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segunda-feira, 16 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 16/06

Santo do dia

XI SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício do dia de semana e Missa à escolha.
S. Ciro, mártir, séc. IV


Ciro vivia em Icônio com sua mãe Julita (celebrada no mesmo dia). Tinha ele três anos, quando o governador de Licaônia, Domiciano, iniciou a aplicação dos editos perseguidores de Diocleciano. Julita procurou primeiro refúgio em Selência e depois em Tarso.Em Tarso, Julita foi detida por ordem do governador da Cilícia, Alexandre. Declarou-se cristã e logo ali começou o martírio. Possuímos várias narrativas do martírio de Santa Julita e de São Ciro, alguns muito diferentes entre si. O martirológio jeronimiano anunciava: "Em Antioquia, os santos Ciro e Julita, sua mãe, e com eles quatrocentos e quatro mártires", enquanto as Actas de martírio colocam a morte deles em Tarso.

Livro de 1º Reis 21,1-16

Leitura do Primeiro Livro dos Reis:
Naquele tempo, 1Nabot de Jezrael possuía uma vinha em Jezrael, ao lado do palácio de Acab, rei de Samaria. 2Acab falou a Nabot: "Cede-me a tua vinha, para que eu a transforme numa horta, pois está perto da minha casa. Em troca eu te darei uma vinha melhor, ou, se preferires, pagarei em dinheiro o seu valor". 3Mas Nabot respondeu a Acab: "O Senhor me livre de te ceder a herança de meus pais". 4Acab voltou para casa aborrecido e irritado por causa desta resposta que lhe deu Nabot de Jezrael: "Não te cederei a herança de meus pais". Deitou-se na cama, com o rosto voltado para a parede, e não quis comer nada. 5Sua mulher Jezabel aproximou-se dele e disse-lhe: "Por que estás triste e não queres comer?" 6Ele respondeu: "Porque eu conversei com Nabot de Jezrael e lhe fiz a proposta de me ceder a sua vinha pelo seu preço em dinheiro, ou, se preferisse, eu lhe daria em troca outra vinha. Mas ele respondeu que não me cede a vinha". 7Então sua mulher Jezabel disse-lhe: "Bela figura de rei de Israel estás fazendo! Levanta-te, toma alimento e fica de bom humor, pois eu te darei a vinha de Nabot de Jezrael". 8Ela escreveu então cartas em nome de Acab, selou-as com o selo real, e enviou-as aos anciãos e nobres da cidade de Nabot. 9Nas cartas estava escrito o seguinte: "Proclamai um jejum e fazei Nabot sentar-se entre os primeiros do povo, 10e subornai dois homens perversos contra ele, que dêem este testemunho: Tu amaldiçoaste a Deus e ao rei! Levai-o depois para fora e apedrejai-o até que morra". 11Os homens da cidade, anciãos e nobres concidadãos de Nabot, fizeram conforme a ordem recebida de Jezabel, como estava escrito nas cartas que lhes tinha enviado. 12Proclamaram um jejum e fizeram Nabot sentar-se entre os primeiros do povo. 13Chegaram os dois homens perversos, sentaram-se diante dele e testemunharam contra Nabot diante de toda a assembléia, dizendo: "Nabot amaldiçoou a Deus e ao rei". Em virtude disto, levaram-no para fora da cidade e mataram-no a pedradas.14Depois mandaram a notícia a Jezabel: "Nabot foi apedrejado e morto". 15Ao saber que Nabot tinha sido apedrejado e estava morto, Jezabel disse a Acab: "Levanta-te e toma posse da vinha que Nabot de Jezrael não te quis ceder por seu preço em dinheiro; pois Nabot já não vive; está morto". 16Quando Acab soube que Nabot estava morto, levantou-se para descer até a vinha de Nabot de Jezrael e dela tomar posse.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 5,2-3.5-6.7

- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Escutai, ó Senhor Deus, minhas palavras, atendei o meu gemido! Ficai atento ao clamor da minha prece, ó meu Rei e meu Senhor!
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Não sois um Deus a quem agrade a iniqüidade, não pode o mal morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Detestais o que pratica a iniqüidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador.
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 5,38-42

Aclamação (Sl 118)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Vossa palavra é uma luz para os meus passos, /e uma lâmpada luzente em meu caminho.


Evangelho (Mt 5,38-42)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
38"Ouvistes o que foi dito: Olho por olho e dente por dente! 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado". - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Comentários

Amai-vos uns aos outros como eu vos amei

Perdão em vez de vingança.
O evangelho de hoje contém a quinta das antíteses do Sermão da Montanha. Refere-se à lei de talião. "Sabeis o que foi ordenado: olho por olho, dente por dente. Pois, eu digo-vos: Não façais frente àquele que vos maltrata". A chamada "lei de talião", que já se encontrava nas leis assírias (Código de Hammurábi, rei da Babilônia, cerca de 1750 a.C.) é formulada também em alguns livros do Pentateuco ou lei de Moisés. Em síntese: vida por vida, olho por olho, dente por dente. Isto é, podes vingar-te na mesma medida em que fostes ofendido, cobrando ou pagando com a mesma moeda.
Há que reconhecer que esta lei está bem enraizada no coração humano. Pois bem, Jesus exclui toda a vingança, não só efetiva, mas até mesmo de desejo. O Divino Mestre quer que cheguemos à renúncia da justiça vindicativa, inclusive como autodefesa: "Não façais frente àquele que vos maltrata, pelo contrário..." A seguir dá quatro exemplos ou situações diversas: bofetada, pleito, intimação e empréstimo. Amostras intencionalmente paradoxais, que não são para ser tomadas à letra no seu contexto circunstancial, mas sim no seu espírito de perdão, reconciliação e fraternidade.
Jesus insiste na mensagem da bem-aventurança da perseguição e propõe-nos o grande mandamento do amor cristão, isto é, do amor perfeito ao irmão: amar gratuitamente, sem pedir nem esperar nada em troca.

* * *

Um evangelho difícil.
Evangelho sublime, mas difícil e incômodo, quase impossível, diríamos nós. Sentimo-nos incomodados lendo ou ouvindo esta página evangélica. É tão sublime que se torna insuportável para a nossa mesquinhez. Ao vermo-nos tão longe desse ideal, sentimo-nos tentados a passar a folha e classificar Jesus como sonhador e irreal, desconhecedor do coração humano. Ignorava Ele que temos cá dentro uma inata lei de talião que nos torna propensos à vingança e ao ódio? Precisamente porque o sabia, propõe-nos uma via de libertação e felicidade, não mediante uma estúpida passividade, mas pela força ativa do perdão e do amor, graças obtidas pela oração constante.
A norma de Jesus tem aplicação todos os dias e a todas as horas, porque estamos sempre acossados pela injustiça e a represália. Os conflitos e as reclamações por aquilo que cada um considera os seus direitos é crônica diária a todos os níveis: cívico, administrativo, laboral e familiar, até mesmo entre amigos, sócios, companheiros e irmãos de sangue ou religiosos.
Reparemos, entretanto, que Jesus não patrocina ou propõe como simples norma uma tonta resignação ou uma estúpida cobardia perante a violência, o fanatismo, a exploração e a injustiça. Não se negam ao discípulo de Cristo os direitos humanos, mas o nível do amor deve ter primazia sobre o nível jurídico.
Jesus tampouco propõe ao cristão a resignação fatalista, mas não a violência ativa do amor, porque Ele não aprova qualquer passividade e silêncio perante a sem-razão e a injustiça. Uma atitude cobarde pouparia muitos mártires, é certo. Mas, também, refrearia o processo de humanização e fraternidade. Hoje, como ontem fazem falta testemunhos trasbordantes de amor ao inimigo. Suportar a injustiça não significa aprová-la nem deixá-la sem denúncia profética.
Perdoar e amar gratuitamente por ser vontade de Deus, ser-nos-á impossível se não vivermos habitualmente no amor, como clima ambiental da nossa vida e conduta cristãs. O que parece impossível ao homem terreno é possível para Deus, que pelo mistério pascal de Cristo e o amor do seu Espírito nos pode transformar em homem e mulheres novos e espirituais se nós colaborarmos com a graça que recebemos nos sacramentos, sobretudo na Santa Eucaristia e na Confissão.
Retribuir bem por mal, amar os outros apesar da sua malquerença, amar a fundo perdido é o amor maior e autêntico, o que Cristo praticou e nos ensinou, o amor que torna credível o Evangelho e é o sinal mais sublime do cristão.


Fonte: Arautos do Evangelho

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