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terça-feira, 6 de maio de 2008

LITURGIA DO DIA - 06/05

Santo do dia

VII SEMANA DEPOIS DA PÁSCOA


Ofício do dia da Semana do Tempo da Páscoa,
depois da Ascensão do Senhor.
Missa própria de 3.ª Feira da VII Semana
com Prefácio da Ascensão
Hoje a Igreja comemora:

S. Domingos Sávio, jovem religioso, +1857
Santo André Kim e 102 Companheiros, mártires coreanos, entre 1791 e 1866

Santo Evódio, Bispo e Mártir, séc. I
S. Lúcio, confessor, +1250
S. Mariano, mártir na Argélia, +259

Livro dos Actos dos Apóstolos 20,17-27

Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 17de Mileto, Paulo mandou um recado a Éfeso, convocando os anciãos da Igreja. 18Quando os anciãos chegaram, Paulo disse-lhes: "Vós bem sabeis de que modo me comportei em relação a vós, durante todo o tempo, desde o primeiro dia em que cheguei à Ásia. 19Servi ao Senhor com toda a humildade, com lágrimas e no meio das provações que sofri por causa das ciladas dos judeus.
20Nunca deixei de anunciar aquilo que pudesse ser de proveito para vós, nem de vos ensinar publicamente e também de casa em casa. 21Insisti, com judeus e gregos, para que se convertessem a Deus e acreditassem em Jesus nosso Senhor.
22E agora, prisioneiro do Espírito, vou para Jerusalém sem saber o que aí me acontecerá. 23Sei apenas que, de cidade em cidade, o Espírito Santo me adverte, dizendo que me aguardam cadeias e tribulações. 24Mas, de modo nenhum, considero a minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu leve a bom termo a minha carreira e realize o serviço que recebi do Senhor, ou seja, testemunhar o Evangelho da graça de Deus.
25Agora, porém, tenho a certeza de que vós não vereis mais o meu rosto, todos vós entre os quais passei anunciando o Reino. 26Portanto, hoje dou testemunho diante de todos vós: eu não sou responsável se algum de vós se perder, 27pois não deixei de vos anunciar todo o projeto de Deus a vosso respeito".

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 68(67),10-11.20-21
– Reinos da terra, cantai ao Senhor.
Reinos da terra, cantai ao Senhor.
– Derramastes lá do alto uma chuva generosa, e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes; e ali vosso rebanho encontrou sua morada; com carinho preparastes essa terra para o pobre.
- Reinos da terra, cantai ao Senhor.
– Bendito seja Deus, bendito seja cada dia, o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos! Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador; o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da morte!
- Reinos da terra, cantai ao Senhor.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. João 17,1-11

Aclamação (Jo 14,16)
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro Paráclito,/ que há de permanecer eternamente convosco.
- Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho (Jo 17,1-11a)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus ergueu os olhos ao céu e disse:

"Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti, 2e, porque lhe deste poder sobre todo homem, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe confiaste.
3Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo. 4Eu te glorifiquei na terra e levei a termo a obra que me deste para fazer. 5E agora, Pai, glorifica-me junto de ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse.
6Manifestei o teu nome aos homens que tu me deste do meio do mundo. Eram teus, e tu os confiaste a mim, e eles guardaram a tua palavra. 7Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti, 8pois dei-lhes as palavras que tu me deste, e eles as acolheram, e reconheceram verdadeiramente que eu saí de ti e acreditaram que tu me enviaste.
9Eu te rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu. E eu sou glorificado neles. 11aJá não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

A oração sacerdotal de Jesus

Tanto a primeira leitura como o Evangelho deste dia respiram um clima de despedida. Paulo reúne os presbíteros de Éfeso para lhes dizer adeus, e Jesus despede-se também dos seus discípulos. Em ambos os casos, paira uma atmosfera de oração.
A partir de hoje, durante três dias, leremos alguns fragmentos do capítulo 17 de S. João, que é um dos mais sublimes do quarto Evangelho.
Jesus conclui o seu colóquio final com os discípulos dirigindo a sua oração ao Pai. Uma oração que resume o significado de toda a sua vida e que transcende o tempo e o espaço para abranger os discípulos de Cristo de todos os tempos.
A partir do século V, já desde S. Cirilo de Alexandria, qualificou-se esta oração de Jesus como "sacerdotal", vendo-se nela um hino de consagração em que o Filho se oferece ao Pai como sacrifício perfeito que, sobre o altar da cruz, tornará possível a sua glorificação.
Mas, não se pode exagerar esta linha sacrifical, pois o tema central, como iremos ver, não é tanto o sacrifício de Cristo mediante a entrega da Sua vida, quanto o seu regresso ao Pai e a oração pela unidade dos seus.
Os evangelhos sinópticos falam muitas vezes dos freqüentes e longos momentos de oração de Jesus, mas não nos dão o seu conteúdo, exceto no texto do Pai Nosso.
Entretanto, S. João apresenta este conteúdo no capítulo 17. Distinguem-se três partes:
Na primeira, Jesus pede ao Pai para ser glorificado, uma vez concluída a sua obra reveladora. É próprio da cristologia de S. João ver toda a vida de Cristo, desde o prólogo ao final, até mesmo a Sua Morte, como expressão da glória divina (versículos 1-8).
Na segunda parte, o Senhor ora ao Pai pelos que Ele lhe confiou e vivem ainda no mudo, para que os santifique na verdade do mesmo modo que Cristo se santifica por eles, e para que sejam um como ele e o Pai. É a oração pela comunidade presente (versículos 9-19).
Na terceira parte, Jesus ora, finalmente, por quantos acreditarão nele graças à palavra dos discípulos, para que, vivendo unidos com ele e entre si, o mundo creia que Cristo é enviado do Pai. É a oração pela comunidade futura (versículos 20-26).
No Evangelho de hoje, vemos a primeira parte e o início da segunda. O fato de Jesus pronunciar a sua oração ao Pai perante os seus amigos e em voz alta é um convite a que participem na mesma eles e os crentes das gerações futuras, isto é, todos nós, por quem roga o Senhor.
Hoje em dia, fala-se de crise de oração entre os cristãos. Comenta-se que se reza pouco e que quando se faz, se reza mal. Contudo, felizmente, não faltam casas, grupos e vigílias de oração.
A jovem Igreja começou o caminho histórico de sua missão treinando-se na oração comunitária, e não por uma atividade febril sem contato com Cristo e o seu Espírito. Porque é na oração que cria comunhão com Deus, onde está a força secreta da comunidade e do cristão para testemunhar aos homens a presença de Cristo, o Senhor glorioso e salvador da humanidade.
Necessitamos de orar sempre, e com mais intensidade ainda nos momentos de crise pessoal ou comunitária, para nos reafirmarmos na nossa identidade cristã. Porque então só nos pode reabilitar um encontro pessoal com o Deus que é vida e amor e os dá a quem com ele se comunica.
A oração é falar com Deus como pessoas livres. Mais ainda, como filhos seus que somos. Saber rezar não é difícil, basta falar com Deus. Às vezes nem sempre é necessário falar, pois escutar é o suficiente. A nossa oração pode ser individual ou comunitária, mental ou vocal, espontânea ou já constituída: salmos, preces, cânticos, bênçãos ..., e a oração por excelência: o Pai Nosso.
Necessitamos de orar, quer seja no meio das ocupações de cada dia, quer seja isolando-nos a sós com Deus. Mas, num e noutro caso, escutando Jesus, que é escutar o Pai, e orando com Ele para captar o mistério do inexprimível e testemunhá-lo depois aos nossos irmãos os homens.
A oração, a contemplação e a experiência de Deus, quando são autênticas, passam a ação libertadora. Isso é levar a oração à vida e a vida à oração.
Convençamo-nos: a oração com Jesus é-nos indispensável para uma vida cristã pujante. Hoje é ocasião de nos perguntarmos como e quanto rezamos individual e comunitariamente

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