para Jesus, santo e justo, cuja santidade está ao alcance dos homens, modelo vivo que nos dá as normas ou bem-aventuranças e nos fornece os meios, o Espírito Santo e a graça. A configuração do discípulo com Jesus é já um prêmio inapreciável nesta terra, objeto da própria bem-aventurança, a qual se poderia aplicar a cada um de nós, com inteira justiça a promessa, feita a Abraão: "ego protector tuus sum et merces tua magna nimis" (eu sou o teu escudo e a tua recompensa demasiadamente grande") (Ex. 15, 1).

Fonte: Arautos do Evangelho

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