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sexta-feira, 13 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 13/06

Santo do dia

X SEMANA DO TEMPO COMUM
SANTO ANTONIO ,

PRESBÍTERO E DOUTOR DA IGREJA (+1231).
MEMÓRIA.
Ofício de Memória e Missa de Memória,
com Prefácio Comum ou dos Pastores.

Livro de 1º Reis 19,9.11-16

Leitura do Primeiro Livro dos Reis:


Naqueles dias, ao chegar a Horeb, o monte de Deus, 9ao profeta Elias entrou numa gruta, onde passou a noite. E eis que a palavra do Senhor lhe foi dirigida nestes termos: 11"Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor, porque o Senhor vai passar". Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto. Mas o Senhor não estava no terremoto. 12Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. 13Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta. Ouviu, então, uma voz que dizia: "Que fazes aqui, Elias?" 14Ele respondeu: "Estou ardendo de zelo pelo Senhor, Deus todo-poderoso, porque os filhos de Israel abandonaram tua aliança, demoliram teus altares e mataram à espada teus profetas. Só eu escapei. Mas, agora, também querem matar-me". 15O Senhor disse-lhe: "Vai e toma o teu caminho de volta, na direção do deserto de Damasco. Chegando lá, ungirás Hazael como rei da Síria. 16Unge também a Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel, e a Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar".

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 27(26),7-8.8-9.13-14

- Senhor, é vossa face que eu procuro!
- Senhor, é vossa face que eu procuro!
- Senhor, ouvi a voz do meu apelo, atendei por compaixão! Meu coração fala convosco, confiante, é vossa face que eu procuro.
- Senhor, é vossa face que eu procuro!
- Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e Salvador!
- Senhor, é vossa face que eu procuro!
- Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos videntes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
- Senhor, é vossa face que eu procuro!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 5,27-32

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
27"Ouvistes o que foi dito: Não cometerás adultério. 28Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno.30Se tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. 31Foi dito também: Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio. 32Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Letra e espírito da lei: o dinamismo progressivo do amor

Os mestres da lei mosaica do tempo de Nosso Senhor Jesus Cristo estavam contaminados pelo legalismo. Para eles, a justiça moral, isto é, a fidelidade a Deus, a vida virtuosa, a santidade era apenas o cumprimento estrito da letra da lei, mas esqueciam-se do seu espírito, da observância interior, do amor que dá valor às ações. O amor não se contenta com o mínimo obrigatório.
O doce Jesus vai apelar a um princípio superior: as atitudes interiores do homem e da mulher diante de Deus e diante dos irmãos, para alcançar o nível próprio e autêntico da justiça religiosa, essa santidade moral que o reino de Deus exige. O Divino Mestre vai apelar para antíteses, ou seja: "Ouvistes o que foi dito... mas eu vos digo..." Nisto empenha toda a autoridade messiânica. Ele não veio para abolir a lei mosaica, mas para lhe dar a plenitude do espírito sobre a da letra.
Hoje, falando do adultério, Jesus confirma a plena fidelidade conjugal no amor. É imoral não só o adultério consumado, mas também o desejo, o adultério de coração. Contra os mestres judeus que separavam a intenção da ação, Jesus interioriza a lei: o desejo equivale à ação. O radicalismo dos belos ensinamentos de Jesus fica patente no exagero consciente do olho arrancado e da mão cortada, como cúmplices dos desejos de coração.
Sobre o divórcio, Jesus confirma a indissolubilidade do vínculo matrimonial, remetendo-se à ordem do Criador no princípio e anulando a tolerância da lei mosaica, sobre a qual fundamentavam a sua interpretação laxista as escolas rabínicas, ou seja, limitando as interdições estipuladas pela moral da lei de Deus.
O matrimônio que Cristo preconizava devolve a dignidade à mulher e estabelece os seus direitos e obrigações em paridade moral com o homem. Este gozava de todos os privilégios a esse respeito através do libelo do repúdio (Dt. 24, 1s). A este tema do divórcio Jesus voltará quando os fariseus consultam (Mt, 19, 3 ss.).
Em todas as antíteses apresentadas por Jesus contrapõe o cumprimento externo e as atitudes interiores. Assim, Cristo desqualifica a casuística do mínimo legal, que se dá por satisfeita com a simples observância da letra da lei. Ele acentua mais o espírito da norma, uma observância animada pelo amor sem limites, que é o que vem dar plenitude à lei.
Se Cristo dá a primazia ao espírito sobre a letra, é para nos mostrar que o seguimento evangélico não se limita à fidelidade legalista a um código de preceitos. É o perigo que nos espreita continuamente. Entretanto, a moral cristã, a ética autenticamente religiosa, é mais do que isso. Toda a nossa vida, animada pela fé, deve ser resposta pessoal ao dom amoroso de Deus, manifestado em Cristo. O objetivo fundamental da lei de Cristo é tornar-nos filhos livres de Deus e não escravos da escrita.
Enquanto não nos sentirmos libertados do legalismo tacanho para que o nosso amor, como o dos santos, vá muito além da letra da lei, não teremos captado a mensagem evangélica do Sermão da Montanha. A radicalidade da lei de Jesus é a do dinamismo progressivo do amor. As atitudes interiores estão em primeiro lugar e a opção fundamental por Deus e o seu Reino, sobre os mesmos atos externos; embora sem descurar estes, para não se incorrer numa ilusão de permissividade ou tolerância excessiva.
Cristo libertou-nos para vivermos em autêntica liberdade (Gl, 5,1), a liberdade dos filhos de Deus. O Apóstolo exorta os gálatas, a quem libertara dos laços da Lei mosaica, a permanecerem na sua liberdade. A liberdade cristã, além do nos livrar das amarras da Lei, liberta-nos também das obras do pecado que nos escraviza. No íntimo desta liberdade se enraíza a moral cristã como resposta pessoal, fiel e agradecida ao dom e ao amor de Deus em Cristo. "Irmãos, a vossa vocação é a liberdade; não uma liberdade que sirva de pretexto ao egoísmo. Pelo contrário, sede escravos uns dos outros pelo amor... Conduzi-vos pelo Espírito e não realizeis os desejos da carne" (Gl. 5, 13ss).
A liberdade de Cristo é para amar mais e melhor. A liberdade do que ama a Deus e os irmãos - autêntica liberdade cristã - não é viver sem lei, mas identificação total da vontade com a de Deus, com o bem e a verdade, com a lei evangélica, que se resume em amar. O que ama não sente a lei em Cristo como uma obrigação porque, sob orientação do Espírito Santo, a torna sua livremente; para ele a lei do Senhor é a sua alegria e a sua fortaleza.
Infelizmente, há cristãos minimalistas, herdeiros de um farisaísmo hipócrita e casuísta, que se contentam com o "eu não roubo, não mato, não faço mal a ninguém". Isso é limite mínimo que não assegura que ames de verdade os outros. O amor vai mais longe que a justiça e o direito, embora sem os negar. Por isso, o cristão que ama de verdade não se limita ao mínimo indispensável para cumprir os mandamentos com espírito penal e escravo, mas antes, impulsionado pelo Espírito e pelo amor que Deus derramou no seu coração, como pessoa livre e libertada por Cristo, entrega-se a uma obediência amorosa de filho que responde à lei interior da graça.

Fonte: Arautos do Evangelho

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