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sábado, 24 de maio de 2008

LITURGIA DO DIA - 24/05

Santo do dia

VII SEMANA DO TEMPO COMUM

Ofício do dia da semana e Missa à escolha, ou
Santo Agostinho de Cantuária, Bispo, Memória Facultativa
NOSSA SENHORA AUXILIADORA

Carta de S. Tiago 5,13-20

Leitura da Carta de São Tiago:
Caríssimos, 13se alguém dentre vós está sofrendo, recorra à oração. Se alguém está alegre, entoe hinos. 14Se alguém dentre vós estiver doente, mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. 15A oração feita com fé salvará o doente e o Senhor o levantará. E se tiver cometido pecados, receberá o perdão. 16Confessai, pois, uns aos outros, os vossos pecados e orai uns pelos outros para alcançar a saúde. A oração fervorosa do justo tem grande poder. 17Assim Elias, que era um homem semelhante a nós, orou com insistência para que não chovesse, e não houve chuva na terra durante três anos e seis meses. 18Em seguida tornou a orar, e o céu deu a chuva e a terra voltou a produzir o seu fruto. 19Meus irmãos, se alguém de vós se desviar da verdade e um outro o reconduzir, 20saiba este que aquele que reconduz um pecador desencaminhado salvará da morte a alma dele e cobrirá uma multidão de pecados.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 141(140),1-2.3.8

- Minha oração suba a vós como incenso!
- Minha oração suba a vós como incenso!
- Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me; quando eu grito, escutai minha voz! Minha oração suba a vós como incenso, e minhas mãos, como oferta da tarde!
- Minha oração suba a vós como incenso!
- Ponde uma guarda em minha boca, Senhor, e vigias às portas dos lábios! A vós, Senhor, se dirigem meus olhos, em vós me abrigo: poupai minha vida!
- Minha oração suba a vós como incenso!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 10,13-16

Aclamação (Mt 11,25)
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,/ pois revelaste os mistérios do teu Reino/ aos pequeninos, escondendo-os, aos doutores!

Evangelho (Mc 10,13-16)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. 14Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: "Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. 15Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele". 16Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Aceitar Jesus como uma criança

Era costume apresentar as crianças aos rabinos para que as abençoassem, imponde-lhes as mãos, como diz S. Mateus (19,13); "para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas". Mesmo sentido tem o "para que as tocasse" de S. Marcos.
É interessante notar que o povinho que acompanhava Jesus tinha por Ele uma simpatia e depositava nele uma fé crescente, contrariamente à atitude dos fariseus que O tentavam com perguntas capciosas e malévolas.
Os discípulos perante a dignidade de Cristo, queriam impedir que se lhe oferecessem as crianças para abençoar: "Os discípulos porém repreendiam-nos". Jesus, entretanto, ensina-os a ter cordura e a reprimir o orgulho humano, tomando as crianças lhes oferece o Reino de Deus: "Deixai as crianças virem a mim e não as impeçais; dos que são como elas é o reino de Deus". Mais ainda, continua dizendo: "Em verdade vos digo que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele".
Esta cena, sem precisão de tempo e lugar, é uma das mais belas e ternas do Evangelho. Podemos imaginar o Salvador assediado e rodeado pelas crianças, enquanto as abraça e as abençoa impondo-lhes as Divinas mãos. As crianças são uma faceta da vida de família. Ainda no Evangelho de ontem Jesus tratava do espinhoso tema do divórcio, concluindo entre outros pontos sobre a dignidade da mulher, hoje acentua-se a nobreza das crianças.
Para os chefes religiosos do judaísmo a religião era assunto de adultos, e de homens mais que de mulheres e crianças. Segundo o Redentor, o amor de Deus e o seu Reino de salvação é oferecido a todos: homens, mulheres e crianças. Qual é a única condição indispensável? Receber essa oferta com humildade e simplicidade, receptividade de uma criança que aceita sem cálculos o que se lhe oferece.
Orígenes tem uma explicação original sobre esta passagem do Evangelho:
Se alguém oferece ao Senhor aqueles que o mundo considera insensatos e enfermos, razão porque são chamados menores ou como crianças, não se proíba que se faça isso como se carecessem de juízo ao oferecer-se-lhos ao Salvador. Ao exortar os discípulos, homens maduros, a condescender com o bem das crianças, de modo que se façam também crianças, estimula-os a captar a Sua vontade, já que Ele mesmo, sendo Deus, condescendeu a fazer-se criança.
O coração da criança está limpo de toda a paixão desordenada, e assim convém que nós façamos pela vontade o que eles fazem por natureza - diz S. João Crisóstomo.
Outra característica do ânimo da criança, ressaltado por S. Beda, é o de que ela quando aprende, não contradiz, nem se opõe aos discursos de quem a ensina, senão que recebe a ensinança com fé, obedecendo com temor. Assim nós também devemos receber a palavra de Deus com simplicidade e sem nenhuma contradição. Nas ordens religiosas, esta deve ser a atitude dos súditos em relação ao superior.
Por outro lado, o acolhimento que Jesus dá às crianças não é convite ao infantilismo, nem utópica saudade da primeira idade. Antes mostra o desejo e a disposição consciente do adulto que, como criança diante de Deus, se sabe dependente dele, pobre de espírito e necessitado do seu amor e da sua graça, assim como da ajuda dos irmãos no caminho do seguimento de Cristo.
O que é tornar-se criança diante de Deus?
Reportemo-nos aqui à pergunta de Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez? Jesus respondeu-lhe: "Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3, 4-5).
Este Reino é dom Deus, iniciativa e oferta divina. Por isso, deve receber-se como presente. E a melhor disposição para receber de Deus é a da criança, que não tem mais nada que os olhos postos nele. Aqui culmina a chamada "infância espiritual", atitude interior da qual noutro tempo se abusou asceticamente, confundindo-a com a tontice infantil. Nada mais longe da consciência cristã de filiação, que é a atitude madura e responsável perante Deus e os outros.
Na sua conduta com as crianças Jesus torna patente o coração amoroso de Deus. Perante ele, somos sempre crianças, isto é, filhos, tenhamos a idade ou posição social que tivermos. "O começo da conversão e da nova vida é este: que o homem aprenda a chamar a Deus de modo filial e consolador: "Abba" (Pai), porque se sabe seguro nele e amado sem limites".
Viver a experiência filial do amor de Deus como crianças e filhos que se sentem queridos de seu Pai, é abrir-nos já ao Reino e entrar pelas suas portas: "Olhai que amor nos deu o Pai para nos chamar filhos de Deus, pois o somos!... Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou primeiro e nos deu o seu Filho" (1 Jo. 3,1, 4, 10). E da vivência cristã surgirá a da fraternidade humana, porque "se Deus nos amou desta maneira, também nós devemos amar-nos uns aos outros" (1 Jo 4, 11).
Não se trata, pois, de sermos crianças e menores de idade, imaturos, egoístas e movidos pelo temor do castigo - isso não é evangélico - mas de "nos tornarmos como crianças" diante de Deus, adotando as atitudes mais nobres das crianças, como são a confiança e a liberdade, a abertura receptiva e a gratidão que devolve amor por amor recebido.

Fonte: Arautos do Evangelho

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