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sábado, 10 de maio de 2008

LITURGIA DO DIA - 10/05

Santo do dia

VII SEMANA DO TEMPO DA PÁSCOA
Ofício do dia de semana do Tempo da Páscoa,
depois da Ascensão.Missa própria do sábado da VII Semana
com Prefácio da Ascensão


Hoje a Igreja celebra :
S. João de Ávila, presbítero, +1569
Beato Damião de Veuster, apóstolo dos leprosos, +1889
Santo Isidoro (Isidro), lavrador, +1170
Santo Antonino de Florença, Bispo e Confessor, +1459
Santo Ubaldo, bispo, +1160

João de Ávila nasceu em Almodóvar do Campo, em Castilla la Nueva, Espanha. Estudou filosofia e teologia na universidade de Alcalá. Foi considerado como um dos mais influentes e eloquentes chefes religiosos da Espanha do século XVI. Foi amigo de Santo Inácio de Loyola e conselheiro espiritual de Santa Teresa, bem como de São Francisco de Borja. Ordenado já sacerdote mostrou tal eloqüência, que o Arcebispo de Sevilha lhe pediu que se dedicasse à evangelização em seu país. Trabalhou durante 9 anos nas missões de Andaluzía. Foi acusado perante a Santa Inquisição de Sevilha por predicar o rigorismo e a exclusão dos ricos do Reino dos Céus. Logo após ser libertado, dedicou-se a missionar em todas as regiões de Espanha, principalmente nas cidades. Os mais famosos escritos são as suas cartas e o tratado "Audi Filia".Foi beatificado em 1894. A Companhia de Jesus celebra sua festa como se fosse um dos seus membros, já que João sempre venerou esta ordem e seu fundador. Foi sepultado em Montilha.

Livro dos Actos dos Apóstolos 28,16-20.30-31

Leitura dos Atos dos Apóstolos.
16Quando entramos em Roma, Paulo recebeu permissão para morar em casa particular, com um soldado que o vigiava. 17Três dias depois, Paulo convocou os líderes dos judeus. Quando estavam reunidos, falou-lhes: "Irmãos, eu não fiz nada contra o nosso povo, nem contra as tradições de nossos antepassados. No entanto, vim de Jerusalém como prisioneiro e assim fui entregue às mãos dos romanos. 18Interrogado por eles no tribunal e não havendo nada em mim que merecesse a morte, eles queriam me soltar. 19Mas os judeus se opuseram e eu fui obrigado a apelar para César, sem nenhuma intenção de acusar minha nação. 20É por isso que eu pedi para ver-vos e falar-vos, pois estou carregando estas algemas exatamente por causa da esperança de Israel". 30Paulo morou dois anos numa casa alugada. Ele recebia todos os que o procuravam, 31pregando o Reino de Deus. Com toda a coragem e sem obstáculos, ele ensinava as coisas que se referiam ao Senhor Jesus Cristo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 11(10),4-5.7

- Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
- Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
- Deus está no templo santo, e no céu tem o seu trono; volta os olhos para o mundo, seu olhar penetra os homens.
- Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
- Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
- Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
- Examina o justo e o ímpio, e detesta o que ama o mal. Porque justo é nosso Deus, o Senhor ama a justiça. Quem tem reto coração há de ver a sua face.
- Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. João 21,20-25

Aclamação (Jo 16,7.13)
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade;/ ele vos conduzirá a toda a verdade.
- Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho (Jo 21,20-25)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 20Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: "Senhor, quem é que te vai entregar?" 21Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: "Senhor, o que vai ser deste?"22Jesus respondeu: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!" 23Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?"24Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Herdeiros da fé apostólica

Hoje termina a leitura continuada que durante estas semanas do tempo pascal temos vindo a fazer do livro dos Atos dos Apóstolos, como primeira leitura; e do Evangelho segundo S. João como segunda.
Os Atos dos Apóstolos mostram-nos a apaixonante história dos primeiros passos da Igreja e o anúncio missionário dos apóstolos sob a direção do Espírito Santo desde o dia de Pentecostes, em cuja véspera estamos. Por sua vez, o Evangelho de S. João transmitiu-nos o testemunho do discípulo amado de Jesus sobre o mistério e a mensagem da palavra de Deus feita carne. "E sabemos que o seu testemunho é verdadeiro".
Tudo isto nos convida a refletir hoje sobre a tradição apostólica, isto é, sobre a herança dos apóstolos, testemunhas da ressurreição do Senhor e fundamento da fé que recebemos na comunidade eclesial.
Desde o princípio surgiu na Igreja a tradição apostólica da fé, que nos liga com a palavra de Cristo Jesus, em quem acreditamos, a quem amamos e em quem esperamos sem o ter conhecido pessoalmente.
Essa fé recebemo-la da comunidade cristã, transmitida fielmente de geração em geração desde há dois mil anos. Somos herdeiros da fé multissecular de gerações de crentes que souberam realizar no seu contexto histórico próprio o diálogo da fé com a vida, com a cultura e com o mundo do seu tempo.
A apostolicidade é uma das notas da verdadeira Igreja de Cristo, como dizemos na profissão de fé: "Creio na Igreja, que é uma, santa, católica e apostólica". O que significa o seu caráter de "apostólica"?
Sintetizando:
a) Que a Igreja afirma sua origem em Cristo mediante o testemunho e a pregação dos Apóstolos, testemunhas da sua ressurreição e fundamento da fé dos crentes;
b) Que por vontade expressa de Cristo, que é alicerce invisível e a pedra angular da Igreja, esta tem como fundamento visível da sua unidade e permanência a cadeira e sede apostólica de Pedro e o seu sucessor o Papa, Bispo de Roma e cabeça do colégio episcopal, como S. Pedro foi o primeiro entre os apóstolos;
c) Apostolicidade significa, finalmente, fidelidade da comunidade eclesial à fé transmitida pelos apóstolos e imitação do seu exemplo mediante o apostolado, isto é, pelo serviço perene à missão recebida de Jesus, que é a evangelização do mundo. Só assim a Igreja é apostólica em sua plenitude: porque crê, mantém e difunde a fé em Cristo, recebida do anúncio e testemunho apostólico.
O nosso Catecismo explica assim: "Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela". Através da Tradição, "a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê (DV, 8)". (CIC n.78) "A Tradição da qual aqui falamos é a que vem dos Apóstolos e transmite o que estes receberam do ensinamento e dos exemplos de Jesus e o que receberam através do Espírito Santo.Com efeito, a primeira geração de cristãos ainda não dispunha de um Novo Testamento escrito, e o próprio Novo Testamento atesta o processo da Tradição viva." (CIC n.83).
A Dei Verbum, ensina que: "Os ensinamentos dos Santos Padres [sec. I a VIII] testemunham a presença vivificante desta Tradição cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja crente e orante" (DV,8). Embora a Igreja tenha ciência de que "já não há que esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo" (DV,4), no entanto, o Catecismo nos assegura que "embora a Revelação esteja terminada, não está explicitada por completo; caberá à fé cristã captar gradualmente todo o seu alcance ao longo dos séculos" (CIC, 66). E isso o Espírito Santo continua a fazer na Igreja através dos teólogos e do Magistério oficial. Aos teólogos cabe aprofundar os conhecimentos do "mistério da fé", guiados pelos dogmas já revelados; mas somente ao Magistério cabe definir as verdades da fé.
A Tradição e a Bíblia estão intimamente ligadas. Tanto uma como a outra tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, presente na Igreja até o fim do mundo (cf Mt 28,20). Ensina-nos a Dei Verbum que: "A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura estão, portanto, estreitamente conexas e interpenetradas. Ambas promanam da mesma fonte divina, formam de certo modo um só todo e tendem para o mesmo fim. Com efeito, a Sagrada Escritura é a fala de Deus, enquanto é redigida sob a moção do Espírito Santo; a Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos para que, sob a luz do Espírito e da verdade, eles por sua pregação fielmente a conservem, exponham e difundam. Resulta, assim, que não é através da Escritura apenas que a Igreja consegue sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado.
Por isso, ambas "Escritura e Tradição" devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência (DV,9), (CIC, 82). Muitas são as passagens do Novo Testamento que revelam a importância da Tradição oral. São Paulo diz a Timóteo: "O que ouvistes de mim em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam capazes de ensinar ainda a outros" (2 Tm 2,2). Note bem o "ouvistes" de mim. É a transmissão oral do depósito da fé. Vemos aí a própria Escritura atestando a existência da transmissão oral, de geração a geração. Este "depósito" oral chegou até nós pela palavra oficial da Igreja, e não pode ser desprezada. Jesus deixou claro a seus discípulos, na noite da despedida, que Ele não lhes tinha ensinado tudo, mas que o Espírito Santo o faria ao longo do tempo: "Muitas coisas tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Advogado, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade..." (Jo 16,12).
Todo esse ensinamento que o Espírito Santo foi acrescentando à Igreja é o que foi formando a sua Sagrada Tradição. Era tão marcante a inspiração do Espírito Santo que, por exemplo, após o Concílio de Jerusalém, os apóstolos escreveram à Igreja de Antioquia: "Com efeito, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós..." (At 15,28). Outras passagens mostram essa intimidade deles com o Espírito Santo. "Então Pedro, cheio do Espírito Santo..."(At 4,8). "Por que combinastes para por à prova o Espírito do Senhor ?" (At 5,9). Diante do Grande Conselho dos Judeus e do Sumo Sacerdote: "Deste fato nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo...´(At 5,32). Podemos, portanto, afirmar, com toda certeza, que tudo o que está na Bíblia é verdade, mas nem toda a verdade está na Bíblia. Parte da Revelação foi oral e está na Tradição, que, por isso é Sagrada e indispensável.
Na segunda Carta aos tessalonicenses vemos claramente a Tradição oral: "Não vos lembrais de que vos dizia estas coisas, quando estava ainda convosco?"´ (2Tes 2,5). "Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa" (2Tes 2,15). "O que ouvistes de mim em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam capazes de ensinar ainda a outros" (2 Tm 2,2). Essas passagens se referem a uma transmissão de verdades por meio oral e não escrito. Como, então, desprezar o seu valor? Nem tudo o que Jesus ensinou e fez, e nem tudo o que os apóstolos ensinaram, foi escrito. Naquele tempo era difícil escrever. Não havia papel e caneta fácil como hoje. Usavam-se pergaminhos (peles de carneiros), papiros etc., penas molhadas na tinta. Escrever era raridade. São João encerra o seu Evangelho mostrando claramente isto: "Jesus fez, diante dos seus discípulos, muitos outros sinais ainda, que não se acham escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais a vida em seu nome"(Jo 20,30s).

Fonte: Arautos do Evangelho

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